sábado, janeiro 21

Chuvas de Fevereiro

Numa noite entre cigarros, boa conversa e muitos poemas. Foto: Cris Lima e Diego Pires.

Não quero chuvas em meu quintal de concreto e lodo

Quero a brancura do teu ser em minha rede

Escutar Elizeu Cardoso e Chico Buarque sem teus ouvidos

É como morrer de depressão no século XXI



Saiba, quero ver-te aqui, pregado em minha casa

Contemplando as chuvas de Fevereiro

que caem em meus versos cheios de ti.



Teu jeito de príncipe medieval

Come tartarugamente as pretensões minhas de ser livre

Tenho a sabedoria de teus livros

Latejando em minhas orelhas.



Queria mesmo era que as noites não findassem

Para ter-te sacrificado em minhas pernas roxas

As chuvas de Fevereiro cessaram

E o que me restou foi a saudade das cinzas do teu cigarro solitário.