domingo, junho 5

Canastra

Por Eduardo Monteiro

Lembro que logo que ouvi o Canastra só pensei em uma palavra: “familiar, é um som muito familiar. Já ouvimos algo parecido em algum que não lembramos... mas. calma não falo de plágio, isso sim seria injusto. O Canastra é uma banda que consegue tocar jazz, surf music, e ritmos latinos com uma pegada bem brasileira. Destaque para “Chega de Falsas Promessas”, “Chevette Vermelho” e “Dois Dedos de Conhaque”. Plagiando a crítica poderia dizer que é “música antiga com uma pegada nova”, mas quem sou eu pra plagiar a crítica?

Esse é o cara

Esse, de terno e gravata, óculos escuros e uma semi-automática com silenciador, não é, ninguém mais, ninguém menos, que Gerald, que não é, nada mais, nada menos, que um agente secreto da Cia duro de matar, faro especial para o crime, incumbido, neste exato momento, de uma missão especial que, certamente, irá cumprir, pois, como sempre, está na pista certa, seguindo seus instintos hollywoodianos. Esse é o cara! Esse é o nosso homem de confiança, mas, infelizmente, ele acabou de morrer. De quê? de tiro.  Tiro de quê? De escopeta? De quem? Ah sim! Esse sim, de terno gravata, óculos escuros, desmontado uma escopeta com mira, colocando-a numa caixa, no alto de prédio a quinhentos metros de distância do alvo, esse sim, é o cara. Assassino profissional. Sangue frio. Mata por encomenda. É, sem sombra de dúvidas, um anti-herói. Treinado no Iraque trabalha para uma associação que mata apenas pessoas corruptas, como o caso do falecido agente da Cia. Esse matador é, com certeza, o nosso herói, se não fosse o infortúnio de, ao sair do prédio, escorregar numa escada molhada e quebrar o pescoço na queda. Mas quem estava lavando a escada? Era um estranho faxineiro, uma pessoa aparentemente normal, mas, na verdade, um serial-killer. Homem frio. Vida dupla. Mata sem qualquer piedade, faz casaco de pele humana, come canela cozida e coleciona os olhos que arranca das vítimas, sempre mulheres entre trinta e quarenta anos, a idade em que sua foi assassinada. Esse é, com todos os indícios, o nosso personagem principal. Conflitos psicológicos. Órfão de pai.  Teve a mãe morta e estuprada na frente de seus olhos. Já é o criminoso mais procurado do FBI, se não fosse vir ao óbito por uma infecção intestinal, devido ingestão de uma coxinha estragada. Mas quem vendeu o salgado? Foi senhor da lanchonete. Esse não vai morrer, exceto que canse a velhice, segue todo dia a mesma rotina, abre às 6:00, fecha às 20:00 e, se não ganhar na loteria, vai ter sempre a mesma vida. Esse é o cara! Esse é o nosso protagonista.

Igor Nascimento.

Rabiscos I

Foto: Alice, reticências e... etecétera
Era madrugada. O sol preguiçoso não dava sinais de vida e a escuridão se arrastava infinitamente me tirando o sossego. A única luz que parecia existir era de algumas estrelas, assim como eu, solitárias. Era um dia qualquer, de um ano qualquer... Eu, a insônia e as estrelas. Estávamos ali na janela do mundo, a data era indiferente quando recomecei a escrever.

Alice Nascimento