segunda-feira, setembro 10
São Luís 400 anos: Comemorar o que? Pra que?
Parte II
Ontem
(8 de setembro) São Luís completou 400 anos de Fundação, o governo do estado e
municipal fizeram uma grande festa em homenagem a cidade, com a vinda até de
artista renomados como o “Rei” Roberto Carlos com o patrocínio do governo
estadual e membro da família real do Brasil que reinaram durante o período
monárquico (1822-1889), o Bertrand Orleans e Bragança, a convite do governo
municipal.
Até
o bolo de 400 metros feito para dar aqueles parabéns à cidade, nada contra
essas festividades, mas se analisarmos bem, não temos muito o que comemorar. Há
dois anos atrás a imprensa fez uma festa quando São Luís chegou ao patamar de 1
milhão de habitantes, após uma longa briga do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) e a classe política maranhense, principalmente a de
São Luís, este ano eleitoral eles estão contentes, porque o aumento
populacional dá o direito da Câmara Municipal aumentar a cadeira de
representantes (os vereadores), que atualmente são 21 e vai para 33 no ano que
vem, essa era a briga e interesse maior da classe política.
Há
15 anos a cidade recebeu da UNESCO (Nações Unidas da Educação, Ciência e
Cultura) o título de patrimônio da humanidade por ter a maior concentração de
azulejos e casarões construídos nos séculos XVIII e XIX, que são os períodos
coloniais e monárquicos, principalmente no apogeu econômico.
E é
justamente o centro histórico é que se encontra abandonado, principalmente na
Praia Grande que na década de 1980 no governo de Epitácio Cafeteira (1987-1990)
recebeu o projeto de revitalização denominado de “Reviver” que é hoje chamado
popularmente.
O
projeto de revitalização de fato restaurou e reformou muitos casarões que
estavam abandonados e em ruínas, na qual o próprio governo estadual se
apropriou de muitos prédios na área, mas infelizmente o projeto não foi levado
pra frente pelos próximos governos.
A
governadora Roseana Sarney no seu primeiro e segundo mandato (1995-1998 /
1999 - 2002) fez apenas a manutenção e aperfeiçoamento, no caso colocar lampiões
no lugar dos postes, e toda a rede elétrica da Praia Grande ficaram pelo
subterrâneo e não mais aereamente, colocou as pedra de paralelepípedo na rua
Afonso Pena no lugar do asfalto, mas ficou somente nisso.
Existe
um equivoco por parte da imprensa, classe política e da população em geral na
capital maranhense, de acharem que o centro histórico fica apenas na Praia
Grande até o bairro do Desterro, que fica o Convento das Mercês, e não é como
muitos pensam, o centro histórico da cidade começa pelo Canto da Fabril que
fica o imenso prédio do Ministério da Fazenda que agrega a Receita Federal e
outros órgãos da União aqui em São Luís.
Se
pegarem as fotos da cidade no início do século passado (XX), verão que as ruas
da cidade era toda revestida de pedras paralelepípedos, incluindo as ruas Grande,
da Paz, do Sol, dos Afogados, Rio Branco, do Passeio, Alecrim, São Pantaleão,
Mocambo, do Norte, Santana, Santaninha e muitas outras, incluindo o Canto da
Fabril.
Infelizmente
na década de 1960, o governo municipal na gestão do Epitácio Cafeteira (o mesmo
que criou o projeto reviver) quando prefeito da capital (1965-1968), desfigurou
muitas das ruas que eu citei, tirando as pedras de paralelepípedos e colocando
o asfalto, no intuito de facilitar o fluxo de veículos na cidade,
principalmente de carros.
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