domingo, julho 10

A ponte do Tempo

Por Luis Ferreira

As palavras do nosso saudoso conterrâneo José Tribuzi Pinheiro Gomes, conhecidos por alguns como Bandeira Tribuzzi, construiu a maior estrada concecida até hoje  em sua cidade natal, liganndo o passado e o futuro, imortalizando assim a cidade de São Luis com  seu desejo vibrante de ler assim como ele memso falou : Quero ler nas ruas, fontes, escadarias , torres e mirantes, igrejas e sobrados nas lentas ladeiras que sobem angustia sonhos do futuro e glórias do passado”. Entretanto, o futuro hoje não é de sonhos e as glórias cada vez mais nos buracos.
Conhecida por muito como patrimônio cultural da humanidade a cidade de São Luis tem se transformando lentamente em ruínas sustentadas pelo descaso de gestores públicos transformando-se num imenso lixão. Observado todos os dias por quem passa pelo Projeto Reviver, pode-se testemunhar a falta de manutenção, falta de políticas publicas, os imensos buracos, casarões que faltam desabar em nossas cabeças, desta forma, um grito revoltoso ecoa de uma pouca parcela ludovicense que luta para mudar esta situação. Entretanto o conformismo, que sempre esteve em seu elemento na social-democratica, não condiciona apenas suas táticas políticas, mas sim suas idéias econômicas. Vale ressaltar que a nossa democracia ludovicense é apenas um aparate de destaque para o imenso coronelismo resistente até hoje, uma democracia nascida nos berços da ditadura, uma política local que sempre se trata de um discurso geral soberbo que está maquiada pela mídia, aonde chega a convencer outra parte da população em troca de um pão, neste caso, festas e bebidas de graça.
A memória do povo maranhense está definhando ao poucos e de forma visível. A nossa construção imaterial dá lugar ao odores e ao risco de desabamento. Os casarões de São Luis garantem a continuidade do tempo e a manutenção da cultura, merecem ser respeitados e lembrados. Não sei se a boa cama e a boa mesa de nossos pseudo-políticos enfraquecem as pernas e lhe cegam os olhos que não os deixam perceber que o nosso produto turístico e econômico está prestes ao fim. Cada azulejo que cai, cada tijolo que se fragmenta são perdas notórias da nossa cidadania. Próxima de seus 400 anos a Ilha de Upaon Açu. Comemora com luto a forma grotesca como é liderada. Não deixemos de lembrar, de nossas acomodações dos habitantes que por sua vez permanecem apáticos ao perceberem tudo e não enxergarem nada.
Nestes 400 anos a cidade esqueceu-se das palavras de Tribuzi, quem sabe elas não foram parar em qualquer buraco por aí! Ou então caiu junto com algum casarão, continuando assim apenas o que sobrou, um azulejo, longe de sua terra, chorando de angustia, contrabandeado por algum turista.

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