sexta-feira, setembro 14

Bailarina


                                                                 Fonte: photo pin.



Ontem ela esteve aqui, trouxe vinho antigo e ficou por horas deitada no chão, relatando suas andanças, reclamando de minhas mazelas, das coisas que escrevo e deixo amiúde pelo chão, sua preocupação me alimenta quando ela esta ausente, no meio da madrugada sua lembrança vacila na escuridão, é quando aceito o sono sem repulsa. Ela possui trejeitos de maldade, aquele olhar que ultrapassa as coisas, mas como já a conheço há tempos sei que não é por toda assim.

Muitas vezes discutimos sobre diversos assuntos, quando contrariada vem à tona aquele castelhano lá das terras da Andaluzia e depois se pôs a chorar ouvindo alguns fados e outras epifanias. Nunca a deixo perceber minha parcela de satisfação com suas visitas, nossas vidas se entrelaçam por conta do seu viés trágico, não escolhemos esse oficio, precisamos compartilhar a primazia desta condição.

Como de praxe cantamos a capela uma antiga canção, no abraço minha lágrima manchou sua fantasia de bailarina, porém ela sorriu dizendo ter mais um motivo para lembrar-se de mim sempre que estiver bailando por ai. Antes costumava me visitar durante o inverno, porém ontem o sol clareava os quatro cantos do quarto e também o dorso do meu corpo inteiro. Para ela não sei por que tudo isso importa, verificar as plantas colocando-as ao sol, dobrar as camisetas naquela posição anterior, apalpar minha barba por fazer, lá pras tantas ela pediu que cantássemos outra canção, no meio da manhã dei a ela de presente o vigésimo nono girassol. Isso foi ontem, hoje tudo continua como ela deixou e por ela assim tudo deverá continuar.

Bad Trip + E=mc²



Uma metanfetamina entre os neurônios e mil cabeças me perseguindo e logo depois um ansiolítico pra assistir poucos demônios bailando como vermes na carne podre e boto o Pete Doherty pra rodar no som ao volume no máximo e pego uma caneta qualquer em cima da estante pra escrever umas merdas de versos sem joguinhos de rimas num papel de caderno pra me sentir ALGO e depois limpar o cú com o mesmo papel. Grito desafinado... She opened the heart.... daqui do apê do meu brodér. Alguém do piso de cima se irrita com minha voz e manda calar a porra da boca porque ta passando a novela das 8.  


- Quem é você mesmo?


To falando com você parada aí em baixo no canto, sozinha como o Rio Nilo no Deserto do Saara. O nome eu já sei, eu quero saber QUEM É VOCÊ em Caps Look mesmo. Pergunta difícil? Eu sei Baby, que Freud to, putz! Sobe aqui e vamos transar e depois ver o sol se pôr no playground, mas me dê as mãos senão é capaz de eu voar nesse vento todo quem nem pipa com a linha cortada e parar lá no Japão e achar que eu estou num Mangá e olha que nem sei ler Mangá. Parece que é de traz pra frente, uma doidera assim. Por que Hiroxima e Nagasaki viraram pó, mesmo? Vocês queriam dominar o mundo, né? Tipo o Pink e o Cérebro, mas sempre da errado no final... Tinha um inimigo mais forte que vocês, né? Tudo vingança  dos ianques e da fórmula daquele velhinho de bigode ridículo o E= mc².


BoOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM