segunda-feira, junho 6

expediente

Parado no canto da repartição, entre uma golada de café e outra, lembro cá e acolá de alguma foda antiga. Repasso de cabeça a antologia das trepadas até que me falte a memória, e quando a lembrança demora a figurar o episódio, entremeio neste inventário as reminiscências dos filmes pornôs que já assisti... Entre uma xerocópia e outra, meu pau vai ficando duro. Pressiono os botões com os dedos molhados de saliva e se ninguém estivesse por perto, enfiava a língua ali mesmo.

Entre um gole e outro de qualquer coisa, a vida desce para as roupas intimas e lá reina como cafetina. Se pensamento fosse pecado, ah! Todo mundo ia pro inferno. Cá, da janela, abocanho a rua com os olhos. No semáforo, as buzinas gemem loucas e devassas; na pressa das sirenes, policiais e bombeiros sacramentam a urgência dos fetiches, e das paradas os ônibus seguem cheios de virilhas e bundas ensandecidas... Em casa, a imagem da santa parece perguntar se santo quer reza. Eu? Eu nem mais respondo.   

Um comentário:

Anônimo disse...

Um salve às repartições!