Desde
o dia 20 de janeiro com a posse do Donald Trump a presidência dos Estados
Unidos, o país vem passando por uma convulsão em virtude de alguma das medidas
feita pelo presidente ianque. Uma delas é a construção do muro da fronteira
entre os EUA e México, colocando a conta para o governo mexicano pagar pelo
muro construído, e o presidente mexicano Henrique Nietto se recusa.
E a
mais polemica delas, é a proibição da entrada de novos refugiados muçulmanos ao
país, principalmente em países que estão em áreas de conflito como a Síria, por
exemplo, o estopim para o desgaste de um novo governo que assumiu a menos de um
mês.
E o
mais agravante, é que Trump está implementando essas medidas em decreto, ou
seja, não estabeleceu o dialogo com a sociedade e muito menos com o parlamento
americano, sendo que a maioria dos senadores e deputados é do partido
republicano e base de apoio ao presidente.
Portanto,
não há necessidade do presidente implantar ações do seu governo somente no
decreto, sendo que tem maioria do congresso para aprovar em lei, nem Barack
Obama que governou o país em dois mandatos ousou governar somente com decreto e
não estabelecer o diálogo com o parlamento sendo maioria oposição, o Obama
tinha mais razões para governar e aplicar ações de governo somente em decretos
por motivos citado anteriormente.
E para
complicar o seu governo, o poder judiciário do país através da suprema corte
vetou alguns decretos principalmente sobre a imigração de refugiados,
instalando uma crise institucional de dois poderes, o executivo e o judiciário,
talvez nunca antes visto na história dos EUA e muito menos recente.
Trump
não foi eleito pela maioria dos eleitores e sim por delegados num complexo
sistema eleitoral, se a Dilma Rousseff aqui no Brasil foi eleita por 54 milhões
de votos numa diferença apertadíssima de pouco acima de 50% dos votos sobre o
seu adversário Aécio Neves, e teve um forte desgaste que resultou num golpe
parlamentar-burguês-midiático-judiciário, e imagine o Donald que foi eleito sem
a maioria dos eleitores dos EUA?
A
mesma população com os eleitores estão ocupando as ruas e avenida nas cidades
ianques protestando contra as ações que coibi a vinda de imigrantes e a
construção do muro na fronteira com o México, os protestos são quase que
diário.
Até
quando o povo vai aceitar um presidente como Trump? Nem George W. Bush que foi
também um tirano/fascista, mas para o resto do mundo, porque dentro do seu país
o mesmo respeitou os poderes legislativo e judiciário e implementava as ações
com o apoio destes poderes com leis aprovadas, e tinha uma relação de
cordialidade com a imprensa, ou seja, governou como estadista e democrata para
os americanos e tirano para o resto do mundo principalmente aos seus inimigos
como Afeganistão e Iraque que invadiu estes países e derrubou os Talibãs e Saddam
Hussein no poder respectivamente, com o apoio da população em virtude do
atentado ocorrido no dia 11 de setembro em 2001 que o grupo Al Qaeda liderado
por Osama Bin Laden derrubou as duas torres, o World Trade Center em Nova
Iorque, uma afronta para o governo e a população que foi atingida e teve o
orgulho americano ferido.
Donald
Trump é o inverso, EUA tem a tradição de propagar e servir de referencia para o
mundo, exemplo de democracia, a terra das oportunidades, a conquista do sonho
americano e o estilo americano de vida para os outros povos principalmente nos
países mais pobres incluindo o Brasil, mesmo com a restrição e discriminação
aos estrangeiros especialmente aos latinos e mulçumanos, o país se desenvolveu
justamente com os imigrantes.
Em razão
disso, há uma tolerância das entradas dos imigrantes como forma destes
alimentarem o discurso da conquista do sonho americano e obter a ascensão
social com a aquisição bens como carro, casa e ganhar “bem” mesmo sendo um
pedreiro, contribuindo para diminuir o sentimento anti-EUA em países pobres.
Será
que o Trump vai governar até o fim do mandato? Será incomodo para um país e uma
nação que propagam ideais democráticos e republicanos, mas ter um presidente
tirano que desrespeita os poderes e não estabelece um dialogo com a imprensa e
a sociedade.
As
suas ações pode provocar até mesmo uma guerra com países que mantem relações
cordiais como a China por causa da ilha do pacifico que o governo chinês
reivindica como seu e os EUA tem o interesse de apropriar para instalar a sua
base militar.
Podendo
ocasionar a eventual terceira guerra mundial, porque o cenário mundial está
propicio em virtude da crise econômica global, desemprego global, queda de
governos com os golpes de estado como no Brasil, Líbia, Paraguai, Honduras,
Egito, Afeganistão, Iraque e outros países que estão em conflito como a Síria e
para piorar, a questão dos refugiados, algo que não ocorre na dimensão desde
antes e após a segunda guerra mundial e a ascensão da extrema direita no mundo,
à eleição do próprio Trump é a prova.
