segunda-feira, julho 30

Olhar Flâneur..

Olá, esse é meu primeiro post no ponto continuando. Então, aqui vão algumas de minhas fotografias e aproveitando o espaço gostaria de comentar o título ''Flâneur.'' Bem, olhar Flâneur é como um olhar observador, esse termo foi criado por Baudelaire, não exatamente um olhar observador, mas, segundo ele:
“uma pessoa que caminha pela cidade a fim de experimentá-la.”
É um caminho filosófico completo de viver e pensar. Desde criança já gostava da tal fotografia, sempre que posso dou uma passada naquele mar de fotos antigas pra relembrar sorrisos. Ganhei minha primeira câmera aos 15 anos, dai pra frente fui ser feliz. Minha companheira de momentos, gosto de fotografar natureza, animais e pessoas... No geral é isso.     

                                      






Vida nova e feliz


Desde que eu inicie a minha nova vida: a de professor e caixeiro viajante.

Estou tendo a oportunidade de melhor conhecer o nosso Maranhão, pra constatar o quanto é rico e lindo o nosso estado, mas com fortes contrastes sociais.
O costume de todos os domingos sair da rodoviária as 19h30min pela empresa Transbrasiliana rumo ao sul do Maranhão, principalmente nos municípios de Balsas, Barra do Corda, Grajaú e Loreto em que eu trabalho, me fez sentir um sujeito sem identidade e sem residência fixa.

Fazendo eu me sentir um interiorano, me adaptando a vida nessas cidades e hostilizar a cidade grande, principalmente quando chego a São Luís e imaginar que eu devo enfrentar o trânsito caótico e pegar um ônibus extremamente lotado até chegar na minha casa, ao pensar nisso, a minha vontade é que logo chegue o domingo no mesmo horário de sempre com a mesma empresa na rodoviária pra ir ao interior.


Eu dizia aos meus amigos e aos ventos até bem pouco tempo atrás que não me via numa sala de aula como professor, e posso dizer que é muito, mas muito mesmo gratificante estar numa sala de aula, lecionando, ministrando e orientando os alunos. Sem contar que você ganha o respeito de todos, desde o limpador, faxineiro, outros professores, diretores, coordenadores, alunos e pessoas comuns.

Até bem pouco tempo atrás eu dizia que não trocava a minha vida na cidade grande pelo interior, e hoje vejo totalmente o contrário, se um dia me mudar pra morar no interior eu moraria, e não iria sentir muita falta da cidade grande.

Porque nos interiores em que trabalho como professor, eu não preciso pegar ônibus lotado e muito menos enfrento o trânsito caótico, vou a pé para UEMA lecionar e orientar os meus alunos.

Não sinto falta de pegar ônibus e muito menos sinto a necessidade de ter um carro para o deslocamento, os preços na corrida de um táxi e/ou moto taxi não são tão caros para os locais mais distantes, eu não sinto o estresse de quem vive numa grande cidade, e digo que a minha qualidade de vida até melhorou em razão disso.

As pessoas do interior são bem mais humoradas e de certa forma solidários e humanos em relação aos que vivem nas cidades grandes, onde predomina a violência, o estresse diário por causa do trânsito caótico e transporte público precário.

Em virtude disto, eu me sinto um “turista” em São Luís, cidade pelo qual eu moro e vivo.



sexta-feira, julho 27

Você


 

Sua amiga. Na verdade nossa amiga veio aqui. Aqui. Quero dizer aqui em casa e disse que você queria conversar sério comigo. Conversar sério. Como conhecia bem você (sei que é um pouco ou demais pretensioso dizer que conheço bem você ou que conheço bem alguém) tentei especular que era algo que envolvia sentimentos, emoção, lado afetivo, coração, paixões frustradas, sexo desastrado, expectativas amorosas. Acho pouco provável que sua mestruação atrasou, a camisinha estorou ou tem dores no baixo ventre. E tenho menos certeza que quer se matar porque já se matou outras vezes. No máximo espertar as mãos com um lápis pontiagudo quando está down.

Liguei pra você deitado na desarrumada cama minha e abri a janela com a ponta dos pés e você perguntou do outro lado da linha com sua voz ansiosa e expirações fortes e repentinas e consigo sentir presumir ir no seu coração batendo acelerado tun tun tun tun tun tun tun:

- O que foi!? - Nem falou “alô” como os normais.

