Não conheço outro registro
organizado para tal no Maranhão, anterior ao ano de 1978 com o lançamento de
Bandeira de Aço, lançado pela Marcus Pereira Discos, Marcus Pereira
era um publicitário, formado em Direito também que tinha um sonho, registrar
toda a sonoridade produzida nos quatro cantos do Brasil, ele inclusive é o
responsável pelo primeiro disco de Cartola, Nara Leão e diversas coisas geniais
voltadas á cultura nacional. Lembro de ouvir bastante esse vinil em minha
infância as músicas até hoje estão na lista infindável dessa rádio que não
parar de tocar em minha cabeça, na verdade essas canções estão entranhadas,
embaralhadas no inconsciente coletivo da gente daqui, as letras são de César
Teixeira e Josias Sobrinho, Marcus Pereira exigia que as canções deveriam estar
voltadas a verdade regional, e os dois artistas, discorreram sobre o Auto do
Bumba Boi numa lírica mística com cheiro de São João, são nove canções cantadas
por Papete que já havia despontado com um dos maiores percussionistas do Brasil,
quiçá do mundo. Houve uma reedição da obra recentemente em CD pelo próprio
Papete, ainda hoje existem algumas histórias sobre brigas entre os artistas
pelos direitos autorais, coisa que em momento algum depois daquele ano diminui
a genialidade do álbum, Bandeira de Aço mostrou ao Brasil a sonoridade
maranhense, e aos maranhenses o inicio daquilo que hoje fazem parte Flavia
Bittencourt, Zeca Baleiro e a MPM em si.
sábado, junho 30
Perto do Fogo
Para
Sergio Bicca que me pediu pra escrever
essa estoria real e era meu vizinho na época
essa estoria real e era meu vizinho na época
Eu tinha 8 anos e era 29 de junho do anos noventa e poucos e por volta do
sol na linha do equador desci pra casa de meu best friend infantil roger
naquela imensa rua 13 mágica e o céu tenho certeza que tava azul e meus olhos
brilhando e bati na porta da casa dele.
- o que foi?
- vamos brincar de Comandos em Ação?
- vamos!
E lá estavamos no jardim da minha casa de dois andares e um
corredor infinito na lateral até o quintal e estavamos querendo fazer um
fogueira e precisamos de alcool e eu fui até Francinete que fazia algo na
cozinha e pedir pra ela:
- quero alcool!
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