Diego Pires entrevista O Cineasta Independente Roberth Nunes por via Email
Fazer
Cinema Independente já não é fácil e como é fazer em Imperatriz do Maranhão?
É uma longa, trabalhosa e extremamente gratificante jornada.
No
curta Tele- Morte - Disque para Morrer vc pretendia fazer um Drama e acabou
saindo uma comédia. Como se deu essa inversão de gênero?
Na verdade a intenção sempre foi satirizar os serviços de tele
atendimento, na vida real é um drama total passar pelo constrangimento
apresentado no filme, mas quando você vê a situação pelo lado de fora... a
coisa acaba tomando ares cômicos, ainda mais porque muita gente acaba se
identificando com tudo o que é mostrado no filme. Recentemente passei cerca de
30 minutos em um tele atendimento de cartão de crédito e durante o processo eu
não conseguia parar de pensar no TELE MORTE e em como eu estava sendo novamente
o protagonista desse filme agora em
minha realidade. (risos )
E
uma pergunte de praxe. Quais suas referencias? E até que ponto elas podem
interferir ou ajudar num trabalho dito autoral?
É difícil destacar uma referência pois eu tento apresentar as
características que eu mais gosto dos diretores que eu admiro. Sou subjetivo (
Tipo o diretor M. NIGHT SHYMALLAN em seus primeiros filmes e ROMAN POLANSKY em
“O bebê de Rosemary” ) porém, em simultâneo eu sinto a necessidade de expor
explicitamente as situações da forma mais inebriante ( JAMES CAMERON ) , gosto
de trabalhar com atores ( CLINT EASTWOOD ) e aprecio a riqueza de detalhes de
diretores como DAVID FINCHER. Amo como a música ajuda a contar a história, tipo
a parceria entre STEVEN SPIELBERG com seu compositor de longuíssima data JHON
WILLIAMS. Minha narrativa costuma se fundamentar no trabalho da construção de
personagem feita pelos atores, ( PAUL THOMAS ANDERSON em “Sangue Negro” e
“Magnólia” ) e desenvolvo o clímax de forma a deixar até claro ( até para
conformar a platéia, pois não gosto de finais fáceis ) o que poderá acontecer no fim. ( novamente ROMAN
POLANSKY em “Chinatown” ) Tento pegar tudo isso e transformar no meu próprio
estilo.
E
por fim o que podemos esperar de seu novo Curta?
“SÓ MAIS UM CASO...” é
um média metragem de suspense, (algo que sinto falta em nosso cinema) e a idéia
máster é passar a impressão que o filme possuiu uma produção imensa mesmo tendo
custo ZERO de orçamento. Esse projeto iniciou com a premissa de que se alguém
quer fazer um filme, QUE O FAÇA! Não espere por patrocínio ou um momento
propício, SIMPLESMENTE FAÇA! E assim foi
feito.
Trailer de Só mais um Caso