quarta-feira, junho 1

Sampaio Corrêa x Barcelona


foto: diego pires

Nunca esqueço aquela clássica pergunta da professora do primário:
O que querem ser quando crescerem?
Jogador de futebol – respondi sem hesitar.
Era mais uma criança brasileira que tinha esse sonho como principal referência, a qual o jogador francês Thierry Henry enfatizou que nós brasileiros só jogávamos bola e não estudávamos e por isso somos sempre os melhores do mundo o que repercutiu no ego dos nossos políticos e do pouco do nosso nacionalismo e de Socrátes.  
Até tentei, mas no máximo, conseguir ser um mediano peladeiro de rua de dedo esfolado. Não sou saudosista como Eduardo Galeano (até porque sou de outra geração) que este prefere num ato de rebeldia ver os meninos uruguaios jogando o verdadeiro futebol arte na rua em vez dos jogos da tv que virou business e  lembra-se da copa de 50 e admira o capitão uruguaio Obdulio Varela que tomou um porre depois de ver o Maracanã em silêncio e lágrimas deixando milhões de brasileiros desolados enquanto poucos milhões de uruguaios vibravam. Numa época em que o jogador quase sempre acabava sua carreira com a mesma camisa e não havia patrocínio. Que logo depois Pelé foi o rei e Garrincha surgiu com as pernas tortas com driblos mais tortos.
Não sou lá um saudosista, mas sou um puta sonhador. Queria ver mesmo era o Sampaio Corrêa na primeira divisão jogando contra o Corinthians e poder sentar na geral do Castelão (infelizmente desativada hoje) e gritar num gol do rápido Bruno Limão ou de um chute forte do armador Cléo vestindo a camisa verde amarela e vermelha. Ver meu jovem amigo João Deboá aspirante a zagueiro fazer carreira na Bolívia Querida e ver sua boa marcação e não tentar migrar pra outro estado ou outro país por falta de oportunidade aqui.
Eu só queria ver o Sampaio contra o Barcelona na final do Mundial no Japão.