Por Maria Ligia Ueno
As saudades reverberam meus sentidos, meu tato busca tua pele, minha audição, tua voz. E quanto tempo ainda minha imaginação, miscigenada com nossas memórias, hão de te fazer as vezes, hão de ter que segurar meu coração, hão de absorver as lágrimas que insistem em aprender a voar?
As saudades causam terremotos em meus cílios, os quais buscam no horizonte algum caminho para o céu. Meus olhos abalroados pela vista infinita se fixam no chão, buscando as migalhas de pão deixadas na última caminhada.
As saudades fazem solução da minha garganta, dissolvendo minha respiração e retardando o bombeamento de sangue para minhas mãos... Estas se encontram letárgicas, aguardando a vivacidade de outrora para quando se encontrarem nas suas costas.
As saudades delineiam o contorno do meu rosto, cometendo graves expressões e apontando formas e atos novos para meu semblante. Este sorri pelas lembranças e resta nostálgico pelo presente.
As saudades me chamam e brincam com meus sentimentos, e transformam tudo em desejo; O desejo de te ver de novo.
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