quarta-feira, junho 6

Hand Grave


Certa vez, li algum texto que descrevia a volta de um rockstar de sua tumba, e após o mesmo dá uma rápida olhada em sua volta preferiu mesmo voltar à mesma, pois o mundo para ele estava uma droga. Fazendo uma breve análise sobre este fragmento de texto poderíamos tirar algumas conclusões/comparações que às vezes fazemos, como: Será que o rock de hoje em dia não é mais tão bom como antigamente? Ou será, que as bandas de hoje não fazem mais músicas com paixão, mas apenas para ganhar dinheiro? Ou ainda, será que não é nada disso, e sim que apenas o mundo mudou e simultaneamente o rock mudou junto?


Em relação a esses questionamentos, sempre fui levado a acreditar que o primeiro seria o mais correto, pois realmente sou um apaixonado pela década de 70, mas com o passar do tempo fui percebendo que essa comparação não é uma coisa simples como 2+2, pois cada geração vive sua época, tem seus ideais e analogicamente tem sua forma de se expressar, sendo assim, desconsideraria a primeira conclusão. (lógico que tristemente, pois realmente queria que essa fosse a certa, rsss...).

Já que a primeira conclusão não seria a mais correta, vamos analisar a segunda. Será que realmente todas as bandas, ou todos os músicos apenas fazem suas músicas almejando fama e dinheiro? Acredito que uma boa parte realmente como ponto inicial queira isso, mas muitos também fazem música por gosto, prazer, uma forma de se expressar e essa fama e dinheiro vem como um bônus, sendo assim essa alternativa também não seria a meu ver a correta.

Analisando, por fim, o último item, como já foi dito anteriormente, cada geração vive a sua época e com isso cada uma tem sua forma de expressão, sua forma de agir e pensar, sendo assim caso gostemos ou não o rock também vai se modificando, vai se transformando. O que hoje achamos uma poluição sonora, os jovens chamam de música e o que chamamos de música, os jovens acham uma música velha ultrapassada (uma poluição sonora). Não se tem como quantificar/qualificar o que realmente foi melhor ou deixou de ser, pois se tem um lapso temporal muito grande, muitas coisas se modificaram, muitos pensamentos também. Sendo assim, concluo que não existe geração melhor ou pior, não existe essa história que as bandas de antigamente serem melhores que as de hoje, não tem essa história que as bandas antes faziam música por amor e as de hoje não, o que realmente existe, o que realmente aconteceu é que o mundo mudou, as gerações mudaram e os pensamentos também.

11 comentários:

Vinícius disse...

Cara, acredito nisso também. Só que é triste ver que as gerações que estão vindo, são cada vez mais facilmente manipuladas. As coisas mudam, embora a música sempre tenha sido ''negócio e dinheiro'', antigamente elas ainda passavam uma mensagem, defendiam uma ideologia, ou criticavam algo que não era certo, isso tudo feito com paixão. Tenho medo quanto ao futuro do rock, já vivemos muito de memórias, e os nossos ídolos estão velhos; o Dio já partiu, quem será o próximo? Espero que haja em algum momento um resgate, pq apesar que se perguntarem pra alguém daqui a 100 anos, se já ouviu falar de pink floyd, e a pessoa dizer sim - nós não teremos mais nenhum líder nato de geração qualquer

Lucas Ribeiro disse...

Concordo plenamente que o mundo tenha mudado, e por isso a terceira opção, pra mim, também seria a mais correta, apesar de não concordar que não exista geração melhor ou pior. O nosso mundo de hoje mudou para muito pior, os jovens são robozinhos controlados por corporações, da mesma forma que antigamente, só que agora de uma maneira 7 mil vezes mais forte e intensa, e influenciados por mídia e pela criação dos pais, baseada em leis que dizem que um guri que faz merda não pode levar um sacode dos pais pra ficar com a bunda enxada, além do governo cada vez mais presente nas áreas da corrupção em geral e "des"investindo em material educacional, além de dar pitaco nas matérias que serão estudadas por toda a sua vida, não só nas escolas públicas como também nas particulares, como é o caso da disciplina de filosofia que ajuda a pensar, a qual eu já achava na minha época de estudando ter um carga horária irrisória e que foi diminuída ainda mais pelo MEC, tudo isso para diminuir o poder de pensamento do ser humano atual, no mundo inteiro. Ou seja, a massa está mais burra, consequentemente a música deve seguir a tendência. Por isso acho que a música de hoje em dia, no geral, é um grande lixo, assim como a mente da sociedade moderna.

Pedro Morrison disse...

Pois é Lucas, quando eu disse (me referi) que a gente não pode dizer que uma é melhor que a outra foi no sentido de que cada geração vive sua atualidade e com isso tem seus reflexos na música, antes o pessoal dava mais ênfase a grandes pensadores, hoje em dia muito pouco como você mesmo exemplificou no cada da filosofia e isso reflete diretamente na música da atualidade.

Anônimo disse...

Eu concordo com o comentário de Pedro Morrison, o tempo mudou, as ideias mudaram, a forma de se viver mudou. O que aconteceu, à música se adaptou a essa nova forma de ver o mundo com a mente do presente, que o Rock Roll do passado tem o seu pedestal isso lá é uma realidade, muita coisa feita nas décadas de 60, 70, e inicio de oitenta ainda hoje é futurista ou se pouco vivencial, saber se o mesmo vai acontecer com o Rock de hoje hà 5 decadas é que é uma incógnita.

