segunda-feira, abril 29

Tic Tac

E ele é convidado a entrar na casa dos estranhos, lhe oferecem água, recusada, um lanche que foi aceito, com receio, não porque os estranhos lhe queiram fazer mal, mas por paranóia, puro, mas desnecessário, medo.

Tic tac, passa segundo pós segundo aumentando sua angustia de reprovação, o receio da negação o domina.

Bate o dedo na mesa em movimentos constantes, ele morreu, outro ser surgiu, dominou sua mente, perde o controle da situação, se debate por dentro, imóvel por fora.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    #6

quinta-feira, abril 25

Ela


Ela me ama. Ela me escuta. Ela canta comigo. Ela fode comigo. Ela esta dentro de mim. Ela é louca. Ela é melhor que pular da ponte sobre o mar e afundar nas profundezas e depois emergir e nadar até as bordas. 1.0000000000000 ( imagino quantos zeros puder porque o um ta na frente) imagens me passam na cabeça quando penso em toda nossa relação que começou ano passado quando vendia dinheiro falsificado pra pessoas que queriam ser ricas. “A ventura da aventura é que você esquece o passado e o futuro”. Ela me disse isso ainda agora.

- Isso é alguma letra de música?
- Não. Pensei dagora.
- Você ta chilada?
- Não. 
- Virou poeta?
- Vai te lascar.

quarta-feira, abril 24

Cool


O gay do Marcelo não parava de falar nos meus ouvidos e eu afim da Carolina Bi que escutava alguma banda de indie rock nos fones de ouvido e não parava de mexer nos cabelos como um TOC. Ela mesmo disse que tinha isso. Era uma galera descolada e moderna demais e tatuagens com coisas de video game e frases de filme. Achei Cool. Colei neles como chiclete no chinelo. Vamos pro shopping Center ver um filme de comédia e comer pipoca nas ultima poltronas. O lanterninha obeso com cara de espanto expulsou quando pegou o três se beijando. Havia crianças e pais de família assistindo o filme também e a gente. Fuck you Marcelo berrou e Carolina me beijou de língua. The end.

A Noite de São Bartolomeu


Por William Washington de Jesus


Desde a posse do Deputado Federal Marco Feliciano, pastor evangélico que faz parte da bancada de evangélicos na câmara federal que apoia o governo do PT (Partido dos Trabalhadores) e da Dilma Rousseff, a presidência da comissão de direitos humanos e minorias na câmara dos deputados, tem sido alvo sistemático de manifestações contrário a sua posse na comissão que sempre foi ocupado por partidos de esquerda e com o apoio dos movimentos sociais.

As manifestações contra o Pastor Marco Feliciano não é somente o fato de ser evangélico (apesar de que isso seja demonstrado claramente de certa forma), mas por causa das suas declarações em relação às mulheres, negros ehomossexuais (principalmente estes) que foram preconceituosas e discriminatórias, o que não condiz ao cargo que ocupa.

Mas as perseguições feitas ao deputado são até injusta, mas por quê? Antes da posse do Marco Feliciano, o mesmo era apenas o deputado da bancada de evangélicos que apoia a presidente Dilma que pertence ao PSC (Partido Social Cristão) que apoiou a Dilma Rousseff nas eleições de 2010, mesmo ela sendo favorável ao aborto em que o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), Rede Globo e a Igreja Católica fizeram campanha sistemática contra a candidata do PT e favorecer o José Serra, candidato dos tucanos, a sua posse a presidência da comissão de direitos humanos foi uma gratidão que o PT fez ao PSC e a bancada evangélica que o apoia o governo pelo apoio nas últimas eleições, em que o próprio PT abriu mão da comissão de direitos humanos e minorias (historicamente ocupado pelo PT e partidos de esquerda) para dar mais espaço a bancada do PSC que há tempos havia exigindo espaço no governo para a sua bancada.

