quarta-feira, dezembro 7

MORPHINE

Um ambiente sombrio de filme noir e que cheira a adultério, nicotina e crimes carnais... Um mundo de refúgios alcóolicos para noites infernais, devassidões inundadas com complexos de culpa, jogos de bilhar em salões decadentes, desmaios de porre em noitadas solitárias, serenatas sombrias que se estendem em bares suburbanos, ascensões drogadas a outras dimensões... São as imagens que vem a minha cabeça quando escuto Morphine. formado em 1989 nos E.U.A com Mark Sandman no baixo (de duas cordas) e vocais, Dana Colley no saxofone e Billy Conway na bateria.
Aí vocês devem estarem se perguntando; falta algo? cadê a guitarra? Sim, a famosa guitarra, com certeza prezados; o Morphine não possuia esse instrumento na sua formação, quem fazia, às vezes, era o sax barítono pontuado pelo baixo de duas cordas chapadão de Mark Sandman. 
O Morphine era uma junção de Blues com Jazz transformado em uma banda Rock Alternativo única, tudo isso guiada pela voz rouca sorvida a boas doses etílicas e algumas carreiras de cocaina. Mark nunca escondeu sua predileção pela literatura Beat, retirava dos romances Beatnicks as nuances para suas letras.
Mark Sandman chegou a morar no Brasil no começo dos anos 90. a banda durou até 1999 com quatro álbuns festejados por critica e público, nesse mesmo ano em um derradeiro show na Ítalia Mark sofreu um ataque cardiaco fulminante em pleno palco, com certeza motivado pela famosa união de álcool e cocaina. O legado ficou através de um som autoral e moderno, um caminho a ser seguido pelo blues e jazz que o rock, ou mais precisamente, que a música pop desconhecia.