Então falei de nossa amiga que veio aqui hoje pela manhã e disse que você queria falar comigo algo de importância, sério. Você então perguntou se eu tinha encontrado o filme que me emprestou. Não – respondi e  perguntei se era isso a coisa tão importante. - Sim. 

segunda-feira, julho 23

Cabeça pra cima



Hoje eu acordei antes das 8:00 hrs
E não tomei o café preto de costume
E por isso não traguei o caipora depois

Saí na porta,
E fui pro meio da rua




apesar de alguém vindo  no fim --------------------------------------------- da rua


O céu azul
E fiquei lá olhando 


o céu azul

sexta-feira, julho 20

Seja como os cavalos...


Depois de caminhar por dias e noites sem parar, sem dar sinal de cansaço, o camelo subitamente se ajoelha e morre. E deixa o viajante desavisado também morrer no deserto. Caminhar lento, orgulhoso e suicida.
 “Camelo de tróia”, que carrega o mal dentro de suas concorvas, e faz do oásis prometido o seu al’manak. Como uma amante insatisfeita que finge ter prazer faz da cama um altar de sacrifício. Os gemidos “ensaiados” limitam as descobertas. O silêncio estraga as relações.
Sempre que cansado, o cavalo se acoa, relincha e dá coice. Carrega em uma cela leve o seu altivo cavaleiro, mas na sua garupa, se for uma princesa. Caminhar ágil, de cavalo refeito, só carrega o peso que pode confortavelmente suportar. Vai para onde guia o cavaleiro, mas no seu tempo e na sua marcha natural. Cavalo obediente, mas nem por isso submisso. Sobreviveu ao deserto, e levou seu general pra casa.
Existem pessoas que se comportam com os camelos, e pessoas que são cavalos. As “pessoas camelos” encerram tudo em segredo. Não falam de seus problemas com ninguém, mesmo tendo toda liberdade e acolhimento. São orgulhosas demais, vivem a ilusão de serem auto-suficientes. Nunca aliviam o peso. Carregam uma mochila de culpa, por que o orgulho não as deixam pedir perdão. Guardam mágoa e rancor, e “envenenam suas almas, esperando que os outros morram”. Escondem no porão da consciência suas aflições. Ruminam pensamentos absurdos, mas não regurgitam, pra não perder a elegância.
Camelos que choram pra dentro, entranhas que gritam de dor. Mas por fora existe um sorriso amarelo que tenta convencer de sua força, um sorriso leporino. E assim vão caminhando rumo a um deserto sem fim, para lugar nenhum. Não pedem abrigo, quando a tempestade chega se perdem no caminho. E quando toda a gordura foi queimada, se ajoelham e morrem no deserto, não alcançam o oásis. Al’manak no jardim. O amor morreu na cama!
As pessoas do tipo cavalo galopeiam livres, na sua marcha. Carregam apenas o que suportam. Falam o que pensam, não encenam. Entendem que se abrir e pedir ajuda não é sinal de fraqueza, é uma forma de recompor a força. O orgulho não é um cabresto que amarra, nem a rédea que determina pra sempre o rumo dos seus passos. Não fazem chantagem emocional, mas também não tem vergonha de deixar as lágrimas rolar. Não negam suas fraquezas, assumem e trabalham para serem fortes.
Seja um cavalo quando estiver atravessando sues desertos, e continue marchando como um cavalo sempre. Certamente chegará ao manancial, de “água pura e fresca”. Talvez o seu cavalo encilhado só passe uma vez!



quarta-feira, julho 18

BLOQUEIROS DE PLANTÃO E DE FÉRIAS!


Forte candidato a substituir o Mano Meneses



Terminada a Copa do Brasil em que a Sociedade Esportiva Palmeiras – SP sagrou-se campeão da competição, esse mérito deve-se não apenas aos jogadores, mas também ao treinador que passou muito tempo sem ganhar títulos, há dois anos no comando do clube (isso é raro) e vinha sendo alvo de piadas, chacotas e descrédito por parte da torcida e da imprensa, a ponto de ser chamado pelos críticos esportivos de ultrapassado e que deveria se aposentar, o Luiz Felipe Scolari.