Porque é injusta a perseguição ao Marco Feliciano? Porque não é ele o grande problema da política brasileira, ele é apenas mais um que reforça o que já existe de pior, a corrupção e a defesa de apenas ao grupo que representa, na câmara e no senado federal temos a bancada dos ruralistas que defende os latifundiários e promovem o terror no campo contra o MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais e Sem Terra), terras indígenas e a população em geral que resiste a viver no campo, temos a bancada dos banqueiros que representa as instituições financeiras, bancada dos empresários que engloba as industrias e o comércio e por fim a bancada dos evangélicos que está inserido o Marco Feliciano. No restante, há uma parcela ínfima que representa os sindicatos, trabalhadores e movimentos sociais. E é cada um defendendo os interesses da sua classe ou categoria.

Eu discordo de muita coisa do Silas Malafaia, mas eu reconheço que ele tem uma excelente oratória e tem o grande poder de mobilizar as massas, principalmente o da sua igreja (Vitória em Cristo) que não é pequena, porque onde ele passa, arrasta uma multidão, e o seu programa exibido pela TV Bandeirantes aos sábados tem uma audiência gigantesca, eu mesmo, as vezes, gosto de assistir o seu programa para saber o que ele está falando, mesmo discordando na maioria das coisas que fala.

Em um de seus programas, o Silas Malafaia falou que eu realmente concordo, os ataques a Marco Feliciano é para blindar o José Genoíno e João Paulo Cunha que no mesmo dia da posse do pastor, foram empossados para comandar a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania na câmara federal, e todo mundo sabe que Genoíno e João Paulo Cunha foram os réus do julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) e condenados pelo Ministro – Relator Joaquim Barbosa e atual presidente do STF e demais ministros que participaram do julgamento, a posse dos dois deputados condenados nem tiveram repercussão praticamente por causa do foco concentrado ao pastor evangélico que assumiu os direitos humanos e proferiu frases discriminatórias.

AME OS CHOCOLATES & MORRA DE DIABETES FELIZ


Se eu não morrer amanhã você jura por deus, apesar que não se faz isso segundo os  mais velhos. Que vamos roubar chocolates num supermercado e aumentar a glicose e a serotonina  no sangue e sorrir bastante e pegar um por do sol e depois pinchar o muro com alguma frase com aquela lata de spray vermelha que comprei outro dia num muro branco daquele prédio de pessoas bem vestidas perto da entrada do bairro onde todos possam ver. Tipo: AME OS CHOCOLATES E MORRA DE DIABETES FELIZ. É tosco eu sei, por isso, vamos rir como duas crianças peraltas. Depois contar pros amigos, e rir também junto com eles. E se rolar um beijo antes ou depois da meia noite seria massa, mas se não. A gente se divertiu.

domingo, abril 21

Bom Dia


O sol nasceu amarelinho e de olhos meios fechados tímido e coadjuvante diante de tantas nuvens paquerando com o céu azul e um bando de passarinhos fazendo a trilha sonora e um poste que dizem ser o mais atrevido da rua deu um bom dia sedutor pra senhora de saia verde que ia passando com pães quentinhos da padaria do galego da quadra numero vinte e um e os pés dela iam cada vez mais longe do asfalto molhado da chuva forte de ontem e um tanto resfriado e irritado com tanta garrafa pet e bitucas de cigarro na sua cabeça e cocô de cachorro. 

sábado, abril 20

O Canto dos Malditos - Jorge Mautner


                                                            Filho do Holocausto


Poeta, músico, filósofo e escritor para fechar a série com os malditos da MPB, falaremos de Jorge Mautner, carioca de mãe Iugoslava e pai Austríaco, segundo o próprio ele nasceu aqui no Brasil depois de um mês que seus pais fugiram do holocausto. Jorge aprendeu violino muito cedo através de um padrasto, desde cedo começa a escrever, data dos 15 anos seu livro “Deus da Chuva e da Morte” o livro compõe o inicio de uma Trilogia. Adere ao comunismo em 1962 e mantém contato com o anarquista e poeta Paul Goldman nos E.U.A, representando significativa influência em seu pensamento.

