O
afastamento definitivo da Dilma Rousseff, deposta do cargo de presidente da
república federativa do Brasil por uma manobra golpista comandado pela elite
política, elite econômica, elite industrial, elite do judiciário e da elite dos
meios de comunicação colocou o país a instabilidade política sem precedentes e
longe da estabilidade politica, econômica e social.
Nos
últimos dias temos visto a briga de poderes entre o judiciário e o legislativo
ocasionado pela operação lava jato, deflagrado pela polícia federal e
ministério público federal há dois anos (desde 2014), a fase da operação está
pegando em cheio a cúpula de líderes dos partidos que orquestraram o golpe, o
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e o Partido da Social
Democracia Brasileira (PSDB), com os acordos de leniência, ou seja, delação de
empresas envolvidas no esquema de corrupção que durante anos roubaram os cofres
da Petrobras.
E
entre as empresas é a Odebrecht, que há tempos assinou o acordo de delação
premiada através de 77 ex-executivos que resolveram falar tudo que sabem, e
antes da delação bombástica que irá sacudir o governo golpista, que só agora a
imprensa resolveu revelar após o processo do impeachment da Dilma Rousseff ser consumado.
E
antes da divulgação da mídia que revela na íntegra a delação da Odebrecht, a
sessão plenária na madrugada e calada da noite na câmara dos deputados foi
aprovado o projeto de lei que combate a corrupção que é iniciativa do
ministério público federal e dos estados e da população que contém 10 medidas,
e essas medidas foram alteradas que causou revolta dos membros do ministério
público e do poder judiciário.
E
essa revolta se deve num dos artigos que combate o abuso de autoridade e
envolvimento de atos ilícitos envolvendo membros do judiciário, o que
obviamente não agradou os agentes, que se sentiram diretamente afetado com esse
projeto de lei modificado por parlamentares.
Se
pensar bem de forma mais apurada, a câmara dos deputados agiu corretamente de
alterar a lei e incluir membros do poder judiciário e do ministério público no
combate ao abuso de poder e autoridade e no envolvimento em atos ilícitos que
macula a imagem do judiciário que tem o papel de zelar a lei, constituição e
mediar conflitos na sociedade.
Porque
ninguém está acima da lei e de acordo com a própria constituição federal, somos
todos iguais perante a lei, portanto, estão certo os parlamentares de fazerem a
modificação para aprimorar melhor a lei e abranja todos os cidadãos para que
ninguém fique impune ou imune.
Entretanto,
para ser bem honesto, essa aprovação na câmara dos deputados veio como forma de
retaliar integrantes do poder judiciário e ministério público, e porque essa
retaliação? Dilma Rousseff quando sofreu o impeachment por crime de
responsabilidade fiscal, crime esse de fato nunca comprovado e praticado por
todos os governos passados e incluindo o atual que agora tem autorização pra pedalar
livremente porque foi aprovado pelo senado federal que afastou a presidente por
praticar pedaladas (contraditório não?), por trás na verdade era barrar a
operação lava jato.
A
classe política com imensa e ampla maioria envolvidos em crimes de todos os
tipos, especialmente no desvio de dinheiro da Petrobras, está amedrontada com
eventuais prisões.
A
lava jato colocou na cadeia pela primeira vez na história do Brasil um senador
em pleno exercício do seu mandato, o Delcídio Amaral, do Partido dos
Trabalhadores (PT), e também do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)
onde ocupou cargos técnicos da ELETROBRÁS (Elétricas brasileira/ a estatal que
gere o sistema energético do Brasil) durante o governo do Fernando Henrique
Cardoso nos mandatos de 1995-1998 e 1999-2002.
A
operação colocou na cadeia integrantes e lideres do PT como José Dirceu,
ex-ministro chefe da casa civil no governo Lula, João Vaccari Neto
ex-tesoureiro do partido e Antônio Palocci ex-ministro da fazenda e da casa
civil nos governos Lula e Dilma respectivamente.
