domingo, julho 17

Band-aid da Johnson

O cheiro do teu cigarro invadiu a casa.
Tive a saudade da madrugada ligeira.
Meu bem, não posso te amar!
Não! Não!
Não agora que meu cartão de crédito estorou

O novo dos teus livros entraram em minha estante
Tive a certeza da verdade doída
Meu bem, não posso te querer!
Não! Não!
Não agora que minha calça jeans rasgou.

[È justo ao meu coração volúvel de atriz de segunda recusar tuas noticias]

A burguesia de tuas camisas expenderam-se no meu varal
Tive a ilusão da mentira santeira.

Meu bem, não posso te ter.
Não!Não!
Não agora que meu único peito usa um band-aid da Johnson.

O Escuro é Chato

Cheguei ontem pela manhã nu no mundo. Não pedi pra mamãe e papai nascer, mas me deram à luz em novembro. Tirando nove meses acho que germinei na folia do carnaval. Cresci e vi a luz do sol e da lua que reflete o sol. Tomei vinho tinto seco da serra gaúcha só e dissertei sobre a morte, nos signos do zodíaco sou um artrópode e no chinês sou um mamífero, será que isso diz alguma coisa de mim? Será que minha personalidade esta premeditada?! Não sei, sei que me apaixonei quando deu um nó na garganta naquele buteco do João. Acabei dormindo bêbado sonhando em ser pastor. Pena que não tinha ovelhas cajado você cachorro quente, mas não esquente baby! Era tudo ilusão de ótica sem final feliz. Sabe?! Me deram um nome, sobrenome, me bateram, derramei sal com água, pensei em voltar, mas estava bem longe, mas voltar pra onde mesmo? Por um triz não me matei, vi o mar, ri, perdi um dente de leite.
- olha uma estrela cadente ali entre aquelas nuvens que me lembram um elefante azul que fazia brincadeiras num circo perto de casa com palhaços contando piadas engraçadas e jogando malabares.
Fiz um pedido: tocar baixo numa banda de blues,
Fiz uma oração e não teve deus que me ajude
Foi em vão foi uma rima idiota que escrevi
Pra rimar oração com vão
- Me dá a mão?
Aperte com força, não solte, por favor, senão, senão eu não sei, talvez, o coração vá acelerar sair do peito sem direção perdido na velocidade da luz. E como eu disse: me deram a luz, me deram varias bandeiras também: futebol, política, medicina e o diabo escambal.
- não fale palavrões!
- palavrão existe para ser ditos, senão não existiam. Oras bolas!
- Não fume! Não beba! Não ouse!
- Vou me retirar do recinto, com licença madame, chega! Vou ali fuder. Me fuder. Me dizer que dizer é pra dizer. Parabéns pra você. Vai casar quando? Adolescente, carente, pervertido, cabeça de vento, onde eu me acho? To perdido. To doente doutor. To com dor de cotovelo.
- tomará tranqüilizantes, antipsicoticos e terá sessões de eletro choque e infelizmente usará uma camisa de força.
- Por quê?
- Por que está descontrolado.
- posso fazer uma ligação local?
- pra onde?
- pra minha mamãe, ela faz uma carne com verduras que é uma delícia, se você provasse. Pra namorada, ela discute coisas que não discuto com ninguém, pro os irmãos, eles me dão dinheiro quando preciso, e claro, ia esquecendo, pro meu pai que foi pro céu e gostava de fritar ovos e salsicha na madrugada quando chegava do jogo da dama.
- qual é o numero?
- esqueci doutor, mas sei de outras coisas. Sei soma, subtração e multiplicar os pães.
- leve ele para a solitária!
- solitária, que isso, um verme?
- um quarto escuro.
- Sabe?! Não gosto da escuridão, me deram a luz, preciso de luzes, tenho medo de ficar só no escuro. O escuro é chato pra caramba.

07/09/2009