quarta-feira, março 6

Livre Como um Pirata - Cap.6


No primeiro dia do ano eu te vi feliz como nunca quando o Negão, com um grama de inocência e um quilo de espírito de porco arrastou a picanha dos meus pais da churrasqueira e começou a comer sozinho. Eu não consigo mais me imaginar fritando um bicho e comendo-o, você sabe. Mas era dos pais e da visita, poxa! Aí nós o pusemos de castigo e te demos aquele pedação de carne para comer sozinho. Nunca imaginaríamos que conseguiria.

Com seus poucos dentes, mas paciência de sobra, em pouco menos de uma hora você conseguiu terminar o jantar e depois foi deitar no quintal, feliz da vida. Você nunca teve a oportunidade de comer nada em paz, já que o Negão ficava te enchendo o saco, mas dessa vez eu te vi com um sorriso grande estampado no rosto depois da refeição. Nós profetizamos:

- Eita que 2013 vai ser o ano do Pirata!

Só começou bem mesmo. Mais uma vez nos equivocamos na profecia.



Tammys

O Papa latino ou negro?




Desde o anuncio da renuncia do Papa Bento XVI (Joseph Ratzinger) no dia 11 de fevereiro de 2013 para o último dia do mesmo mês (28), especula-se que o próximo papa seja um latino, mais precisamente aqui na América do Sul, ampliando as chances dos cardeais brasileiros, entre eles o Dom Raymundo Damasceno, Dom Cláudio Hummes, João Brás de Aviz, Dom Geraldo Magela e Dom Odilo Scherer, não sendo o brasileiro, pode ser o argentino, se não for nenhum dos latinos aqui no nosso continente, pode ser o espanhol, português ou italiano.

Porque esses países citados têm raízes fortíssimo com o catolicismo, e se não for o latino, pode ser o negro africano. Porque a santa igreja pode escolher um latino ou negro? A renuncia do Papa Bento XVI deixou a mostra a crise da igreja, para se ter uma ideia da dimensão desta crise, a última renuncia do papa foi a mais de 600 anos, uma série de denuncias como o caso do Vatileaks, denuncias de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o banco do Vaticano e envolvimento de padres com pedofilia e homossexualismo.
O Joseph Ratzinger é um conservador que não aceita as mudanças feita pela sociedade e também não aceita que a igreja católica adere, como a legalização do aborto e a união civil do mesmo sexo, por exemplo, e mesmo com o conservadorismo, não compactuava com as denuncias envolvendo padres e cardeais que maculavam a imagem da igreja.

Entretanto, o Bento XVI não queria manchar a imagem da instituição que já está desgastada há muito tempo com os escândalos, crimes praticados como a Inquisição e posicionamentos contrários as mudanças que vem ocorrendo na sociedade como eu citei anteriormente, mediante as estas circunstancias, resolveu renunciar para garantir a unidade da igreja, mas acabou mostrando ainda mais a crise que rola nos bastidores, principalmente entre os cardeais que participarão do conclave para a escolha do novo papa.

As sucessivas denuncias de corrupção e atos libidinosos das autoridades da santa igreja nos últimos anos aumentou o descredito de fieis e afastamento destes da igreja em todo o mundo, crimes praticados nos tempos da Santa Inquisição, o apoio a regimes tirânicos de militares, apoio a colonização do continente americano que resultou praticamente no extermínio de nações indígenas, apoio a colonização na África e o apoio no sistema de mão de obra escrava, especialmente de negros africanos reforçaram ainda mais o descredito da igreja com os fieis.

A prova do descrédito é na própria Europa, que aumenta e muito o número de fieis que não participam sequer em missas e não seguem a ordem religiosa, contribuindo assim para o crescimento de ateus e agnósticos, o posicionamento da igreja contra homossexuais e contra as mulheres que usam as pílulas anticoncepcionais, praticaram o aborto, divorciadas, não querem o casamento, não querem ficar dependendo de homem, seja do pai ou do marido, não querem ter filhos, ter filhos depois de obter independência financeira e ter filhos fora do casamento sem fazer questão da presença do pai, se afastaram da igreja.

Aumentando consequentemente o ódio a igreja e em especial ao papa, foi assim com o Papa João Paulo II que foi vítima de atentado, o Bento XVI que foi alvo ao longo destes 8 anos de uma fúria implacável de feministas que defendem o direito irrestrito das mulheres que a própria igreja condena e de homossexuais que tem direitos renegados mesmo quando o estado concede.

A possível escolha de um papa latino ou negro é uma forma de resgatar a credibilidade da igreja, como foi dito anteriormente, a Igreja Católica participou ativamente no processo de colonização que resultou no extermínio de muitas nações indígenas e apoio a mão de obra escrava em que muitos africanos foram arrancados na África e trazidos para cá como animais.

Que a própria igreja contribuiu para a dominação do homem branco através de jesuítas que tiveram a missão de europeizar os índios, muitos padres foram também senhores de escravos ao terem os negros como propriedades e propagavam a tese “Que os negros não tinham alma” e “Que negros são descendentes de Cam, e a cor negra na pele era uma maldição dada por Deus a estes, e a escravidão era uma forma disciplinar para adequar os mesmos ao trabalho e tirá-los do ócio” e muitas outras teorias que reforçaram o racismo no passar dos anos e os negros passaram a serem vistos de forma negativa em todos os aspectos.

