quinta-feira, junho 13

O desgaste natural no Futebol

Por William Washington de Jesus

Desde a eliminação do Barcelona na liga dos campeões da UEFA (União Europeia de Futebol e Associações) para o Bayern de Munique (Alemanha) e principalmente na inacreditável derrota em pleno estádio Camp Nour de 3 a 0 para o adversário na semifinal da competição.

Falam do fim da era do clube catalão e possivelmente o fim do apogeu de Messi, eu afirmo que não, o que está ocorrendo é o desgaste natural que o clube vem recebendo por tudo que já ganhou nos últimos 5 anos, e graças ao Barcelona que a seleção espanhola conquistou a última copa do mundo realizado na África do Sul em 2010, porque a base da seleção é praticamente do Barça, e só faltou o Messi pra completar o time.

O Barcelona continua sendo os melhores times do mundo, e sempre será os favoritos a conquistar a liga dos campeões, campeonato espanhol (este já perdeu a graça há muito tempo devido a hegemonia com o Real Madrid) e o mundial de clubes da FIFA (Federação Internacional de Futebol e Associação).

O processo de desgaste que está passando o Barcelona é natural, todos os clubes já passaram por esse processo, foi assim com o Real Madrid nas décadas de 1950 com Di Stefano, Puskas e Cia, década de 1990 e inicio dos anos 2000 com Raul Gonzalez, Hierro, Seedorf, Zidane, Luís Figo, Ronaldo Fenômeno, Beckham e Cia. Milan no final dos anos 1980 e inicio dos anos 1990 com Massaro, Maldini, Baresi, Van Basten e Cia. Bayern de Munique na década de 1970 com Franz Beckebauer, Méier e Cia. Aqui no Brasil com o Santos na década de 1960 com Pelé, Pepe, Coutinho e Cia. Internacional na década de 1970 com Falcão, Figueiroa e Cia. Flamengo na década de 1980 com Zico, Júnior e Cia. Palmeiras nos anos 1990 com Rivaldo, Mazinho, Zinho, Paulo Nunes, Edmundo “Animal” e Cia. Vasco da Gama no final dos anos 1990 e inicio dos anos 2000 com Edmundo “Animal”, Evair, Ramon, Juninho Pernambucano, Felipe, Pedrinho, Odvan, Mauro Galvão, Carlos Germano, Romário, Juninho Paulista e Cia. São Paulo nos anos 1990 com Raí, Muller, Toninho Cerezo, Zetti e Cia.

Todos os clubes citados foram campeões em competições nacionais, continentais e mundiais, exceto o Internacional que nesse período não foi campeão continental, mas chegou até a final da competição, Vasco da Gama e Palmeiras disputaram a final do mundial de clubes e não foram campeões.
Entretanto, todos montaram um time que pendurou certo período de hegemonia e favoritismo absoluto em todas as competições, até se degastarem naturalmente, seja com a venda de jogadores, aposentadoria de uns ou perca da hegemonia em campo, devido o conhecimento das equipes adversárias sobre o favorito.

A prova disso é o caso do Barcelona, todas as equipes adversárias do mundo conhece o esquema tático do clube catalão, especialmente do Messi, principalmente da liga dos campeões, lembram do Chelsea que foi campeão da liga ano passado (2012)? O mesmo eliminou o Barça com Messi em campo na semifinal, e foi justamente no estádio Camp Nour, casa dos catalães, o clube inglês passou o jogo inteiro jogando na retranca com o forte esquema defensivo, só avançou nos contra-ataques e quando a zaga catalã vacilava.

O jogo acabou em 2 a 2, como o Chelsea havia vencido o primeiro jogo em casa, se classificou para a final, o clube inglês usou todo o esquema tático para parar o ataque do Barcelona e com marcação especial sobre o Messi, o futebol da equipe do Barça é conhecido mundialmente, as equipes adversaria já sabe com quem está jogando... Enquanto o próprio Barcelona é desprovido de conhecimento sobre as equipes adversárias.

