quinta-feira, março 22

Joy Division - Closer


A segunda geração do movimento literário denominado Romantismo, já havia acabado a pouco mais de dois séculos. Porém na gelada Inglaterra dos anos setenta do século XX, um garoto tímido da cidade de Manchester resolve responder ao anúncio de dois rapazes da mesma cidade para uma vaga de vocalista da banda que queriam montar, esse rapaz chamava-se Ian Curtis e os outros Bernard Summer e Peter Hook. Nascia então no ano de 1976 o Warsaw primeiro nome dado a banda que dois anos depois adotaria o nome definitivo de Joy Division. Com influências de The Doors, Velvet Underground, David Bowie, Iggy Pop, Kraftwerk.


Enquadrada como uma banda de Pós-Punk o Joy Division era naquele momento a coisa mais sui-generis do cenário do rock, sem dúvidas, com o Joy que todos puderam enxergar que existia algo após o estrago inicial causado pelo Punk na indústria musical e no meio social de uma Inglaterra ultra-tradicional voltada sobretudo aos votos de uma tradição que sempre deverá perdurar. O primeiro álbum intitulado Unknow Pleasure, causou no meio um efeito parecido com drogas usadas com o único intuito de dopar as cabeças da época. O som era cru, porém, coeso e intenso, na frente da bateria, o baixo mais latente da história do rock e em cima disso tudo o vocal barítono de um poeta na minha opinião ultra-romântico, nascido algumas décadas a frente. A critica toda parcimôniosamente tentava entender quem era o Joy Division, de onde vinha tanta tristeza e melancolia, quem era aquele cara que nas apresentações cantava toda a angústia de uma geração e a sua particular. Nos shows Ian tinha performances desconcertantes imitando muitas vezes inconscientemente seus ataques epiléticos e esse fato levava as plateias ao êxtase.

As letras tratavam como diz Ian em uma delas de " retratos do trauma e da degeneração". Os discos vendiam intensamente, no ano de 1979 o Joy entra em estúdio para gravar Closer, que seria seu disco derradeiro. Com a capa mais misteriosa com certeza da indústria fonográfica Closer foi lançado meses depois de Ian Curtis, resolver acabar com toda sua dor, se enforcando em maio de 1980, após assistir o filme Stroszek do Werner Herzog e ouvindo o álbum The Idiot do Iggy Pop. Como dizia o título em português (Mais perto) Closer era uma despedida de Ian mesmo. Com verdadeiras obras primas como Heart and Soul e The Eternal, não foi ninguém mais foi sim Closer que jogou a última pá de cal em cima de resquícios do que ainda existia do movimento Paz e Amor da década anterior. Para depois dele ter inicio uma Nova Ordem.

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