Ele conseguiu levar ao Palmeiras a quebra de jejum por títulos nacionais, com o time limitado e com poucos craques de fato, e não mudou o seu estilo de jogo-tático, por todos os clubes que ele passou, teve o mesmo método de treinar e comandar.
Foi assim no Grêmio – RS, com o futebol bravo, guerreiro e valente, o estilo dele, e na seleção brasileira em que foi campeão do mundo na Copa de 2002 na Coréia – Japão, foi do mesmo modo, totalmente desacreditado com alguns jogadores que vinham de lesão como o Ronaldo “Fenômeno”, por exemplo, e com alguns jogadores que vinham sendo alvo de críticas por parte da imprensa, e odiado por não ter convocado o Romário que teve o forte clamor popular e até do Presidente da República, o Fernando Henrique Cardoso, que o queriam na seleção.

terça-feira, julho 17

Documentário - Quadrinhos Produzidos no MA


E depois do post breve sobre Joacy Jamys recebi do Natan Castro um documentário sobre quadrinhos produzidos no MA que se inicia nos anos 80 com o depoimento de vários desenhistas maranhenses falando sobre seus personagens, processos de criação, a  SINGULAR-PLURAL, FÚRIA, FUSÃO, O FATO RHQ, O NOVO SISTEMA, etc etc. Vale muito à pena conferir.


segunda-feira, julho 16

NÃO SE PODE COMEMORAR MUITO



Essa semana que passou (11/07/2012, na quarta – feira) para grande parte da imprensa, principalmente as chamadas grandes, como a Rede Globo, por exemplo, é considerada histórica por causa da cassação do Senador de Goiás Demóstenes Torres.

Não estou aqui defendendo o senador, que fique bem claro aos leitores, mas todos os escândalos que envolvem o seu nome relacionado a Carlos Cachoeira que resultou a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) junto com a Câmara dos Deputados e Senado, formando uma comissão mista de deputados e senadores.

Demóstenes é peixe pequeno em relação aos demais senadores, essa cassação só se deu numa forma de dar resposta a sociedade, pelo fato de tanto a Câmara e o Senado estarem desgastados e com descrédito perante a opinião pública, e alguém tinha que ser usado para responder a essa mesma sociedade e opinião pública, na tentativa de melhorar a imagem dos dois poderes (Câmara e o Senado), e esse foi o Demóstenes Torres.

domingo, julho 15

Joacy Jamys



A primeira vez que ouvi falar dele foi através do meu amigo Angelo Ribeiro, que é Desenhista, Cartunista e Professor de Artes, que me mostrou a HQ FUSÃO do grupo Singular-Plural, produzida aqui na Ilha, fiquei muito surpreso só por isso, me lembro bem, por termos um HQ daqui da área apesar que com traços da Marvel Comics. E depois o tempo foi se passando e fui ouvindo mais seu nome e me caindo as minhas mãos mais materias seus; ilustrações, cartuns, tirinhas e pinturas. E fui sacando seu outro lado, politico, anarquista, ácido e seu traço peculiar. Não gosto de usar o termo gênio, mas o cara era um gênio. Morou no bairro do Cohatrac e imagino que deve ter feito a cabeça de muita gente em São Luís. E daí fiz pesquisas na internet procurando saber mais sobre o Joacy Jamys. E me deparei com páginas e páginas falando sobre ele. Sites brasileiros e Gringos. Ele contribuiu para revistas na Espanha, Portugal, França entre outros países. O Joacy já não está conosco fisicamente ( morreu em 2005 aos 35 anos), mas seu material continua vivo, além de está na memória de muita gente e é necessário sempre citá-lo quando se quiser falar em quadrinhos, não só aqui do Maranhão e do Mundo ( E imagino que eu não esteja sendo pretensioso).

Vou deixar alguns materias seus que achei na Net.






E uma foto sua com outros desenhistas (o primeiro da esquerda pra direita e desculpa não saber o nome da outra galera) no Jornal O Imparcial.




Mais informações no site: http://dbbanner.vilabol.uol.com.br/joacy_jamys.htm e seu site oficial ( sendo que o mesmo tb era (web) designer) foi desativado. 

