segunda-feira, abril 23

Metal Open Air - Amadorismo, Vergonha e Amor ao Heavy Metal.


São Luís, 21 de Abril de 2012.


Desde a manhã da quinta feira, os veículos de comunicação alertavam para cancelamentos de importantes bandas do Head Line do Metal Open Air. Até ai tudo bem esses imprevistos acontecem com todos os festivais, na manhã da sexta feira fiquei sabendo de problemas com a estrutura do festival, devido a algumas reclamações dos Headbangers que lá estavam para o primeiro dia, uma delas a área de Camping prometida na propaganda pelos promotores do festival, não existia o local reservado para isso estava sendo infelizmente o estábulo para cavalos do parque independência, outras reclamações sobre falta de comida para o público, banheiros interditados, risco de corte da energia que alimentava a aparelhagem de som dentre outras coisas.



O primeiro show começou com atraso de quatro horas, porém grandes bandas internacionais tocaram nesse dia como Orphand Land, Exciter, Destruction e fechando a principal atração do festival Megadeth. Particularmente comprei o ingresso para o segundo dia, pois o show do Glen Hughes (Lendário vocalista e baixista do Deep Purple, Rainbow e Black Sabbath), iria tocar para minha felicidade. Nesse mesmo dia fiquei sabendo do cancelamento do Rock ' N ' All Stars, projeto que o mesmo integrava juntamente com outras lendas como Gene Simmons do KISS. Minha esperança era que o mesmo ainda viesse tocar no festival, desta forma cheguei ao festival por volta das 15h30m da tarde, horário marcado para o show do Glen Hugues. No local muitos metaleiros e muita lama também por conta de uma chuva que caia desde a manhã na Ilha, ao chegar achei estranho, pois ao procurar toda a estrutura prometida no site do festival, pouca coisa existia. Dos três palcos somente dois estavam armados, um clima de insatisfação, angústia e desinformação pairava no Parque independência, até o momento nenhuma banda havia se apresentado. E a pergunta era será quando vai começar as apresentações? Por volta das 18h00m da tarde a banda local chamada Ácido uma das mais antigas de São Luis entrou no palco, depois veio o Dark Avenger com seu metal melódico muito competente, logo depois o Legion Of Damned da Holanda levando o público à loucura com um trash metal da melhor qualidade.

Último show da noite, Korzus.

Depois de uma hora de passagem de som entrou no palco o Korzus, uma das maiores bandas de Heavy Metal do Brasil. no inicio do Show o vocalista pedi a atenção para falar de todos os transtornos que estavam acontecendo desde o primeiro dia de festival, se mostrou bastante triste pelos problemas e também pelo acontecido com a falta de respeito por parte da produção com as bandas e o público em geral que pagou para participar do festival que prometia ser o maior festival de Metal das Américas, acontecendo aqui em São Luís do Maranhão. A banda fez sem sombra de dúvidas um dos melhores shows da sua carreira de quase trinta anos de Heavy Metal, deixaram bem claro que estavam ali pelos fãs e não por conta dos promotores, deixaram bem claro que o seus fãs eram o seu oxigênio, que não estavam de acordo com toda a sacanagem que havia acontecido até então, que se orgulhavam bastante das dez mil pessoas ali, que estavam com sangue nos olhos e iriam botar pra quebrar no show, um dos momentos altos do show foi à hora que o exército de camisas pretas gritou em alto e bom som o refrão: “Ei Sarney vai tomar no cú.” Querendo se referir a um possível boicote da oligarquia medíocre que manda no Maranhão há quarenta anos.

Headbangers Heróis do Metal Open Air.

Desde a hora que coloquei os pés no Parque independência até a hora que acabou o show do Korzus, não vi nenhum tumulto, nenhuma briga, apesar de toda insatisfação pelos cancelamentos, a péssima estrutura o desgaste físico e mental dos Headbangers, perguntei a um vendedor de cerveja se havia presenciado alguma briga ou coisa parecida, o mesmo me respondeu nenhuma desde o primeiro dia. Eram metaleiros do Brasil inteiro e países vizinhos da América Latina. Todos ali atônitos e triste com o que estava acontecendo, porém todos movidos pelo amor ao metal e persistência até o fim daquilo tudo.

Produção – LAMPARINA e NEGRI CONCERTS.

No final dos anos noventa Natanael Júnior, proprietário da Lamparina iniciava sua carreira como promotor de shows de rock em São Luis, nessa ocasião estava trazendo o Sepultura orgulho do rock brasileiro, primeira banda nacional de expressão no cenário mundial, a banda estava fazendo uma turnê pelo Nordeste e a nossa capital era uma das paradas, nessa ocasião eu havia comprado o ingresso e bastante gente da capital, outros estados e interior do Maranhão também, no dia do show ficamos sabendo do cancelamento. A tristeza e constrangimento foi geral, na época o Igor Cavalera baterista e um dos membros fundadores da banda alegou falta de condições técnicas para a realização do show e bastante tristeza por não tocar em São Luis. Natanael Júnior alegou não cumprimento do contrato por parte da Bacanga Sonorizações empresa reponsável pelo som naquela ocasião. Assim como no Metal Open Air, as desculpas desse cara que se diz promotor de eventos dessa magnitude sempre são as mesmas. Logo depois do acontecido com o show do Sepultura pensei que o mesmo fosse aprender com os erros. Mais esta bem claro que depois de mais de dez anos o erro continua o mesmo. Falta de profissionalismo e um papel ridículo de amadorismo em um evento que seria um orgulho para o Estado do Maranhão. Conheço Natanael Junior desde meados dos anos noventa quando nós dois participávamos do lendário programa de rock da Rádio Mirante chamado Time Rock capitaneado por Gilberto Mineiro hoje locutor do programa Cia da Música da Rádio Universidade FM e promotor de shows de MPB em São Luis. Desta forma para Natanael Júnior o que tenho a falar é que o mesmo deve repensar seus erros e depois de uma análise séria pensar em encerrar sua carreira de promotor de eventos falaciosos.

PROTESTOS E AMOR AO METAL NO SHOW DO KORZUS.





2 comentários:

joakingson disse...

Pois é Natan... Eu fui um dos que me iludi que ia ver o Sepultura em 1999. Tive que me contentar com a Ivete Sangalo no dia seguinte... Desde essa época, nunca mais confiei nesse "promotor de eventos"...

Anônimo disse...

Verdade aquilo jé era a amostra do que viria mais pra frente, mais deu no que deu.. Abraço!!

Natan Castro.