quarta-feira, maio 9

ABATE - Lucas Sá

Sinopse: Abate. Lembra corte, extenuação, redução, retirada quase abrupta da vida do orgânico... Matança.
Direção, Produção e Roteiro: Lucas Sá
Produção Executiva: Raissa Baldez
Atores: Nilana Fróes, Raissa Baldez, Carlos Cezar

Festivais e Prêmios:
* MENÇÃO HONROSA – I MOSTRA DE CINEMA UNIVERSITÁRIO DA UNICAP
* 16º FCBU – FESTIVAL DE CINEMA BRASILEIRO UNIVERSITÁRIO (RJ)
* 10° MOSTRA NACIONAL DE AUDIOVISUAL UNIVERSITÁRIO
* III FESTIVAL CINEMA DA FRONTEIRA
* 9º FESTIVAL ESTUDANTIL DE GUAIBA (RS)
* II FESTIVAL CURTAAMAZÔNIA (AM)
* I FESTIVAL ESPANTOMANIA (SP)
* KINOOIKOS – II FESTIVAL DE VÍDEO NAS ESCOLAS (SP)
* MOSTRA SETE IMAGENS - Teatro 7 de Abril (RS)
* MOSTRA CURTA NO BOTEQUIM (RJ)
BRASIL / SÃO LUÍS - MA
_________________________________________________________________________________

Crítica de Cid Nader *

“Uma novidade vinda do Maranhão (talvez indicando mais um polo difusor lá no nosso Nordeste), esse Abate bebe nitidamente da fonte dos filmes pernambucanos para contar uma história de revolta feminina por opressão machista: algo tão comum ainda no mundo, mas que toca muito mais profundamente em uma região de tradição absolutamente masculina.  
Só que beber da fonte, somente, poderia resultar em cópia de estilo, vazio no mote e no modo. Negativo. Lucas Sá demonstra ter noção bastante complexa e bem elaborada de estética e técnica. O filme é de fotografia não conformada, que busca o inusitado nos ângulos (enquanto o momento “comum” subserviente da mulher existe, filma-se seus pés a caminho do açougue, para a inversão do ângulo quando uma outra possibilidade de continuidade de vida é pensada, por exemplo), e também bastante atenta às possibilidades de contrastes emprestadas pelo bom uso da iluminação.  

No corte, na edição (e novamente lembrando alguns outros filmes de Pernambuco), o contar a história ultrapassa a “simples” barreira da fluidez, para que interferências intrometidas até na marra se façam responsáveis pelo adensamento do clima. Desde o início, a montagem não permite a acomodação do espectador, e a tela se enche de variações cromáticas ou de ritmo. Portanto, as invenções e tentativas que resultaram um curta bem interessante não são resultado – o que seria até razoável de se imaginar - de acumulação crescente, mas de ritmo imposto desde os primeiros instantes: algo bem mais difícil de ser mantido e obtido”

 Cid Nader Jornalista e crítico de cinema. Editor e
umdos idealizadores do site de cinema
Cinequanon. Colaborador da revista Paisá
e do site Omelete. Edita também o
Cidblogwww.cinequanon.art.br/cidblog.
______________________________________________________________


Respire Fundo e Aperte Play