Em 1970 vai para Londres onde se aproxima de Caetano e Gil, e inicia uma forte parceria estética que dura até os dias atuais. Voltando ao Brasil começa a escrever para o Pasquim, nessa mesma época conhece Nelson Jacobina seu parceiro musical por muitos anos. Em 1974 sai o álbum (Jorge Mautner) com capa de Rogerio Duarte designer do Tropicalismo e produção de Gilberto Gil. No álbum Jorge Mautner destila toda uma forma peculiar de tratar de filosofia, engajamento politico e poética tudo num caldeirão musical, com participação de Roberto de Carvalho (Marido e Músico de Rita Lee) no inicio de carreira tocando teclados, tem ainda músicos tropicalistas como Tuti Moreno e outros. A maioria das composições desse álbum é de parceria dele com Nelson Jacobina, neste álbum se encontra a música símbolo de um movimento surgido décadas depois no Recife, denominado Mangue Beat, a música é Maracatu Atômico regravada por Chico Science que foi sucesso nacional no inicio dos anos 90.

Em 2012 o jornalista global Pedro Bial filmou o documentário “O filho do Holocausto” contando a trajetória de vida e artística de Jorge Mautner. Por representar de forma quase mitológica a resistência intelectual e musical dos anos de chumbo da ditadura até os dias atuais. Jorge Mautner possui e sempre será detentor de uma cadeira mais que cativa na Academia Brasileira dos Artistas Malditos.

Documentário "O Filho do Holocausto" - Trailler 

Fora


Por que você me deixa no vácuo? Como um buraco negro dessas das galáxias. Eu falo e você não me responde. Minhas palavras não tem mágicas nos seus ouvidos ou nem passam pelo tímpano ou nem sei mesmo o que acontece. Droga! São totalmente inócuas. Não sabia que o oposto do amor é a indiferença? Dói. Sangra como uma hemorragia e não tem doadores, compressa, cirurgia, remédios, placebo, porra nenhuma! É fatal. Um fora vai escrever o médico legista numa letra difícil de entender no obituário na causa mortis. Tenho certeza que você não vai aparecer no meu enterro e jogar umas flores quando o cachão estiver sendo coberto por areia por um coveiro magro e cansado e as pessoas estarão ao redor, a maioria de óculos escuros, escondendo suas lágrimas sob um céu nublado e um leve chuvisco. 

sexta-feira, abril 19

Movimento Sebo No Chão


Por Izabel Almeida do Domicílio Literário


O Movimento Sebo no Chão aconteceu nesse último domingo, na Praça Nossa Senhora de Nazaré (Bairro do Cohatrac), com a proposta de cultura livre, tendo livros e comida vegetariana e boa música. A banda The Thomas, formada pelo Tammys Loyola, PJ e PH, embalou o público com o seu folk acústico, tendo músicas próprias e de suas influências, como Vanguart, Fleet Foxes e Dry The River. A idéia do movimento dá uma chance para conhecer, não só novas pessoas, mas também para saber mais sobre a comida vegetariana – o que é uma proposta ótima e com preço acessível - A vontade de criar o movimento já existia, mas se deu inicio no dia 8 de abril desse ano. Com os organizadores Diego Pires, Jorge Davi, Mateus Mendes, Erick e Raíza Gabriela com a intenção de fazer um ambiente alternativo, com cultura e leitura, levando para as pessoas uma forma de troca de conhecimento e socialização. O encontro pretende ir à praça duas vezes ao mês, com palestras, música ao vivo e exposição de livros. Fernando Atallaia fechou com chave de ouro, com músicas de sua autoria, com voz e violão.  




