domingo, maio 29

Reminiscências de uma inesquecível companhia.

Ainda lembro quando ela estava por aqui, tudo que aprendi sobre a vida ela quem me ensinou, ela com seu brilho e suas várias histórias, o sentido de bem e mal não foram meus pais, muito menos outro parente próximo quem me ensinou e sim ela, todos nós aqui em casa buscávamos seus conselhos, como um oráculo ela tirava as dúvidas, nos indicava os caminhos a percorrer, ela esteve entre nós nos momentos mais difíceis e também nos momentos mais alegres, nas festas de fim de ano, no carnaval, nos aniversários. Em certos momentos tudo girava em torno de sua presença, na infância esteve junto de mim quando minha mãe me curava a febre com chá e bolachas cream cracker, na adolescência ela foi testemunha do primeiro beijo que roubei no sofá da sala, na chegada do meu primeiro violão, dos livros amontoados ali próximo, pode observar a chegada do meu filho na família, testemunhar seus primeiros passos ao redor da mesa de centro. Hoje é um dia triste perdemos um ente muito querido, hoje pela manhã ela não iluminou mais nossas retinas com o colorido de suas imagens e seus vários diálogos em assuntos direcionados a nossa escolha. hoje por volta das onze da amanhã recebemos a ligação do técnico de eletrônica, nos informando a morte de nossa tão querida televisão de 20 polegadas. 

James Jamerson

Por Eduardo Monteiro

Eu, meu baixo, um método de contrabaixo aberto e as faixas no computador. Exercícios legais, alguns bem difíceis... lá pelo exercício setenta e dois os sinos tocam, ou melhor, ouço uma linha do James Jamerson. Os leitores baixistas devem conhecê-lo, mas, para quem nunca ouviu falar, posso apresentá-lo utilizando a primeira coisa que me vem à cabeça quando ouço seu nome: “My Girl” do Temptations. Essa faixa, que já foi cantada no chuveiro, dançada na sala e balbuciada em diversas outras situações, foi e ainda é um grande hit, um clássico, parte desse sucesso pode ser atribuída a essa linha envolvente criada pelo grande James, que também tocou com nomes como Steve Wonder, Marvin Gaye e Jackson Five, deixando a sua marca em canções que não nos saem da cabeça.

Deixo-os, não com o clipe da música, mas com um dos milhões de admiradores do James tocando “My Girl” (ah, é claro que você lembra do filme “Meu primeiro amor”, pois é):



O Decadentismo



Por Cris Lima

Em meio às transformações socais e econômicas que o mundo atravessava no período conhecido como fin-du-siècle, o declínio do império, sobretudo na França e na Inglaterra e ascensão de uma classe ávida por poder e prestígio social, a burguesia, surge uma estética sem preocupação em defender algum lema, sem fazer algum tipo de revolução, o Decadentismo.
Os decadentistas, como foram chamados os escritores desse período finissecular, acreditavam que a sociedade francesa e inglesa passavam por um período de decadência, declínio, mas na verdade o mundo por inteiro encontrava-se mergulhado por uma onda de pessimismo, frente ao um novo século que vinha surgindo. Inúmeras modificações no cenário das grandes cidades como Paris e Londres faziam-se notar, o que fez com que intelectuais como Baudelaire, Rimbaud, Verlaine, Mallarmé, Oscar Wilde, D’Annunzio, entre outros, começassem a criticar o modo como a vida social se tornava cada vez mais artificial.
As transformações que ocorreram nas metrópoles foram os balés, as casas de ópera, os bordéis, os bulevares, lugares do divertimento e do prazer. Tais mudanças, também se fizeram notar aqui no Brasil no inicio do século XX, a chamada “Belle Époque Tropical”. O Rio de Janeiro, capital da república, foi um espaço bastante retratado por nossos artistas decadentistas, entre eles: João do Rio, um representante singular dentro da estética decadentista. Da mesma forma que aristocracia francesa e inglesa encontravam-se em ruína, a brasileira também não estava diferente, a sociedade carioca começava a experimentar do progresso com a industrialização e a democracia.

Em outro momento trarei mais informações sobre o Decadentismo, mas abaixo indicarei alguns autores sobre o assunto para quem se interessar:

BAUDELAIRE, Charles. Sobre a Modernidade.Org: Teixeira Coelho Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas III: Charles Baudelaire: Um Lírico no Auge do Capitalismo. 3 ed. – São Paulo Editora brasiliense,2000.
PRAZ, Mario. A carne, a morte e o diabo na literatura romântica; Trad: Philadelpho Menezes. Campinas, SP: Unicamp. 1996.