quinta-feira, outubro 11

Pra não dizer que não falei da estrada


                                                              River Phoenix


As pessoas morrem, hoje no meio dessa tarde ensolarada veio esse pensamento, não sei por que cargas d´agua, mas todos nós morremos. Que droga essa constatação não concordam? Porque lutas, sonhos, família, dinheiro, amor? Se tudo está fadado a terminar uma hora ou outra. É verdade estamos altamente avançados tecnologicamente, chegamos à lua, erradicamos diversas doenças, criamos máquinas para trabalharem por nós, optamos todos por sermos felizes. Porém isso tudo é por pouco tempo, que sentido há nisso tudo? Toda essa briga por acumulação de terras, dinheiro, fama... Tudo termina assim como o cigarro que queima no cinzeiro, tudo se gasta como a sola do sapato, como o batom da menina. Essa história de os fins justificando os meios, até o momento só existe um fim certo, ele se chama o vazio, o nada, o vácuo. Cedo ou tarde chegará a brancura nos cabelos, a tosse, as doenças e a aquela necessidade dos cuidados do inicio. Não é uma ciência exata esse lance de viver, os dias e as noites se sucedem desde priscas eras, a chuva molha os campos e as cidades há tanto tempo que se faz inútil tentar imaginar. O que importa nisso tudo talvez não seja o inicio, nem tampouco o fim, mas somente a estrada, o caminho, a rosa que brotou ao pé da estrada de forma absurda, ela está lá, continuará lá até que alguém a pise desapercebidamente, ela estará lá, ainda que as Torres Gêmeas sejam derrubadas por algum imbecil, ainda que as calotas polares derretam, ainda que a bolsa Nasdaq vá à bancarrota. Sim essa rosa estará lá, para nos fazer entender que o que importa mesmo é o momento em si, e não o que já aconteceu ou o que irá acontecer com ela e com todas as coisas a nossa volta.



    sugiro a leitura do texto ao som desse clipe

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