sábado, novembro 17

RPM - REVOLUÇÕES POR MINUTO


                                                                    download

Por volta de 1980 Paulo Ricardo (baixo/voz) foi assistir o ensaio da banda de Luís Schiavon (teclados) com sua namorada Eloá. E nesse ensaio a banda estava discutindo se cantaria as músicas em inglês ou português, Paulo Ricardo deu sua opinião sobre a importância de cantar em português, opinião essa que ia de encontro com as ideias de Luís Schiavon, dai pra frente se tornaram amigos. Logo depois Paulo recebi o convite para trabalhar em Londres cobrindo o cenário musical da Europa, assinando como critico musical da revista Somtrês. Depois de uns seis meses resolvi voltar ao Brasil e na volta procura Luís Schiavon que estava sem banda e por conta de sua formação de piano clássico procurava um caminho mais voltado a musica popular. As informações trazidas por Paulo Ricardo sobre a cena Tecno-Pop da Europa seria o embrião para uma banda chamada de Aura que tinha Paulo e Schiavon, Fernando Delugui e na batera Junior Moreno, eles ensaiaram até a metade do ano de 1983 sem fazer uma apresentação oficial. No final desse ano fecham contrato com a Sony Music e gravam um compacto com “Olhar 43”, “Loiras Geladas” e “Revoluções Por Minuto” nessa época já com o nome RPM, a gravadora achou as músicas difíceis de tocar nas FM`S. Durante uns quatro meses a banda fica a espera das execuções nas rádios e nenhuma resposta do público, um dia recebem uma ligação para uma reunião na gravadora, a Sony estava apostando em REMIX de algumas bandas feitas por Dj`s com o intuito de aumentar as execuções nas rádios, a banda aceitou e “Olhar 43” e “Loiras Geladas” explodiram nas rádios e não paravam de tocar nas pistas das boites do Brasil inteiro. Nesse período o baterista Junior Moreno é obrigado a deixar a banda pelo motivo de ter na época 15 anos, ele não poderia tocar nas madrugadas. Charles Gavin chega a tocar quatro meses com a banda, porém recebi o convite do Titãs e sai da banda, no lugar dele entra Paulo P.A Pagni. Com isso fechou-se a formação clássica da banda.

Em Maio de 1985 chega às lojas RPM – REVOLUÇÕES POR MINUTO, rapidamente o álbum emplaca oito músicas das onze do álbum nas paradas das rádios do Brasil inteiro. Disco de Ouro, uma turnê de quase dois anos pelo pais. Uma mega produção até então nunca vista no Brasil, uma carreta viajava junto ao ônibus da banda levando toneladas de equipamentos, pela primeira vez uma banda usava computadores nas apresentações ao vivo. Um fenômeno, somente essa poderia ser a palavra para descrever o RPM e tudo que estava acontecendo como lançamento do primeiro álbum. A fórmula imaginada por Paulo e Schiavon não era tão nova assim, Paulo Ricardo como critico musical soube usar de algumas informações para aumentar as possibilidades de sucesso, não que o som não fosse inovador, sim o RPM era de longe naquele momento o que de mais novo existia no cenário musical brasileiro, em todas as esferas seja MPB ou Rock Nacional. Mas a composição das letras e as canções escolhidas para o álbum bebia na formula infalível das músicas com apelo sensual voltado ao público feminino e nas canções com cunho politico. Sem dúvidas uma jogada de mestre, pois a tônica do álbum era politica, mas o fato de a banda ser acolhida pela massa feminina ajudou a critica das canções mais engajadas como “Juvenilia” “Liberdade-Guerra fria” serem cantadas em coro nos shows pelo Brasil, estávamos nos últimos instantes de uma ditadura, tínhamos depois de vários anos um presidente eleito pelo povo, ainda assim a canção mais engajada do álbum “Revoluções Por Minuto” foi censurada nas rádios. Mas eram novos tempos tanto para o cenário politico como para a cena musical nacional, e o RPM era um dos símbolos dessa transformação.  

                                                 Especial da Globo sobre o RPM.