sábado, abril 19

Bem feito ao Felipe Massa


O piloto Felipe Massa passou 12 anos na Ferrari, sendo 6 como piloto de testes e outros 6 como piloto titular, após a saída do Rubens Barrichello que conseguiu ser apenas a sombra do alemão Michael Schumacher e ser bem pago pra isso (de não competir e permitir que o alemão sempre ficasse na sua frente ou o ultrapassasse), quem não lembra do GP (Grande Prêmio) da Áustria em 2002 (espero não estar enganado) o piloto brasileiro estava na liderança ao longo da corrida na frente  do alemão e na última volta a poucos metros de chegar na largada final e garantir a vitória, ele recebe ordens da escuderia italiana (Ferrari) para permitir a ultrapassagem do Schumacher? Um dos maiores vexames ocorridos na competição que causou a revolta dos outros pilotos e as escuderias a Michael Schumacher e a Ferrari, e solidários ao Rubens Barrichello.

O Felipe Massa com todo esse ocorrido, no inicio foi tratado realmente como piloto com direito de competir de forma igual ao parceiro de equipe, o finlandês Kimi Raikkonen (piloto que substituiu o Michael Schumacher após a aposentadoria).

Os dois pilotos nunca foram campeões mundiais, isso contribuiu o direito de competir na busca pelo titulo, o ano de 2007 o Kimi Raikkonen foi campeão na Fórmula 1, e na última corrida (que ocorreu no Brasil em Interlagos, São Paulo – SP ) como o Felipe não tinha chances nenhuma de ganhar, ele abriu mão de ganhar a corrida dentro de casa pra favorecer o seu parceiro da escuderia.

Até aí nada demais, o jogo de equipes é válido porque não existe prejuízo a ambos pilotos dependendo da situação, e no ano seguinte (2008) foi a vez do Kimi Raikkonen em ajudar o Felipe Massa porque o primeiro não tinha mais chances de lutar pelo título na temporada, enquanto a segundo estava lutando e disputado com o outro piloto, o inglês Lewis Hamilton (primeiro negro e mais jovem piloto a se tornar campeão da competição aos 22 anos).

A disputa pelo titulo ocorreu até a ultima corrida, no Grande Prêmio do Brasil em Interlagos, São Paulo – SP, com ajuda do Raikkonen o Massa venceu o GP que até aí garantiria o campeonato, entretanto, o inglês precisava chegar no mínimo na quinta colocação da corrida para garantir o título, e até a ultima curva antes de chegar o fim da carrega, e de forma milagrosa (ou misteriosa) ele conseguiu a ultrapassagem sobre o piloto alemão Timo Glock, chegando em quinta lugar e com o somatório dos pontos ao longo da temporada, garantiu o título ao inglês mesmo com a vitória do brasileiro.

No ano seguinte (2009) as coisas começaram a mudar, principalmente com a chegada do piloto espanhol Fernando Alonso, bicampeão da competição com a escuderia Renault nos anos de 2005 e 2006, chegou para substituir o finlandês Kimi Raikkonen que havia saído da competição, e a Ferrari já não conquistava o campeonato da Fórmula 1 desde o último título do alemão Michael Schumacher (2004), o Alonso veio como promessa de dar títulos como piloto e também dos construtores, para retomar a hegemonia que pendurou nos anos do Schumacher quando pilotava.

É daí que veio o problema, o Felipe Massa perto do Fernando Alonso é uma espécie de segundo piloto pelo fato de não ter conquistado o campeonato da competição, e o segundo foi contratado a peso de ouro com a promessa de títulos para a escuderia.

Rubens Barrichello quando saiu da Ferrari e o Felipe Massa assumiu o seu lugar, o Rubinho deu uma declaração meio que polemica ao afirmar que o Massa não teria muito espaço na escuderia italiana se houver pilotos melhores que ele com o currículo de ter sido campeão, a imprensa não deu muita atenção para a declaração, e interpretou como inveja do brasileiro que passou anos na escuderia e não ter conseguido o campeonato.

E para complicar ainda mais a vida do Felipe Massa, no mesmo ano de 2009 no GP da Hungria (espero não estar enganado) o piloto é atingido por uma mola que se soltou no motor do carro que estava a sua frente, que por coincidência é do outro brasileiro, o Rubens Barrichello, que estava na outra escuderia, com os carros em movimento e de altíssima velocidade acima de 250 km/h a 300 km/h, a mola quando se soltou atingiu o capacete do Massa na região que fica os olhos do piloto numa velocidade acima de uma bala quando é disparado, causando o acidente em que o piloto poderia morrer se não fosse à resistência do capacete a impactos, mas ficou meses fora da competição para se recuperar.
Nesse intervalo, o Fernando acumulou vitorias e estava competindo pelo titulo da temporada, fazendo a Ferrari trabalhar exclusivamente para si por essa meta, quando Massa voltou a pilotar pra escuderia, começou uma série de lambanças que prejudicaram o piloto nas pistas, mostrando uma clara diferenciação dele com o piloto espanhol.