[ AritAnna-Varney ] disse...

Acredito que sim, os tempos mudam, assim como as gerações e, consequentemente, as músicas.
Acho as músicas antigas, mais especificamente da década de 80, muito melhores do que as atuais SIM, já que as temáticas eram mais úteis, passavam no feeling a liberdade e a revolução.
Havia mais emoção e originalidade, coisa que passa batido hoje em dia...

Anônimo disse...

Concordo com o Pedro em tudo oque disse! Penso que toda época tem os motivos que levam a determinadas formas de expressão...

É logico que o mundo que vivemos hoje é todo pensando em como gerar dinheiro, gastar menos e ganhar mais, e isso leva a resultados não necessariamente ruins, mas que talvez falte a profundidade de sentimentos de músicas que eram criadas em outras épocas... Mas se imaginarmos músicas de outras épocas sendo criadas hoje, imagino que não teriam o mesmo poder... e se pensarmos nem chegariam aos nossos ouvidos.

Penso pois o mundo esta em outro ritmo, hoje as pessoas não param muito para fazer poesia, para meditar em cima de uma música, em passar 3 anos projetando um álbum musical.

Para mim que trabalho com a arte, sempre escuto que oque tenho que criar é para ontem, você não tem tempo para deixar o você tem que pegar um pouco do teu feeling e juntar com a técnica e driblar tudo oque já foi criado, pois facilmente você cai na imitação.

Nem julgo os caras que fizeram grandes músicas no passado como gênios... Eles tinham tudo propicio para criar oque criaram, independente de quem fosse, alguém uma hora ia falar a genialidade que para aquela época foi necessária existe para haver a mudança.

Ainda admitindo isso sinto falta de escolas no brasil com uma matéria de música obrigatória.

Saudade outras épocas trazem, mas digo que quero viver o agora... pois não quero sentir saudade do que nunca vive!

Ludimila Matos disse...

Pedrinho,

Acho que nos anos 70 o acesso do público às bandas dependia realmente do fato de ela ter fama e dinheiro e todo aquele ambiente Rock Star com sexo, drogas e Rock n` Roll.

Hoje, considerando o ambiente digital, vejo muitas bendas meeeesmo, fazendo música com paixão, e só. Tentando divulgar seu trabalho, ainda que timidamentem, para uma audiência online de 10 amigos a nova música composta pelo baterista.

Não sei, pode ser inocência minha, mas, a crise das gravadoras também ajudou um pouco o desenvolvimento de uma postura mais independente da música, no geral. Sei que estamos falando de rock mas, não posso deixar de citar os casos de "sigo só e me dei bem" da música parense, por exemplo. A Banda Calypso se fez sozinha, se produziu sozinha, conquistou norte e nordeste sozinha e, só depois de muito tempo, decidiu, investir sozinha, numa aparição no Faustão. E quando falo sozinhos, falo sem apoio da indústria tradicional da música.

Acho sim, que hoje, os músicos, roqueiros, ou não, fazem mais música por paixão que por dinheiro, ou fama. Basta parar alguns momentos para observar nossa própria cena musical local. Temos bandas de qualidade que tocam, maior parte de tempo, de graça ou quase de graça, pela paixão à música.

É isso. :***

Vinicius Braga disse...

Acho que seja um pouco das três coisas. Eu não tenho como me desvincular da minha história, então concordo com Aritana quando ela fala no feeling das bandas de outros tempos (mas no meu caso mais dos anos 60 e 70 mesmo). Acho que Lucas (tirando um pouquinho de paranóia do discurso) tem razão em falar de uma "apatia" na juventude no nosso momento histórico, que, afinal, é um momento sem "grandes causas", o que pode ser um círculo retro-alimentador, enfim... Por último o relativismo (com bom senso) pode sempre trazer alguma coerência pra nos darmos conta do fluxo das coisas, de como a sociedade, assim como todas as coisas, vai se alterando, e, principalmente, de como nós temos responsabilidade sobre tudo isso principalmente quando podemos nos dar conta das mudanças.

Karen Lima disse...

Cara, particularmente acredito que tudo junto...mas creio que o principal é que hoje as pessoas fazem tudo por grana...e antigamente faziam por prazer. Mas o mundo mudou e o público principalmente porque vemos os jovens se interessando por coisas cada vez piores. Mas quem abe um dia o velho rock'n'roll ressuscite o que tinha de melhor...

Rafael Rosa disse...

É que toda geração tem como objetivo negar a geração anterior (por isso é que as artes tem essa aparência cíclica, onde tudo que já foi feito acaba voltando repaginado).

Bom texto, Morrisson!

Mardiniz7 disse...

Parafraseando Dinho Outo-preto, que disse que “podem surgir novas bandas de rock, mas nunca ninguém vai fazer algo como Faroeste Caboclo”. Acredito que é natural essa mudança de gerações, mas quando mais tento entender a música nessa chamada nova geração eu prefiro os anos 70 e 80. Existem boas bandas novas é claro, destaco algumas como: Placebo, Slot (СЛОТ), The Strokes, Deportivo, Exterio, Coldplay (lógico que todas essas distantes de muita coisa ruim que aparece por ai, e que nem vale a pena criar uma lista). E sabe-se que essas boas bandas que estão surgindo ou que já tem algum tempo na estrada são influenciadas por grandes bandas dos anos 60 a 80. Beatles, Pink Floyd, Echo And The Bunnymen, Talking Heads, Sonic Youth. Talvez esse seja o diferencial.