BIG FISH


Natan inscreveu o PONTO CONTINUANDO no concurso do site PEIXE GRANDE na categoria BLOG e fui lá conferir os FINALISTAS e sendo bastante realista não acreditava que o juri técnico ia incluir nosso blog com design bruto( pra não dizer tosco, como ja ouvir por ai), apesar de um conteúdo bom, pra não dizer muito bom e relevante. Aí vão curiosos (incluindo, eu) os blogs que passaram pelo juri técnico ( que na maioria são web designer ou designer). E tirem suas próprias conclusões.

sábado, julho 14

DO OBJETO DE DISPUTAS AO PALCO DAS CONTESTAÇÕES: conflitos, diálogos e construção de relações no pré-assentamento Santo Dias


RESUMO

Reflexão teórica sobre conflitos, diálogos e construção de relações no pré assentamento Santo Dias. Como se trata de um espaço sob a organização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), é dada relevante importância aos processos históricos, econômicos, políticos e sociais que fazem da terra, tanto um objeto de disputas, como o palco onde acontecem as contestações e negociações. Para isso, tomou-se como base a vivência realizada durante um período de doze dias junto às famílias do pré-assentamento, o que permitiu analisar as formas de organização camponesa, de que modo esta influi sobre os modos de comunicar e é por eles, também influenciada. Neste sentido, a presente pesquisa se propõe a mostrar a importância do diálogo na construção de uma identidade comum e, principalmente, como a vivência de novas experiências junto aos movimentos sociais e populares, partindo da compreensão de que estas possibilitam o rompimento das idéias já construídas, auxilia na elaboração de outros modos de comunicar com vistas à mobilização e à transformação social.

Palavras-chave: Conflitos. Diálogos. Relações. Identidades. Mobilização social.


ABSTRACT

Theoretical reflection about conflicts, dialogues and building relationships on Santo Dias pre settlement. As this is an area under Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organization, is given a aplicable importance to historics, economics, politicals end socials process that makes land both a object of dispute and place where challenges happen. For this, it was build on the experience held for a twelve days period together settlemente families wich allowed to analyze the way peasants organize thenselves, and how this organization influences on how they communicate and is influenced by them. This sense, this research proposes to show the importance of dialogue in building a common identity and how new experiences with social and popular movements, starting from the principle that they possible
disruption of the ideas already built, assistis in preparation of other ways of communicating with a view to social mobilizing and to a social transformation.

Keywords: Conflicts. Dialogues. Relationships. Identities. Mobilization


sexta-feira, julho 13

o vinho é tinto seco


o sonho mais ou menos
o passado doido
o futuro incerto
a solidão certa
a fuga recurso
a inflação normal
a gasolina é inflamável

quinta-feira, julho 12

Le miroir



E você acha que já viu de TUDO? Então saca a idéia desses dois suiços ( Ramon e Pedro), os caras simplesmente fizeram um CURTA METRAGEM do inicio da infancia à velhice de um homem e babem bonecas! Tudo se passando em frente ao espelho. Por isso o título é Le miroir que é espelho no portuga. Mas antes quero só contar uma estória que me veio a cabeça depois que vi o curta: me veio a memória cinematógrafica o filme O Curioso Caso de Benjamim Burton que no caso, é o contrário, da velhice ao feto,  e quando fui alugar esse filme na locadora aqui perto de casa no Cohatrac City, o cara que me atendeu me disse com muita convicção que o filme era muito bom e que aquilo realmente tinha sido VERDADE e que tinha até um LIVRO. Se é VERDADE acho meio complicado, mas um livro tem mesmo, pois é baseado num conto do norte americano Scott Fitzgerald de, por exemplo, “Bernice Corta os cabelos” – Um conto que indico até pra entender um pouco esses filmes adolescentes de high school norte americanos cheio de Bulling. E agradeço Ao site Pastilhas Coloridas que foi de onde vi o Curta.

segunda-feira, julho 9

domingo, julho 8

Não te comi do Nada



Eu não sou nada nunca serei nada não posso querer ser nada  a parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo e eu só tinha esses versos na minha cabeça que nem do autor sabia quando te conheci e me apaixonei e vc esnobou os versos  minhas espinhas minha boca torta minha fala estranha meu inglês ruim e tudo mais de mim.

