domingo, abril 27

Mari

Ela era minha amiga das antigas. Amizade mesmo. Falava tudo pra ela. Minhas paixões, o platonismo, o que lia, dividiamos livros, maconha,  filme, assistiamos filme, só não fudiamos até então. Sim, foi num certo dia deu na veneta dela que queria fuder comigo. Soube que tava bem triste. Algum amigo em cumum me contou. Fui lá ver se fazia tirar um sorrisso do rosto dela. Coisa que fazia com minhas piadas malucas que se amarrava em altas gargalhadas. Mas sua cara tava um desastre de solidão. Fazia tempo que tava no total tédio e sem fuder e eu tava solteiro e um tempinho também sem fuder. Nunca senti tesão por ela. Mas sacava que ela sentia tesão por mim porque uma vez me deu um poema que falava do meu peito com creme escorrendo e ela lambia. Os pais dela tinham saido de casa. Eu e ela no sofá da sala e rolando algum programa ralado na tv.  Ela falou que queria fuder comigo, não sei se foi ao certo com essas palavras, enfim. Disse que queria tomar alguma coisa antes. Me trouxe cachaça da terra da adega do lado da tv e virei num gole só. O suficiente pra esquentar por dentro. Beijá-la e transarmos ali no sofá. Uma foda de fundo amistosa  e antidepressiva. Sair de lá me sentindo um bom rémedio. Ainda fudemos outras vezes depois disso. Soube que ela se casou outro dia. Conheci o cara e ele não foi com minha cara. Sei lá se ela falou algo de mim. Vou até ligar pra ela hoje saber como ela tá.