O que se seguiu foi cena
de filme: Adenílson estava se levantando quando o rapaz cerrou o punho direito,
e o murro só não pegou em Adenílson porque Luisinho, que estava ali do lado,
vendo tudo, segurou, num reflexo involuntário, o punho armado do outro rapaz,
dizendo, num tom amigável:
– Ê,rapá, melhor tu deixar
esse novato em paz.
– Koé, tá vacilando,
mané?, respondeu o outro, dando uma de homem, e, por um instante, os dois
parceiros de tantas pirações, subitamente colocados em posição de antagonistas,
ficaram se medindo, uma mão que agredia contendo outra mão que agredia e que
estava a fim de agredir muito. Luisinho então falou, sério:
– Chegado, se tu bater
nesse verme, tu vai te dar mais mal que ele, caralho, tu viu o que aconteceu
com aquele outro depois que ele deu uma pedrada no muleque lá, tá pagando febem
até hoje.