A
prisão das lideranças do partido ajudou a desgastar o partido e o governo da
Dilma que foi reeleita em 2014 com a diferença apertadíssima, mas o desgaste
aumentou ainda mais e no primeiro ano de mandato do segundo mandato em 2015 a
sua popularidade baixou de forma avassaladora, ocasionado pela crise econômica,
inflação alta (10% para os dias de hoje, longe dos 80% ao mês e 1000% ao ano
durante o governo Sarney de 1985 a 1990) e desemprego.
Os
fatos mencionados acima foram o estopim para a crise política ocasionada pela
oposição que perdeu mais uma eleição, e a base do governo descontentes com o
governo da presidente estavam temerosos com a lava jato em razão da Dilma
Rousseff não ter interferido de forma direto e efetivo os rumos da operação e
para complicar, a mesma sancionou a lei da delação que está sendo aplicado nos
últimos desdobramentos da operação envolvendo grandes empresas como a
Odebrecht.
O
afastamento da presidente deposta por um golpe parlamentar-judiciário-midiático-empresarial
foi na verdade barrar a lava jato, pois os rumos da operação estão chegando
justamente da elite judiciária, elite política, elite empresarial e dos meios
de comunicação.
Porque
a lava jato está desestruturando e desarticulando toda a cadeia criminosa que
envolve a elite do país de todos os segmentos que foram citados, nunca na
história do Brasil (parafraseando o ex-presidente Lula) se viu tanto bandido do
colarinho branco estar estampado nas primeiras páginas de jornal e centro de
notícias nos telejornais sendo acusado por algum crime.
O
que era comum pobre, negro e ladrão de galinha ocupar as primeiras páginas e
ser alvo de matérias jornalística nos telejornais para manipular a opinião
pública e incitar estes serem favoráveis a penas mais duras como pena de morte.
As
elites envolvidas nesse esquema de corrupção que roubou os cofres da Petrobras
durante anos estão sentindo a hostilidade da mesma opinião pública, mas sem
pregar a pena de morte a estes, somente aos pobres, negros e ladrões de
galinha.
Lembram
das escutas telefônicas revelada pela imprensa entre o senador Romero Jucá do
PMDB e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que o primeiro revela que
há o grande acordo nacional envolvendo ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF), políticos envolvidos e empresários/empreiteiros pra tirar a presidente e
estancar a sangria (acabar com a operação lava jato)? Pois é meu amigo, o
Impeachment foi apenas um pretexto, desculpa esfarrapada pelos mentores do
golpe.
E
você que foi às ruas vestido de verde e amarelo, segurando o pato da Federação
da Indústria do Estado de São Paulo (FIESP, entidade que representa a elite
empresarial e especial a industrial, a financiadora do golpe) e pedindo Fora
Dilma/Fora PT pelo fim da corrupção, está vendo os podres virem a tona, e nessa
altura deve estar arrependido de ter sido usado como marionete ou massa de
manobra por aqueles envolvido em todo o esquema de corrupção e tiraram a
presidente em até o presente momento não tem o nome citado na delação premiada
da Odebrecht e sancionou a lei da delação que está sendo aplicada por agentes
do ministério público na lava jato.
Com
ameaça evidente da classe política em barrar a lava jato, principalmente em
aprovar a lei de abuso de autoridade que visa punir membros do judiciário e do
ministério público federal e estadual, procuradores da operação na pessoa do
procurador Deltan Dallagnol e o juiz Sérgio Moro, ameaçaram renunciar as suas
funções, um evidente risco da lava jato parar com a renúncia destes operadores.
A
permanência da operação se tornou uma questão de honra e uma forma de retaliar
a classe politica que ameaça em barrar através de leis e decretos aprovado no
congresso nacional, e além do mais, o golpe continua em curso no país e está
mirando o atual governo.
A
grande mídia já está bombardeando, desde a posse no dia 12 de maio como interino
já caíram 6 ministros, todos por causa dos escândalos de corrupção, tráfico de
influencia e tentativa de obstrução de barrar a lava jato.
