terça-feira, junho 28

Gesto Derradeiro



Depois que partiu
E no mundo se danou a sumir
A dor se tornou irreversível.
Ficando o vazio
A despedida sem porvir,
O aceno sem mãos,
A presença inacessível;

E longe, inevitavelmente,
O passado se sujeita à lembrança.
E a memória, alagada no presente,
É um castigo intermitente,
Pena que os olhos, desavisados,
Não suportam sem dobrarem os joelhos...

Daí, o futuro vira sentença previsível,
A projeção da perda e, na garganta, o indizível.
Saberei por aí, notícias de segunda mão...
E na rua afora,
Sua presença na boca de terceiros
Dão, ao ouvido, o tiro derradeiro:
O teu nome distante como o badalar de um sino
E o impulso de dar a minha cabeça
Ao teu salto mais fino...

Igor Nascimento

Um comentário:

Anônimo disse...

Tal como Salomé...Cris