E um dia minhas palavras começaram a fazer sentido pra pessoas, me colocaram num trono, me puseram um coroa de ouro e vc reapareceu ao meus pés. Beijava e beijava como uma puta sem vergonha de um cabaré de segunda. E ainda me disse toda saidinha e cheia de falsa intimidade: - Meu Rei! Eu te amo. Então meu súditos me perguntaram: - Quem é ela? Respondi: - Nunca a vi. Mate-a. E façam um Banquete com suas visceras pro meu jantar e tripa façam um fritinho pra petisco.

De entrada comi seus dois rins picadinhos com seu figado, baço pulmão e pancreas refogado ao molho de tomate e cebola e no prato principal que acabou de sair do forno me lambuzei com seu útero trompa de falopios clitóris labios maiores e menores e de saída seu cérebro cerebelo bulbo cozidos com batatas inglesas e por fim a tão saborosa e esperada sobremesa: o seu coração tão vermelhinho do sangue fresco que enguli com tanta delicadeza cru.



Eu te odeio Torquato



Por quê?
tiraste sua vida como a Sylvia Plath
gás ligado e familia na casa
E deixa um carta pra não acordar seu filho Thiago
Quanta arrogancia torquato!

Eu te odeio
Eu te odeio com todas as minhas forças
Eu te odeio em todos os noves de novembros que vivi
Eu te odeio meu chapa
Eu te odeio torquato

...
Mas na boa, depois de um psicotropico via oral
Rapaz acho que vou saindo também to cansado e sabe que nem te odeio tanto
Rapaz o negócio aqui ta complicado
E vou te dizer outra
Te entendo, 

sábado, julho 7

Camus fundiu a Cuca de Zeca e Zeca Fundiu minha Cuca

O título não é só parafraseando Caetano quando defendeu Gil naquele Festival da RECORD (não lembro o ano ao certo, mas era ano de chumbo) em que foram desclassificados pelo júri "simpático, mas incompetente" e caetano canta “...é proibido/probir...” sobre vaias do público e solta seu rugido sobre a juventude.


O Zeca em varias entrevistas suas li ele citando Camus. Diz que leu O Estrangeiro com 14 anos e parece que ficou meio pirado da cabeça por dias e talvez até hoje. Eu com 14 anos não li Camus, mas escutei Zeca, o Zeca Baleiro, pois andava com balas ( doces e não de chumbo) no bolso e acabou pegando esse apelido e adotando como nome artistico. ( Na revista UMDEGRAU lançada aqui na ilha com uma única publicação, a qual foi um dos editores usava somente o nome Zeca – Data de 1989 e imagino que andava já com as balas no bolso - não só de doces e tb de outras besteiras )


Após um mudança de Bairro me cerrei dentro de um quarto na nova casa nova e em solidão me caiu nas mãos o album Por onde andará Steven Fry? E de cara me identifiquei e fiquei lá escutando todas as faixas daquele álbum e principalmente duas faixas: Bandeira e Scap. Dali em diante larguei de escutar metalica, the cure, smashing pumpkins, sepultura, e tudo que foi me jogado pela MTV e de um célebre programa de uma rádio daqui chamada TIME ROCK. Zeca havia fundido minha cuca, já era outra coisa, fazia todo sentido, era o que eu queria.

Um dia ainda tomo satisfações com Zeca que descobri outro dia que a irmã do meu avô foi casado com uma das irmãs de seu pai. Minha familia parte de mãe é toda de Arari e a Familia de Zeca tb – só que eles são provenientes da Síria – Carcomânos como diziam ou árabes e a minha sei que vieram de Anajatuba e de lá num sei mais...portugueses da silva provavelmente.

Entonce... Vou deixar o clipe da Música Bandeira e o poema Belo Belo do Manuel Bandeira.

Belo Belo
Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.
E o risco brevíssimo - que foi? passou - de tantas estrelas cadentes.

A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.

O dia vem, e dia adentro
Continuo a possuir o segredo grande da noite.

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.