Não
estou criticando a lava jato, sempre defendi a operação e as ações dos agentes,
e em especial do juiz Sérgio Moro, mas infelizmente a operação foi contaminada
e usada pelas elites para atacar o governo da presidente Dilma até derrubá-la,
associando os roubos da empresas exclusivamente ao governo petista, não estou
inocentando os envolvidos, que fique bem claro.
Como
disse anteriormente, a operação vem desarticulando toda a cadeia criminosa que
as elites estão envolvida até a alma, roubo da Petrobras já vem durante anos, e
infelizmente os podres vieram a tona justamente no governo Dilma.
Quem
está sendo punido majoritariamente é justamente integrantes do PT, enquanto
outros envolvidos estão soltos e governando o país, como o PSDB por exemplo,
que está tramando um golpe para derrubar o Temer. Até o presente momento há
integrantes desse partido preso por envolvimento do roubo da Petrobras?
As
eleições para a câmara dos deputados e o senado federal serão decisivas para o
governo e também uma articulação do governo para evitar um racha ou definitivo
rompimento com o Michel Temer, o seu governo está fragilizado e o grupo chamado
“centrão” está insatisfeito por se sentir desprestigiado e não ocupar mais
cargos nos ministérios que são ocupados majoritariamente por PMDB e PSDB.
Para
complicar, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) presidido pelo Gilmar Mendes,
militante tucano disfarçado de ministro do STF e proprietário de grandes
propriedades de terra no estado do Mato Grosso, autorizou a investigação e
operação deflagrado pela polícia federal e ministério público eleitoral para
apurar crime de caixa dois nas eleições de 2014 na chapa Dilma e Temer,
candidatos à presidência e vice-presidente da república respectivamente.
E
para piorar pro lado do Michel Temer, o Eduardo Cunha preso desde outubro ano
passado e teve o mandato cassado pelo plenário da câmara está em Curitiba-PR
respondendo pelos crimes do roubo da Petrobras, a pergunta é que não quer
calar, até quando vai manter o silêncio enquanto os seus ex-aliados continuam
livres e sem responder pelos crimes que somente ele está pagando?
O
suposto dinheiro que recebeu pra ficar calado é suficiente e está sendo
compensatório enquanto a sua mulher, Cláudia Cruz, que responde pelo crime de
associação e beneficiária pode ser presa a qualquer momento? E a sua filha
também pode se tornar ré e presa junto com a mãe pelo mesmo crime.
O
risco que corre a sua família o fará abrir a boca? Nos bastidores se fala que o
Eduardo Cunha vem sendo bastante pressionado para fazer a delação premiada, o
Jornal Nacional passou 10 minutos noticiando a delação da Odebrecht que envolve
membros do governo, no senado e na câmara com todos os nomes citados.
A
rede globo deixaria de noticiar a eventual delação do Cunha? A polícia federal
e o ministério público está apurando os crimes na eleição de 2014, o objetivo
não é criminalizar a Dilma e sim o Michel Temer, o partido dos trabalhadores
está desgastado.
Não
interessa atacar o PT, exceto o Lula, se o foco é atacar o governo que vem a
popularidade baixíssima, superando a própria Dilma Rousseff, em que a crise
econômica e política estão longe da estabilidade, e o desemprego aumentando
cada vez mais e tirando o poder de compra do trabalhador.
Contribuindo
cada vez mais para o aumento da inflação, as eventuais reformas da previdência
e trabalhista ocasionará compulsoriamente a convulsão social, obrigando os
movimentos sociais e as entidades sindicais irem as ruas protestar e deflagrar
greves por todo o país.
O
governo Temer é um castelo de cartas, um simples assopro poderá ser derrubado,
já existe aposta que esse governo golpista não durará até meados do ano, e
estão aguardando as eventuais reformas serem aprovadas para aplicar o novo
golpe ou caso não seja aprovadas a tempo antes das eleições pra presidente em
2018.
O
certo é que os golpistas não estão mais falando a mesma língua.
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