Barack
Obama fez o seu governo pautado no diálogo, ou seja, sem guerra, foi assim com
o Irã ao convencer o governo iraniano a desfazer da política de segurança
nacional com a fabricação de armas químicas com o uranio, em troca do governo
dos EUA retirar sanções econômicas ao país, uma reaproximação entre os dois
países desde a revolução islâmica que resultou num rompimento entre os dois
países.
Foi
também com a reaproximação ao governo cubano, o que não ocorria desde a revolução
cubana com a queda do ditador Fulgêncio Batista e a ascensão ao poder do Fidel
Castro, Raul Castro e Ernesto Che Guevara, com a reabertura das embaixadas dos
dois países nas capitais, Washington e Havana, capital dos EUA e Cuba
respectivamente.
Trump
ameaça desfazer os acordos feito pelo Obama, e para complicar ainda mais e
causar revolta ao povo americano, pretende desfazer do programa social criado
pelo ex-presidente, o Obama Care, um programa de saúde equivalente à bolsa
família no Brasil para as famílias que não tem condições de obter o plano de
saúde que são caros no país, e ficou mais caro ainda o acesso com a crise
econômica desde de 2008 ainda no governo Bush, pouco antes da posse do Barack
Obama em 2009.
O
sistema de saúde dos EUA é praticamente privado, ou seja, são escassos a
existência de hospitais públicos, há postos público administrado pelo governo
federal e governos estaduais, mas não garante atendimento de alta complexidade,
somente para atendimentos básicos, os hospitais de complexidade são gerenciados
por grandes empresas que faturam bilhões/trilhões anualmente a custa de muitos
cidadãos que se endividam para ter o plano de saúde.
O
Donald Trump é crítico ferrenho do Obama Care, e ameaça de acabar com o programa,
para complicar ainda mais pro seu lado, o mesmo não tem o apoio unanime do
partido republicano que é a sua base de apoio no congresso, alimentando ainda
mais a revolta da população, especialmente dos beneficiários do programa.
O
outro fator que vai desestabilizar o seu governo, é o confronto étnico-racial
no país em virtude da violência policial a população negra, o Trump antes da
eleição disse que caso seja eleito, a pessoa será condenado à morte por matar o
policial, a declaração foi feita justamente num contexto que assola todo país
pela morte de negros por policiais brancos.
Sabemos
bem que cada morte a um negro por policial branco causa uma revolta
generalizada em todo país ocasionando um revanchismo, uma guerra civil
étnico-racial que o pais viveu nos anos 1960 que esteve a beira, só foi contido
com implantação de políticas públicas como as cotas raciais nas universidades e
repartições publica através de concursos.
EUA
sempre preservou a estabilidade dentro do seu território, todos os presidentes que
passaram fizeram isso, foi assim com o Abraham Lincoln ao abolir a escravidão
ao custo de muitas vidas pela guerra civil decretado por ele porque o sul
queria se desmembrar do norte e após o fim da guerra e aprovação da lei que
revogava o sistema escravocrata, mesmo com o suposto suborno a parlamentares na
época principalmente os que estavam indecisos, muitos ex-escravos foram
indenizados ao receber lotes de terra dos seus antigos senhores, o que
ocasionou assassinato ao presidente praticado por um escravista que perdeu suas
terras para os seus ex-escravos.
A
criação de cotas como foi dito anteriormente e a garantia dos direitos civis
que eram negados em lei a povo negro, foi uma forma que o país evitou de entrar
numa guerra civil étnico-racial que poderia causar o desmembramento de muitos
estados habitados por maioria da população negra como a Filadélfia e Nova
Orleans por exemplo.
Trump
poderá causar justamente uma guerra civil étnico-racial no próprio país,
principalmente se implantar pena de morte aos que matarem policiais num
contexto atual em que os negros estão sendo morto por policiais brancos, o que
as autoridades e a própria população não quer, tanto os negros quantos os
brancos, e por isso muitos brancos tem se juntado a população negra em todo país
para protestar contra a violência policial, e a população negra tem recebido
com total aceitação.
Os
próprios ianques não querem uma guerra civil dentro do seu próprio país, até
por uma política de segurança nacional para evitar eventual ataque inimigo e de
grupos terrorista como o estado islâmico que é inimigo de governos do ocidente.
Até
quando vai governar de forma autoritária e monocrática? Até quando o governo
resistirá a fúria popular e o boicote dos poderes como do legislativo e do
judiciário? Até quando a imprensa vai aceitar a eventual censura do governo a
seus editoriais de jornais? O mundo todo está de olho neste governo que em
menos de um mês enfrenta a popularidade baixíssima antes de assumir a
presidência.
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