As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.
......


sexta-feira, julho 6

EPISÓDIO FINAL - Soco Inglês



Luisinho não pôde evitar de ficar meio excitado na hora da revista com aquele policial tesudo lhe apalpando a bunda, lhe enfiando a mão na virilha, ele poderia até jurar que, por um instante, o policial lhe havia apertado com gosto a rôla por trás, que diabo de fetiche louco é esse que toda bicha tem com os homens ditos da lei:
– Desculpe, senhor policial, eu estava dirigindo rápido demais? Oh, será que o senhor poderia me punir de outra maneira, sem ser com multa?
Luisinho estava pensando nessas coisas enquanto o policial terminava a revista, e quase chegou a rir de seus pensamentos obscenos, mas se controlou a fim de não irritar os “homi”, é o povo brasileiro realizando o plural à italiana, depois os policiais o algemaram e o levaram preso, enquanto uma ambulância recolhia o que havia restado do agressor agredido sobre o chão de piçarra tornado ainda mais vermelho pelo sangue derramado e que ainda manchava parte da calçada na segunda-feira seguinte, quando quem não havia ido ao colégio na sexta, ou havia ido embora antes de o pau cantar, teve que se contentar em ouvir, seja abismado, boquiaberto, de queixo caído, se hetero, seja falando coisas tipo “jura?”, “minina, não me conta!”, “que babado!”, “tô boba!”, “tô passada!”, “tô bege indo pra mostarda!”, se gay feliz em sê-lo, o relato das testemunhas oculares, como o da menina messiânica, que depois queria até fazer um johrei em Luisinho, mas não teve coragem de se aproximar dele, que, como consequência da prisão, apenas havia levado uma bronca do delegado de menores, nem o soco inglês ele perdeu, pois o pai de Luisinho, que havia chegado à cidade na manhã de sexta-feira para passar o fim-de-semana, fez um acordo com o pai do agressor agredido.

quinta-feira, julho 5

vi suas pernas velozes



vi seus olhos
vi o jeans azul
o sinal fechado, legal,
atravessei a rua e te segui
tentei ser mais veloz que vc
mas vc quase corria então corri pra te alcançar obviamente e falar o quê?
fui chegando perto, tropecei numa pedra, talvez era uma pedra, mas
vacilei, respirei fundo e continuei, e voltei a correr

te perdi de vista

esquerda? direita?

ali indo numa rua, é você. O jeans continua azul.
estava amarelo, estava vermelho. Parei na sua frente.
Você me olhou e eu te olhei.
Raios de olhos meu sentidos estavam a mil

o que falar?
o que não falar?

oi - vc disse
oi

quarta-feira, julho 4

“Que puxa...”


Mari Rodrigues


A maioria dos dias eu já acordo com uma informação, pois acordei com o bipe do celular que me traz a mensagem de uma amiga dizendo que vai se atrasar trinta minutos e que, portanto nosso treino do dia também irá atrasar. Rumo a praia para uma corrida, no mural do meu prédio tem um aviso novo dizendo que neste condomínio os fogos de artifício são proibidos, mesmo estando localizado em uma cidade onde fogos de artifício no são João são iguais a peixe na semana santa.

Enquanto corro, um turbilhão de novos dados, a avenida litorânea vai ser estendida até a praia do olho d’água, ninguém percebeu que às véspera das eleições municipais. Vai ter show de rock no Bar do Nelson, mesmo este sendo tradicionalmente reggeiro, um dos restaurantes fechará, tem um hotel chique querendo nos convencer de que existe uma diária de noventa e nove reais lá, mesmo tendo um asterisco após o último nove que equivale a valiosa informação “a partir de”.

Nesta primeira atividade do dia, a informação mais importante é curta, a praia está “INTERDITADA”. A plaquinha está escondida, mas próxima ao esgoto que tem como destino o mar e como origem os prédios caríssimos e os hotéis que estão com diárias promocionais a partir de noventa e nove reais. A diferença entre a placa que informa o prolongamento da avenida litorânea e a placa com a informação de que a praia nesta avenida está imprópria para banho é gigantesca e diretamente proporcional ao compromisso dos governantes locais com a cidade.

Volto pra casa exercitada, preciso de um banho. Depois dele, a camisa escolhida do dia é a que contém a imagem da Marcie, uma das personagens da turma dos peanuts, criação de Charles Schulz nos anos 1950. A Marcie é irônica, inteligente e tímida, logo é minha preferida e essa escolha não é mera coincidência, pois é feita mediante certa semelhança.
Os peanuts acompanharam minha infância, minha adolescência e ainda estão ali em minha estante e não são meros enfeites, são frequentemente lidos e até colocados como momento de descontração nas provas que elaboro. As tirinhas produzidas por Schuzs, longe de serem vazias, estão sempre rechedas de valores, ideias, agonia, angustia, questões a serem analisadas e logicamente muito humor e ironia.

terça-feira, julho 3

Refúgio




 Ilustração de Klyssya Martins

Hoje eu decidi visitar aquele nosso refúgio. Aquele quartinho dos fundos carregado com tralhas e lembranças...