quinta-feira, abril 18

Ismos


Ela gostava das palavras “sexismo”, “machismo” e “feminismo” e outros “ismos”. Falava com uma propriedade no assunto e gesticulava as mãos e tinha certeza que ela ia mudar o mundo um dia. Sempre parecia que ela falava para uma multidão em cima de um palanque como um político. Tipo um Hugo Chávez, um Sarney nos anos 60 ou um Lula nos anos 80. Eu escutava ali na minha e mostrava meu pau do nada e ela chupava e depois fazia todo tipo de movimentos possíveis que a natureza nos permitia com ela na sala de estar ou no quarto ou em qualquer lugar que ninguém perturbasse. Assim era a única forma de calá-la e escutar somente seus gemidos e nada de ismos. 

terça-feira, abril 16

A visita cruel do tempo





Por Natércia Garrido


“É essa a realidade, não é? Vinte anos depois, a sua beleza já foi para o lixo, especialmente quando arrancaram fora metade das suas entranhas. O tempo é cruel, não é? Não é assim que se diz?”



A visita cruel do tempo (Ed. Intrínseca), da autora norte-americana Jennifer Egan, chegou ao mercado editorial brasileiro em 2012 com sua melhor “carta de recomendação”: a de ganhador do Prêmio Pulitzer do ano de 2011 por melhor obra de ficção. Para quem não acompanha intimamente os prêmios literários mundo afora, o Pulitzer é concedido pela Universidade de Columbia (NY) desde 1917 a trabalhos publicados nas áreas de jornalismo, literatura e música.


A história gira em torno da vida de pessoas que transitam no mundo da música – esse é o pano de fundo: a indústria fonográfica e o rock’n’roll, desde a década de 1970 até os anos atuais. Mas o que se discute aqui é a metáfora clara da passagem do tempo, principalmente para essas pessoas que achavam que, por serem jovens, a vida noturna, a juventude e os efeitos das drogas nunca cessariam; ou melhor, nunca trariam consequências.


Então, em um ritmo linguístico alucinante – por isso a leitura flui como o som das batidas das bandas dos anos 70 e 80 , Egan nos faz acompanhar os vinte anos das vidas de Bennie Salazar, um executivo egoísta da indústria musical; de sua sexy assistente Sasha; de Bosco, um guitarrista decadente da explosiva banda Conduits – grande descoberta de Salazar nos anos 80; de Lou, um produtor musical viciado em cocaína e em ninfetas; e das pessoas que rodeiam esses iconoclastas. O que resta afinal...é descobrir como o tempo pode ser cruel e implacável quando aparece tão de repente.

domingo, abril 14

Rolê



Respire fundo que vai começar o rolê meu irmão sem noção de nada. A fissura bate uma dose acima do ritmo do coração. Eu preciso de um trago e não tenho nada nos bolsos, em casa, na gaveta, na cabeça. Os reacionários me perdoam, minha mãe, os cristãos, os que tem amor-próprio, os que adoram tragédias. Eu sou autodestrutivo, amor. Vocês conhecem a História do sapo e do escorpião? Não vou contar agora pra vocês eu vou é contar quanta grana tem na carteira e calçar meu tênis surrado. PARE POR AQUI SE TENHA MEDO. Foi o que li agora num muro riscado num giz no beco da esquina da Boca de Fumo do traficante que estudou comigo e largou a escola depois de enfiar um soco num professor de química e hoje ele passa me passa o bagulho em minhas mãos e eu lhe passo o dinheiro. O mundo não é lógico, mas cheio de frases de efeito e símbolos como o dinheiro. Dobrei a direita. À esquerda. Segui reto. Pulei um esgoto. Tropecei numa pedra. Sabe? Você sentir seu próprio fedor e o sangue batendo em todos seus pulsos possíveis é legal e não sei se é perigoso.  É só um trago. Tchau.

sábado, abril 13

O Canto dos Malditos - Tom Zé


                                                                  Estudando o Samba
Por Natan Castro

Em nada se parece a música de Tom Zé com aquilo que é produzido em termos musicais no Brasil hoje, muito menos antes. Baiano do sertão de uma cidade chamada Irará, na adolescência Tom Zé vai com a família para Salvador e inicia o ginásio, logo em seguida começa a estudar violão e mantém contato com Escola de Música da Universidade Federal da Bahia. Reza a lenda que caiu como uma luva as informações obtidas lá com os mestres Walter Stemak e principalmente o dodecafonista Joachim Koellreutter. A forma de pensar a composição e a interpretação à época teria criado forma depois das aulas na Escola. Logo depois a convite de Caetano e Gil vai para São Paulo e participa do cerne do tropicalismo, chega a participar do álbum símbolo do movimento, ainda em 1968 ganha o IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção "São Paulo, Meu Amor".