A demonstração estava as claras para todos que acompanha as corridas ao longo do ano, mas o Massa preferiu o silêncio, a omissão e aceitar tudo passivamente, e vale ressaltar que os dois pilotos não se entendem, quando o Alonso estava na Mclaren e o Massa na Ferrari, os dois protagonizaram umas das discussões mais acirrada fora das pistas, um acusando o outro por deslealdade, isso ocorreu justamente no ano de 2008 quando Massa estava brigando pelo título contra o companheiro do espanhol, o inglês Lewis Hamilton.

A Ferrari obviamente sem nenhuma sombra de dúvida, não se importou da desavença existente entre os dois pilotos, ficando claro para a escuderia que um seria privilegiado e o outro o mero coadjuvante, foram quatros anos perdidos para o Felipe Massa, promessa de ser o grande piloto assim como Rubens Barrichello, ofuscado por interesses mesquinhos da escuderia.
Quem é amante do automobilismo e viu grandes disputas entre Airton Senna e o francês Alain Prost que pertenceram a mesma escuderia no final da década de 1980 e início dos anos 1990, a Mclaren, e inimigos dentro e fora das pistas em que os dois chegaram a protagonizar brigas e discussões tanto dentro quanto fora, se revolta com o tratamento dado pela Ferrari aos pilotos brasileiros.
E mais revoltante ainda é que tanto o Rubens quanto o Felipe, preferiram o silencio a bater de frente com os dirigentes da escuderia contra o desrespeito, mas não duvido que os dois foram muito bem pagos para ficarem calados e serem tratados como segundo piloto, nessas horas eu me lembro de um piloto que teve uma passagem muito breve na fórmula 1, que é pouquíssimo lembrado até mesmo por admiradores do automobilismo. 

O colombiano Juan Pablo Montoya, que correu pela Willians nos anos 2000 no período de hegemonia da Ferrari e do alemão Michael Schumacher, ele não foi de fato um grande piloto até porque a Willians estava já em decadência e havia perdido a hegemonia desde a última conquista em 1997 com o canadense Jacques Villeneuve, mas chamava atenção dos demais pilotos e as escuderias pela ousadia, não tinha medo de correr e fazer ultrapassagens em curvas fechadas ou até mesmo consideradas impossíveis.

E chamou atenção de nada mais e nada menos que a Ferrari, manifestou publicamente o interesse de fazer um contrato futuramente até a próxima temporada no lugar do Rubinho Barrichello, aí o colombiano se manifestou ao interesse da escuderia italiana com a seguinte declaração:

“Irei para a Ferrari com uma condição: desde que eu vá competir de igual com o Michael Schumacher”
Após essa declaração, a Ferrari não deu mais nenhuma manifestação de fazer o contrato futuramente com o piloto e se recusou de comentar a declaração dada pelo piloto impondo as condições, dentro das pistas o Juan Pablo Montoya não foi o grande piloto, mas foi grande fora dele ao não se submeter aos caprichos mesquinhos e nojentos da escuderia.
Atitude esta deve servir de exemplo para muitos pilotos, coisa que o Felipe Massa preferiu não seguir, perdeu quatro anos de sua vida como profissional e se tornar realmente não como promessa, mas sucessor do Airton Senna, Nelson Piquet e outros grandes pilotos daquela geração.
Este ano o Massa foi para a Willians, considerado o recomeço na vida do piloto quando a Ferrari decidiu não mais renovar o contrato, e contratar o outro campeão, o finlandês Kimi Raikkonen, muito bem feito para o piloto que ficou esses anos calado sem fazer uma declaração sequer contra os caprichos dado somente a um único piloto, no caso, o Fernando Alonso.

A contratação do Kimi Raikkonen foi uma demonstração de que a Ferrari quer ser campeã nesta temporada 2014 independente quem seja o piloto, que tanto ele e o Alonso irão medir forças nas pistas pelo título, que até o momento a Ferrari não se manifestou de querer beneficiar um deles.

Até porque ao contrário do Massa e do Barrichello, o Raikkonen é explosivo e não aceita caprichos desse tipo, e muito menos aceitará ser submetido ao papel de segundo piloto, e rola nos bastidores que os dois pilotos não tem uma relação nem mesmo tão cordial, e não será nenhum espanto ao longo da temporada haver uma briga dentro e fora dele envolvendo o Kimi Raikkonen e o Fernando Alonso.

O Felipe Massa deixou a Ferrari praticamente pelas portas dos fundos, assim também com o Barrichello, bem feito é pouco, seria bom que o Massa fosse banido na fórmula 1 e voltasse a correr o kart no fundo do quintal de sua casa, mas quem é amante do automobilismo, assim como eu, espero que seja não só o recomeço, como também que ele possa estar na disputa nesta temporada e quem sabe brigar pelo título.
Pois seria até bom para o Willians, porque há quase 20 anos a escuderia não ganha o campeonato de pilotos e nem de construtores, e que este ano seja um retorno triunfal para voltar ao cenário automobilístico e se tornar uma referencia de fato para os demais pilotos que sonham em ingressar na fórmula 1.

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