A maior prova que eu posso mostrar isso, apesar de ser bobo para uns, mas com certeza irão me respaldar.  Pegamos o time de Balsas, por exemplo, que recentemente disputou o campeonato maranhense de futebol e jogava no estádio Cazuza Ribeiro (que fica na cidade de Balsas).

Se houvesse um amistoso entre o Barcelona e Balsas na cidade de Balsas no estádio Cazuza Ribeiro, com a presença do Messi, Iniesta, Xavi e Cia. Obviamente os torcedores, comentaristas, cronistas esportivos e a opinião pública em geral iriam falar que o clube iria golear e humilhar o time local.

Obviamente seria o mais provável, mas haveria um detalhe que poucos observariam, o Balsas conhece o Barcelona, seus jogadores e o esquema tático da equipe, enquanto o próprio Barcelona não conhece a equipe local, seus jogadores, esquema tático e nem mesmo o estádio que a equipe joga. 

Isso para o Barcelona seria de certa forma um problema, que a equipe de Balsas iria tirar proveito para no mínimo não perder de forma humilhante para equipe dentro de casa diante da torcida, e isso é faz uma diferença e tanto para a equipe local quando joga em seus domínios.

O Barcelona e demais clubes europeus já estão acostumados a jogar em estádios com toda pompa, gramados que parecem o tapete em que a bola rola como estivesse no asfalto, vestiários que mais parecem uma suíte presidencial com direito a sauna e hidromassagem a jogadores, muitas das vezes é individual e exclusivo a craques de suas equipes.

Enquanto aqui no Brasil, muitos estádios não atendem as estruturas exigidas pela FIFA e a UEFA, são gramados naturais com gramas mesmo, mas que apresentam problemas a jogadores, os gramados com buracos ou onduladas, areias ou falta de gramas, enfim, sem condições de jogo para os jogadores.
Mas muitos clubes daqui do Brasil usam as condições ruim dos gramados para tirar proveito em dias de jogos sobre os seus adversários, a prova disso é o Náutico, clube pernambucano que está disputando a primeira divisão do campeonato brasileiro.

Em seu estádio, os Aflitos, o gramado é ruim, já foi reclamado por todos os clubes que já jogaram no local, mas a diretoria do clube não se preocupa em melhorar o gramado, pelo contrário, faz questão de mantê-la nas mesmas condições como forma de isca aos adversários enquanto os jogadores do Náutico se adaptam as condições do campo para tirar vantagem nos dias de jogos.
Não é a toa que dificilmente o Náutico perde jogos em seu estádio, principalmente no campeonato brasileiro, a equipe pode não fazer uma bela partida, mas só o fato de conhecer o gramado já sai em vantagem sobre as equipes adversárias.

O Barcelona ou qualquer outra equipe europeia teriam dificuldades em jogar aqui no Brasil com muitos estádios nessas condições. Os seus favoritismos se tornariam em nada quando fossem surpreendidos por equipes locais que atuam em seus estádios nessas condições. 
Em virtude disso, não há crise no Barcelona, são apenas um desgaste natural por um time que ganhou tudo nos últimos cinco anos, que só falta ganhar a competição futebolística interplanetária.

A hegemonia do Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique e Borussia Dortmund que estiveram em semifinais, as duas ultimas equipes citadas que são alemãs e disputaram a final da liga da UEFA no estádio de Wembley em Londres.

Demonstra o amplo favoritismo da Espanha e Alemanha na copa de 2014 aqui no Brasil, especialmente a última campeã na copa de 2010 na África do Sul, a Espanha, porque a base da seleção e majoritariamente do Barcelona e depois o Real Madrid, e da seleção Alemã é formada por jogadores do Bayern de Munique majoritariamente e seguida por outras equipes como o Borussia.

Essas seleções vêm para a copa com amplo favoritismo, mas terão que se adaptar aqui no país, não com os estádios que estão sendo reformados ou construídos rigorosamente por padrões exigidos pela FIFA, apesar de estarem gastando bilhões, as seleções favoritas terão que se adaptar as condições climáticas no qual não estão acostumadas, e isso é favorável ao Brasil e as demais seleções que já estão habituadas ao clima tropical.