Com a ida de Caetano e Gil para o exílio Tom Zé estava na turma que ficou no Brasil, porém por produzir uma música extremamente anticomercial foi aos poucos caindo no ostracismo. Mas a produção de álbuns sempre na mesma linha iconoclástica continuou a todo vapor criando clássicos como (Estudando o Samba), (Se o acaso é chorar). Foram quase duas décadas no esquecimento para no final dos anos 1980, quando da passagem do músico vocalista e mentor da lendária banda nova-iorquina Talking Heads no Brasil, o mesmo recebeu de um amigo brasileiro um vinil do álbum (Estudando o Samba) e se mostrou impressionado pelo talento do baiano, logo em seguida saia nos E.U.A toda a obra de Tom Zé remasterizada em CD. Sucesso de público e critica através do E.U.A o Brasil redescobre Tom Zé. Dizem alguns que na época Tom Zé era gerente de um posto de gasolina e havia desistido de continuar com a carreira, em 1998 Tom Zé lança (Com Defeito de Fabricação) aclamado pelo New York Times como um dos melhores álbuns do ano. O baiano tem cadeira cativa na academia brasileira dos artistas Malditos da MPB, por fazer música para se pensar não importando se será feita com ajuda de violões ou liquidificadores, para Tom Zé o que importa mesmo é a arte. 



terça-feira, abril 9

Lado a Lado: a Teledramaturgia deve ser reprisada em horário nobre



No dia 8 de março foi exibido o último capítulo da novela da rede globo, lado a lado, bem diferenciado em relação as demais teledramaturgias que já foram exibidas pela emissora.

A novela mostrou a história do Brasil no período pós-monárquico-escravista e inicio da república, recheado de excelentes atores, entre eles, o Lázaro Ramos, Camila Pitanga, Marjorie Estiano, Tiago Fragoso, Patrícia Pilar, Milton Gonçalves e muitíssimos outros, com personagens sociais que viveram no período citado.

A teledramaturgia focou nas duas personagens: a Laura Vieira interpretada por Marjorie Estiano e a Isabel por Camila Pitanga. Duas mulheres com realidades bem distintas, a primeira filha de barões, escravocratas e falidos produtores de café que tinham poder e status no regime imperial-monárquico-escravista, a segunda filha de escravos, não tinha perspectivas pelo fato de ser pobre e negra, apesar da abolição do sistema escravagista, sofria cotidianamente o preconceito e a discriminação racial, que forçava a exercer somente a profissão de doméstica.

Realidades distintas, as duas personagens resolveram lutar contra o preconceito e as injustiças, mulheres além do seu tempo e do pensamento de uma sociedade conservadora e reacionária, mas ao mesmo tempo mesquinha e hipócrita.

A personagem Laura Vieira, personificava uma mulher inconformada a submissão feminina ao machismo masculino imposta pela sociedade, umas das atitude foi pedir o divorcio ao marido, o Edgar Vieira interpretado pelo ator Tiago Fragoso, numa época em que o divorcio era inadmissível e a mulher carregava todo o sentimento de culpa, principalmente por ser solteira ou rejeitada pelo marido.

Outro fator considerado escândalo para a sociedade nesse período, era a da mulher trabalhar fora de casa, principalmente nas profissões consideradas degradantes, como no caso da Laura que trabalhou numa sapataria como atendente em que ela teve que abaixar-se para colocar os sapatos nos pés dos clientes, causando o constrangimento a sua mãe, a Constância ou a Baronesa da Boa Vista, por não aceitar a sua filha trabalhar nessas condições e não ser alvo de chacotas das senhoras e da alta sociedade carioca.

