quinta-feira, dezembro 15

braços finos e seios nasCENDO

Fim da tarde. 
Parada de ônibus. Escarcéu, céu azul sem nuvens, gente suada, chicletes na boca, secundaristas, Bel, Cacá, Marcelo, Maneco, um careta oferecido por não sei quem.  O ônibus parou. Algumas dezenas entraram. Lotado como sempre. O motorista acelerou. Cacá pegou um batom vermelho da bolsa de Bel. Marcelo e Bel ficaram no fundo em pé. Não falavam muito. Além do banal. Oi. Ficou de recuperação? Marcelo curtia seus longos cabelos loiros, a magreza de modelo e a coluna empinada. Todos na escola apaixonado por ela. E ele somente mais um. Lado a lado no fundão do ônibus. Platonismo na cabeça de Marcelo. Os peitos de Bel crescendo. Maneco soltou um peido e sorriu sozinho da cara de otário dos outros. Cacá passava batom. Um velho reclamou do desrespeito da nova geração. O ônibus cada vez mais lotado. Marcelo e Bel mais apertados. Um sinal vermelho. Amarelo. Verde. Marcelo sentiu seu braço roçando seus seios. Bel sentia seu braço fino. Marcelo pensou em tirar, tímido que era. Mas resistiu e deixou lá. Bel não falava nada. Marcelo cada vez mais excitado. O ônibus balançava e seu braço mais forte em seus seios. Já tinha se passado muitos minutos naquele transa no fundo do ônibus. Um suspiro. Braço fino e seio nascendo. Maneco agora cantava uma música pra Cacá. Bel sorria. Marcelo também. O ônibus parou. Maneco desceu e soltou outro peido e se despediu de Marcelo, Cacá e Bel. Braços finos e seis nascendo. Cacá rebolava. Bel sorria de Cacá. Marcelo também. Bel ia descer com Cacá na próxima parada. Não vai embora. Desceram os dois. Braço fino sozinho sem seios nascendo. Fim de tarde. Próxima parada.
Marcelo desce.
chega em casa
corre pra seu quarto. fecha.
som alto. pula na cama. bate uma.
ganhou o dia.