Lembra-te quando não havia
limites sob o céu cada vez mais azul enquanto sozinho caminhava horas soprando
as mãos em concha fazendo um som legal para aquela praia afastada da ilha e respirava
aquele excesso de cheiro de amina e sentia tanta melancolia sobre os pés na
areia infiltrando os pulmões até sentir saudade de qualquer luz da cidade ou
um verbo amigo e vibrava como um grande campeão ao pegar meio quilo de camarão
graúdo com os pescadores ou subia uma capoeira e acabava num precipício e como
um roqueiro gritava e observava os guarás voando em V e um gavião solitário lá
no fim escondido num mangue que também te observava?