sábado, fevereiro 16

O canto dos Malditos (Sociedade da Grã Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10)



O CANTO DOS MALDITOS

Inicio hoje uma série de postagens falando dos álbuns e artistas considerados malditos da música brasileira, tendo em sua grande maioria fatos e peculiaridades que levaram critica e público a considera-los como sui generis, diferentes, especiais ou como desejam alguns malditos.


SOCIEDADE DA GRÃ ORDEM KAVERNISTA
 APRESENTA SESSÃO DAS 10.




No ano de 1971 nos estúdios da CBS, no Rio de Janeiro um grupo de quatro jovens artistas se reuniram para gravar aquele que talvez tenha sido o mais ousado e genial álbum da contracultura no Brasil. Raul Seixas, Sergio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star, foram os protagonistas de Sociedade da Grã Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10. A versão brasileira de Sargent Peppers dos Beatles, porém eles não eram um grupo, apenas se reuniram para esse álbum em especial. Há época Raul Seixas era produtor da CBS, e diz à lenda que na ausência do presidente da companhia no Brasil, que estava de viagem ao exterior, Raul teve a ideia do disco. Com produção requintada diz outra lenda que Raul acabou expulso da CBS por conta da não aceitação da direção da CBS tanto no Brasil como no exterior, segundo o mesmo Raul Seixas o alto custo da produção teria sido o estopim para sua demissão.

Das 11 canções do álbum nove são parcerias de Raul com Sergio Sampaio, o disco possui uma miscelânea de ritmos indo do rock ao bolero. Edy Star era um homossexual cantor de boleros que Raul Seixas conheceu na Bahia, Sergio Sampaio era um talentosíssimo compositor de Cachoeira do Itapemirim (ES) amigo de Roberto Carlos na adolescência, Miriam Batucada era uma cantora iniciante da mpb e do samba com uma voz bem peculiar. Com quase nenhuma divulgação por parte da gravadora sendo relançado anos depois até da morte de três deles, somente Edy Star continua vivo. Em minha opinião esse é o primeiro álbum dos grandes álbuns considerados malditos da musica brasileira, seja pela sua parcela de transgressão e por sua ousadia musical.  




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