Numa noite entre cigarros, boa conversa e muitos poemas. Foto: Cris Lima e Diego Pires. |
Não quero chuvas em meu quintal de concreto e lodo
Quero a brancura do teu ser em minha rede
Escutar Elizeu Cardoso e Chico Buarque sem teus ouvidos
É como morrer de depressão no século XXI
Saiba, quero ver-te aqui, pregado em minha casa
Contemplando as chuvas de Fevereiro
que caem em meus versos cheios de ti.
Teu jeito de príncipe medieval
Come tartarugamente as pretensões minhas de ser livre
Tenho a sabedoria de teus livros
Latejando em minhas orelhas.
Queria mesmo era que as noites não findassem
Para ter-te sacrificado em minhas pernas roxas
As chuvas de Fevereiro cessaram
E o que me restou foi a saudade das cinzas do teu cigarro solitário.