A escolha de um latino e principalmente aqui no continente americano é uma forma de minimizar as atrocidades cometidas pela igreja em virtude do catolicismo ser muito forte especialmente na América do Sul, porque de forma ou outra, a igreja fez parte na formação de nossa sociedade, e tem grande parcela de responsabilidade pela concentração de renda, desigualdade social, pobreza, miséria e exclusão social nos países da América Latina, inclusive no Brasil.

Diante desses fatores, a igreja quer recuperar a sua imagem, porque o analfabetismo é muito grande no continente e a igreja tem influencia enorme sobre as pessoas, principalmente no assunto sobre o aborto, homossexualismo, família e propriedade privada. Porque a sociedade da América Latina, e especialmente aqui no Brasil é fortemente conservadora, e isso é bom para a igreja.

Porque maior a pobreza, maior o analfabetismo, maior o analfabetismo, maior a dominação e manipulação, esse é o intuito da igreja em escolher o papa latino ou negro africano.

Os europeus se libertaram das garras do catolicismo, não permitindo mais o poder e influencia sobre os indivíduos, mesmo em países tradicionalmente católicos como a França, Alemanha, Itália (o estado do Vaticano fica no coração de Roma, capital do país), Espanha, Portugal, Inglaterra e muitos outros, mesmo em países como a Grécia, por exemplo, onde o catolicismo ortodoxo é muito forte, mas, contudo isso, a igreja está fortemente desgastada.
O possível papa negro africano, é uma forma de minimizar as atrocidades cometidas pela igreja, principalmente ao apoiar a colonização e a escravidão de negros do continente que serviram de propriedade a muitos brancos europeus, mas também expandir o catolicismo na região pra frear a influencia muçulmana e as religiões locais de etnias que até hoje mantém os costumes apesar da forte repressão de estados europeus durante as colonizações e da própria igreja que enviavam padres para europeizar os nativos, no mesmo processo com os indígenas.

Ao contrário de muitas nações indígenas que foram exterminadas, os africanos resistiram as colonizações e a manipulação da Igreja Católica, mantendo as suas culturas e tradições que quiseram exterminar, a escolha de um possível papa negro é para propagar a religião no continente e frear a influencia e poder muçulmano e islâmico, que é presente no Norte da África como na Argélia, Tunísia e Egito, por exemplo, mas é também presente na Nigéria, Quênia, Uganda e Etiópia, que são países onde os católicos e muçulmanos praticamente vivem em conflito.

E também as religiões locais que eu ressaltei anteriormente, como o candomblé, umbanda e vodu, por exemplo, que é muito forte e presente aqui no Brasil e Haiti, que foram trazidos por escravos africanos.

A Igreja Católica pensa em mudar os seus posicionamentos ou aderir aos poucos às mudanças? Não! A igreja é uma das instituições ou se é a mais antiga da humanidade, sempre foi avessa às mudanças com o passar dos tempos, criou a Inquisição justamente para perseguir aqueles que eram contrários as suas doutrinas e impedir as mudanças que estavam ocorrendo.

E quem mais sofreu com a Inquisição foram justamente os intelectuais como Galileu Galilei, mulheres como a Joana D´arc, homossexuais ou pessoas comuns que eram condenados injustamente e muita das vezes sem saber os motivos.

A inquisição acabou, mas as perseguições continuam até os dias atuais, para se opor as mudanças feita pela sociedade, se aliou aos tiranos como o Francisco Franco na Espanha, Antônio Salazar em Portugal, Pinochet no Chile, Mussolini na Itália, Hitler na Alemanha e em muitos países na América e na África governado por ditadores.

Foi assim aqui no Brasil ao apoiar o golpe de 1964 orquestrado pelos militares, sendo conivente e cumplice com as práticas de torturas, sequestros, assassinatos e desaparecimentos das vitimas.

A Igreja Católica reforçou a imagem negativa dos comunistas, “Que todo comunista é ateu”, “Que comunista é comedor de criancinhas”, “Que comunista não permite propriedade privada, ou seja, ter casa própria ou carro, por exemplo”, os comunistas passaram a ver visto de forma satânica, fazendo criar o imaginário popular entre as populações pobres e analfabetas a terem medo de comunistas.

A escolha do polonês Carol Wojtyla, o Papa João Paulo II em 1978, foi para combater o comunismo e incitar os católicos dos países do leste europeu a lutarem contra o regime comunista controlado pela antiga União Soviética.

A Igreja Católica fez campanha contrária a Dilma Rousseff nas eleições de 2010 para presidente da república por ser favorável ao aborto e por ter participado de uma guerrilha paramilitar com ideais comunistas e pego em armas para lutar contra a ditadura militar, na qual foi presa e torturada na década de 1970.

A Igreja Católica sempre esteve afinada com a direita, especialmente com os conservadores e reacionários, e atua desse modo em todos os países do mundo, aqui na América do Sul então... Que o diga os governos da Venezuela de Hugo Chávez, do Rafael Correa no Equador, Jose Mujica do Uruguai, Cristina Kirchner na Argentina e Evo Morales na Bolívia.
Mediante a essa realidade, praticamente não há mudanças de posicionamentos politico e ideológico da igreja, apesar de haver uns cardeais progressistas que farão parte do conclave, mas ainda são minorias, entretanto, não podemos desconsiderar a influencia destes progressistas no conclave e podem ser determinantes na escolha do novo papa que pode mudar os rumos da igreja católica.

Portanto, é extremamente necessário acompanhar o conclave da igreja para a escolha do novo papa, mas não fiquem felizes e muito menos sintam representados no fato do novo papa ser o brasileiro ou negro africano.