quarta-feira, agosto 3

"È desconcertante rever o grande amor"


Estava em casa sem fazer coisa alguma.Esperava telefonemas, mas nenhum.Procurei alguém no msn, ninguém.Pensei : "Estou sozinha! Cadê todo mundo?".Minutos depois sinto meu celular vibrar e vejo no visor o nome de uma amiga. Atendo sem muita expectativa."Alô?" E do outro lado escuto um alô que há tempo não escutava, um alô bem rouco, que um dia fez meus pêlos arrepiarem. Fiquei muda por um bom tempo sem entender aquele alô surpreendente. Voltando à Terra...Percebi que era ele.Ele! Quanto tempo! Ficamos por ... Bem , acho que por uns 8 minutos e 47 segundos ou talvez, 48...Não sei direito, conversando sobre o que estavamos fazendo, o que não tínhamos feito. Aquele papo bem tipico de quem demora muito tempo sem se ver. Mas, a ligação caiu.Fiquei perdida. "Alô? Alô? Cadê você?". Segundos depois, notei que os créditos de minha amiga haviam terminado e por azar, eu não tinha mais nenhum. Entrei em pânico. Mas, como num passe de mágica.Taran!....O telefene vibra mais uma vez era Ele, Ele! Meu coração disparou à 100 por hora, 120, 140, já não sabia. Convidou-me para ir onde estava. Confesso, estava com sono, cansada e disse que não sabia se ia. Havia saido a noite passada e estava meio mole. Charme feminino! Peguei no ímpeto, como é natural de minha personalidade, o carro, saí vestindo o que tinha no corpo e claro, não esqueci do meu batom vermelho( não sabia do poder de um batom vermelho). Corri, feito piloto de Formúla 1, as ruas cheias de crateras de São Luís e imaginei escutando o som do carro, como ele estaria, se ainda possuia o odor e o ar de maturidade, que me fazia tanto lembrar papai. Já havia passado sete anos, que não o via.

Chegando no bar na Ponta d'Areia, o notei sozinho , como de costume tendo uma cerveja, como companhia e aquele sorriso perfeitamente ortodôntico. Tudo parecia não ter mudado. Mas, eu mudei, não era mais aquela jovem, insegura, indefesa, e... Agora, eu era uma loura poderosa, sedutora, com dinheiro no banco, lembrei de Carlos Drummond, no poema: Balada do amor através das idades , quando falava da "loura notavél". Sim, eu era aquela loura notavél, maravilhosa diante aquele homem que um dia amei perdidamente e, eu me perdi mesmo. Perdi tudo , até minha inocência.

Fotogradia do site Indiamovéis
Ficamos ali, por mais de uma hora conversando e conversando, nos admirando, nos apreciando. As pessoas ao nosso redor não existiam, era como num filme, nossa imagem em evidência e, as outras sem foco. Era só nós dois naquela noite de Domingo.
Nos despedimos num longo abraço por um longo tempo, nos falamos coisas sussuradas que só nossa alma e corpo entendiam. Por fim, andamos em direção aos nossos carros e fomos embora, certos de que algo ficou e sempre ficará.

Ao passo que o carro se distanciava daquele local, me sentia calma, serena e vi no velocímetro marcar 40 km, 30km... Não sei quantos menos. Só sei que lembrei de uma música do Chico Buarque e do Tom Jobim: " È desconcertante rever o grande amor".
 

4 comentários:

Atitude do pensar disse...

Cheguei por outra postagem, mas fui lendo, lendo e me encontrando em letras, farses, vígulas.
Enfim, agora estoua qui!
Minha melhor amiga é maranhense que está se tornando mineira. Boa junção essa.

Anônimo disse...

Seja Bem vinda! E quando quiser deixar suas letras, frases e virgulas fique a vontade.Abraços! Cris

Anônimo disse...

ta rolando propagando do site indiamóveis...rs

Anônimo disse...

Não anônimo ..acontece que temos que respeitar os direitos autorais..assim como n gostaria de saber q meus textos estão sendo vinculados sem meu nome.Cris