Perdeu o emprego de professora numa escola de freiras quando foi descoberta que era divorciada, foi hostilizada em todas as repartições onde frequentavam as senhoras da alta sociedade, foi trabalhar de secretária para o amigo do seu pai, que também é senador da república, sofreu tentativa de abuso sexual pelo amigo do seu pai, mas se passou a culpada por tudo, porque o pensamento da sociedade naquele período é se ela fosse casada e estivesse em casa cuidando do lar, dos filhos e do marido, nada disso havia ocorrido.

Daí você vê a ojeriza ao trabalho, que não está associada somente aos pobres e malandros, a própria elite também tinha aversão ao trabalho, principalmente nas profissões destinada aos pobres, no caso, a imensa maioria de negros e ex-escravos.

segunda-feira, abril 8

O Homem Sem Nome


Este é o desenho que fiz no Paint para o personagem o O Homem Sem Nome. Um ladrão de carros sem grandes palavras, poucos amigos, um tanto cínico e psicopata, mas alguns acham eles gente boa, mas a maioria já morreu.

Aí vão suas HISTÓRIAS:

Femme Fatalle

A Foda Com A gorda

Bala!

Brigitti Bardô - A transexual

Operação Boneca Kelly


domingo, abril 7

Carta


A vida ficou nua na minha frente e eu sequer olhei. Meu olhar atravessou e atingiu outro lugar, ou lugar nenhum. Foi como olhar para uma parede branca. A vida atirou cores em mim. Colocou reflexos da luz do sol nos vidros das casas. Despejou folhas secas em calçadas. O vento se jogava no meu rosto, perfumado. Levantei a gola da camisa contra o frio e continuei andando de costas para o pôr do sol. Mastiguei as suas frutas e não senti gosto algum. Sentei-me no cordão da calçada e as pessoas se apressaram na minha frente. Ao mesmo tempo, não vi ninguém, muito menos fui visto. Achei melhor assim. Eu vi um cavalo em Turim às chicotadas e provavelmente não reagi - talvez até tenha ajudado a dar as chicotadas. Céus! Por um minuto (que talvez tenha durado 20 anos) tudo era irreal. Foi apenas luz. Sem matéria. Insípida. Luz, apenas. Eu não sei se você me entende, também não espero que entenda. Estou esquentando a água para um café preto. Se quiser, pode se sentar na sala e beber comigo. Mas te conheço a ponto de saber que não irá ficar. Se levantará e sairá pela porta. Entende? Acredito que não. Ainda ouço seu salto alto atravessando o corredor até o elevador. A chaleira com a água quente começa a ferver. Amanhã vai chover. Será um dia cinza. De emoções cinzas. Olho para a sacada e lembro que preciso regar a minha horta. Você não entende. Nunca irá entender. Eu só quero regar os meus pés de alface.

quinta-feira, abril 4

Black Sabbath - "13" No Brasil



Por Natan Castro


Hoje caiu na mídia especializada a noticia que deixou os Headbangers do pais inteiro em estado de graça, foi confirmada a vinda da formação original da banda que criou o estilo Heavy Metal ao Brasil em outubro, com shows confirmados até agora em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, sim verdade eles os quatro Cavaleiros do Apocalipse o Black Sabbath. Depois de 31 anos sem gravar nenhum álbum com a formação inicial da banda, eles retornarão esse ano com o álbum chamado “13” nada mais apropriado para o ano de lançamento e toda a áurea de banda obscura que permeia a imagem do mito. No canal do youtube da banda caiu um trecho de uma das músicas e a capa do álbum confira abaixo.





quarta-feira, abril 3

Silêncio!





Vem e pega minhas mãos
Pare. E olhe lá para baixo
Observe como mergulham os suicidas
Agora vem e me abraça
Vamos repartir nosso luto
No chão nossas lágrimas
                    Serão cristais.