sábado, julho 7

Camus fundiu a Cuca de Zeca e Zeca Fundiu minha Cuca

O título não é só parafraseando Caetano quando defendeu Gil naquele Festival da RECORD (não lembro o ano ao certo, mas era ano de chumbo) em que foram desclassificados pelo júri "simpático, mas incompetente" e caetano canta “...é proibido/probir...” sobre vaias do público e solta seu rugido sobre a juventude.


O Zeca em varias entrevistas suas li ele citando Camus. Diz que leu O Estrangeiro com 14 anos e parece que ficou meio pirado da cabeça por dias e talvez até hoje. Eu com 14 anos não li Camus, mas escutei Zeca, o Zeca Baleiro, pois andava com balas ( doces e não de chumbo) no bolso e acabou pegando esse apelido e adotando como nome artistico. ( Na revista UMDEGRAU lançada aqui na ilha com uma única publicação, a qual foi um dos editores usava somente o nome Zeca – Data de 1989 e imagino que andava já com as balas no bolso - não só de doces e tb de outras besteiras )


Após um mudança de Bairro me cerrei dentro de um quarto na nova casa nova e em solidão me caiu nas mãos o album Por onde andará Steven Fry? E de cara me identifiquei e fiquei lá escutando todas as faixas daquele álbum e principalmente duas faixas: Bandeira e Scap. Dali em diante larguei de escutar metalica, the cure, smashing pumpkins, sepultura, e tudo que foi me jogado pela MTV e de um célebre programa de uma rádio daqui chamada TIME ROCK. Zeca havia fundido minha cuca, já era outra coisa, fazia todo sentido, era o que eu queria.

Um dia ainda tomo satisfações com Zeca que descobri outro dia que a irmã do meu avô foi casado com uma das irmãs de seu pai. Minha familia parte de mãe é toda de Arari e a Familia de Zeca tb – só que eles são provenientes da Síria – Carcomânos como diziam ou árabes e a minha sei que vieram de Anajatuba e de lá num sei mais...portugueses da silva provavelmente.

Entonce... Vou deixar o clipe da Música Bandeira e o poema Belo Belo do Manuel Bandeira.

Belo Belo
Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.
E o risco brevíssimo - que foi? passou - de tantas estrelas cadentes.

A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.

O dia vem, e dia adentro
Continuo a possuir o segredo grande da noite.

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.

As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.
......