domingo, novembro 27

Obrigado por fazer amor comigo assinado: Vanessa.


Já passava da meia noite quando Morávio andava há 40 km pela orla da praia, destino esse que ele fazia a alguns meses, quando a insônia insistia em voltar. Neste dia algo chamou sua atenção diferente das outras vezes que passou por ali. Andando à mancar estava uma mulher que, usava um vestido prata, parecia ter machucado o pé, segurava nas mãos as sandálias de salto alto. Morávio parou e observou aquela mulher passar próximo de seu carro, percebeu na pouca distância que ela chorava copiosamente, por um instante pensou em ligar o carro e continuar seu passeio pela avenida vazia, mas resolveu seguir lentamente aquela mulher, a cada metro que o carro percorria a frente ele olhava a mulher intensamente, porém ela parecia o ignorar completamente, talvez o motivo do seu pranto fosse suficiente para que essa percepção não acontecesse. Morávio foi tomado por uma certa angústia com a cena. Subitamente parou o carro e começou a seguir aquela mulher, apressou o passo queria chegar mais perto dela, compartilhar da dor, saber o motivo das lágrimas. Ao perceber sua aproximação ela se pôs a correr em direção a areia da praia, ele também, ela jogou fora as sandálias e se jogou em meio às ondas que quebravam sem o menor pudor naquela madrugada. Morávio aumentara mais ainda sua angústia, não restava nada a fazer do que adentrar o mar em busca daquela coisa quase sem sentido.

Após alguns mergulhos ele conseguiu abraçar sua cintura abaixo do nível do mar, por uns segundos ela tentou se desvencilhar, depois exausta convalesceu nos braços dele. Ao iniciar o retorno a areia da praia ele pode observar melhor os traços daquela mulher, a maquiagem borrada por conta do sal das lágrimas e do mar.

Polícia Universitária

Há poucos dias o Brasil presenciou mais uma violência policial com os estudantes, e mais uma vez na USP (Universidade de São Paulo) na capital paulista (São Paulo) que prenderam os estudantes por supostamente portarem maconha.
Essa atitude foi o estopim para os estudantes do FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da mesma instituição entrar em confronto com os policiais e ocupar a reitoria.
A grande imprensa deste país, no caso a Rede Globo, Bandeirantes, Record, SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), Redetv e outras como de costume, estava contra os estudantes a ponto de alguns jornalistas chamarem de “vagabundos”, baderneiros” e outras denominações que todos já conhecem.
Mas antes desse fato ocorrido um estudante foi assassinado dentro das dependências da universidade, e esse incidente não é isolado porque outros casos semelhantes já ocorreram, eu particularmente não conheço a USP, mas quem conhece falam que a área da universidade é imensa e com localidades bastante sinistras principalmente a noite, propicio a assaltos, roubos, furtos, estupros e outros tipos de violência.
Vamos ao caso do Campus da UFMA com a sua grande área, mas não tanto quanto a USP (a meu ver), já houve roubos, assaltos, estupros e outros, como não querer a segurança dentro da instituição com esses problemas?
Lembro-me em tempos de movimento estudantil que alguns segmentos pregavam a retirada dos seguranças armados e uma segurança sem armas, como podemos querer seguranças sem armamento se a UFMA está localizada nas áreas mais violentas de São Luís? não se trata de defender o policiamento e a repressão.
Porque a segurança no campus da UFMA ou em qualquer instituição público de ensino superior no Brasil afora que passa pelo mesmo problema é necessária, a questão que deve ser discutido pelos estudantes, professores e técnicos é que tipo de segurança que deve ser implantada nas universidades.
Porque a atitude da Polícia Militar de São Paulo na USP foi autoritária, porque o consumo da maconha não é crime de acordo com a nova lei, o usuário/dependente químico não deve ser tratado como criminoso também de acordo com a nova lei, se a policia e a grande mídia afirmam o uso da droga, cadê as provas? Quem foram esses estudantes? Se os grandes veiculadores da noticia no país afora estavam propagando que os estudantes não devem ter privilégios, nem usar drogas nas universidades e serem tratados como pessoas comuns, eu pergunto novamente. Cadê as drogas? Que quantidade era para ser caracterizado como tráfico? Quem são esses estudantes? Não houve em nenhum momento documentos com fotos ou testemunhas para provar. Creio eu que a maconha foi apenas um estopim para a polícia exercer o papel de repressor contra os estudantes. Porque o atual reitor da universidade é intimamente ligado ao governo tucano paulista. É apontado por muitos estudantes como autoritário e rege a instituição a mãos de ferro.
Todos nós conhecemos que o uso da drogas sempre foi o tema de debate nas universidades, uso das mesmas é ocasionado a vários fatores, recentemente o STF (Supremo Tribunal Federal) respaldou a marcha pela legalização da maconha por reconhecer que é uma liberdade de expressão e é legitimo o debate em todas as esferas da sociedade.
Portanto, a atitude policial foi extremamente arbitraria no intuito de reprimir os estudantes a todo e qualquer custo, mas com todo esse incidente que não é isolado continua sendo importante a existência de uma segurança nas universidades, mas que tipo de segurança e sendo especifica a lidar com o cotidiano dos estudantes.
Todo e qualquer órgão de segurança é repressor, e isso é fato, mas há diferenciação e funções diferenciadas aplicado por cada instituição, por exemplo, a Polícia Federal e a Polícia Militar nos estados são repressoras, mas com o papel diferente em suas funções.
A Polícia Universitária nas universidades seria importante, porque a função aplicada seria diferenciada com os demais órgãos de seguranças, especialmente a lidar com os estudantes e o ambiente estudantil e acadêmico.
Seguindo assim, a segurança é necessária, mas que tipo de segurança queremos nas universidades? Porque com a segurança já é um problema e sem ela é pior ainda.