Acordar cedo. Corrigir provas.
Lançar notas no sistema. Elaborar novas provas. Torcer para que os alunos
consigam finalmente responder corretamente. Ficar frustrada ao perceber que os
alunos erraram porque colaram de alguém, e isso é claramente evidenciado pela
marcação apagada de lápis e substituída por outra letra, a errada. E começa
todo o processo novamente. Acordar cedo, corrigir provas, lançar notas no
sistema. Elaborar outra prova, agora a última... a definitiva. É todo conteúdo,
os alunos sabem, mas continuam perguntando o que vai cair.
Na turma, o burburinho, o
desespero, o choro, o ranger de dentes, mesmo não sendo aparentemente o fim do
mundo. É só uma prova final. Aliás, prova final de Filosofia é sempre uma
piada, porque se depois de ter feito duas provas bimestrais e uma prova
substitutiva o aluno não conseguiu entender que Ética e Moral não são a mesma
coisa e que mesmo em um mundo de competição é preciso seguir minimamente a
certos códigos de condutas, não vai ser na prova final que ele vai compreender
porque diabos ele precisou fazer essa disciplina.