    Estou nesse exato momento acomodado num canto daquela cama ortopédica desconfortabilíssima, mas você parece não se importar e dorme como um anjo bêbado, enquanto eu reclamo de dor nas costas e ameaço ir dormir no chão, pra variar.

         Quando entrei, fiz questão de deixar a porta entreaberta e a luz apagada. Notei que, muito curiosamente, o ventilador apontava para o teto, como se detectasse algo suspeito. Agora ele está no local de onde nunca deveria ter saído: sob a tábua de passar roupas. Ligado sempre na velocidade dois, já que a três é forte demais e me irrita profundamente ao jogar as folhas de papel à mercê da gravidade. A velocidade um me irrita também porque é tão ridiculamente fraca que me faz desejar um leque de senhora.

        Falando no ventilador, o café fica acomodado fora do seu ângulo de alcance, para que sua temperatura se mantenha alta e agradável por mais tempo. Lembra do cheiro do hálito impregnado com o café? É exatamente esse o que toma as dimensões do quarto a cada exercício de respiração que eu faço. O aroma forte e marcante, exatamente como o gosto.  Assim como tudo deveria ser: forte e marcante. Como em DayTripper.

           

segunda-feira, julho 2

Um Taxista em Macapá


(EU) - Boa tarde! Preciso ir à rua...  Você sabe onde é?
(TX) - Sim. Você é de onde?
(EU) - São Luís.
(TX) - A Cidade da Lua.
(EU) - Cuma? Não entendi.
(TX) - É porquê as ruas só tem buracos.
(EU) - Hahahaha...  E me diz uma coisa. Como vocês conseguiram eleger José Sarney pra senador?
(TX) - É que por que dizem que no Maranhão ele tem uma fazenda de gados e aqui no Amapá ele tem uma fazenda de burros.
(EU) -Hahahaha... agora entendi. Mas quanto deu a viagem?
 (TX) - 15 reais.
(EU) - O quê? Do aeroporto até aqui!? Não passamos nem 15 min e nem é bandeira 2.
(TX) - É... Aqui é Macapá!

Império Castelhano


imagem retirada do facebook
Ontem terminou a Eurocopa com a Espanha campeã na edição 2012 ao derrotar a Itália num humilhante placar de 4 a 0.

Com esse feito, a Espanha é fortíssima candidata – favorita ao título na copa de 2014 no Brasil, com o futebol que para muitos é antipático e chato, mas está trazendo resultados e números satisfatórios pra si com vitórias e títulos.

Essa tática usada pela seleção espanhola é nova? Não. A seleção brasileira na copa de 1970 no México que conquistou o tri – campeonato composta por Pelé, Tostão, Rivelino, Jairzinho e outros tinham uma tática parecida com o toque/domínio de bola e não permitir que o adversário fique muito tempo com a bola.

domingo, julho 1

Zodiaco da Depressão

Os Signos do Zodíaco entraram em contato comigo via e-mail e pediram férias prolongadas.
Concordei com a posição deles e os deixei a vontade.

O Orkut vai à Buenos Aires



Esse post era pra ter escrito a uns 6 meses atrás quando foi umas das últimas vezes que entrei no Orkut. Percebi nas Atualizações dos meus amigos um coisa em comum: fotos e fotos de Buenos Aires e cidades vizinhas. É porque o real está valorizado perante o peso foi o que pensei de imediato e pela ascensão social da classe média brasileira que já fez seu profile no Facebook. Mas por quê Buenos Aires? Por que não Montevidéu? Ou Bogotá? Ou Sri Lanka? Mas Sri Lanka nem fica na América Latina (piada).

Buenos Aires ainda tem fama de cidade européia. Clima temperado. Tango. Bariloche. E tem o Boca Junios e Maradona. Os Hermanos devem esta odiando a invasão da nova classe media brasileira em seus bons ares. Já sofremos suas invaçôes quando seu peso estava mais valorizado que o nosso real e agora é hora do troco.