Se por acaso você me
perguntasse onde está a verdade...
A verdade está na ponta do
teu cigarro, eu diria.
Na tua última tragada, a tua
vida.
“Oh do me a favour, and stop asking questions.”
Tudo passa pela ponta do
cigarro e tudo está prestes a cair. Ela deve cair, para que o resto se consuma
em seguida. Ela deve cair, pois já lhe foi sugada toda a verdade, e não há mais
nada para mantê-la presa. Ela deve cair,
não porque é descartável, mas porque ela precisa se libertar.
“Become a heavy load, too heavy
to hold.”
E toda a verdade vai de
encontro aos teus lábios. Você suga, respira e tenta se livrar, mas ela já está
impregnada em você. Em seus pulmões, no seu hálito, nas suas roupas, cabelos e
mãos.
“Do me a favour
and stop flattering yourself.”
Você só consegue respirar ar
puro quando o cigarro termina, e com o ar puro, as mentiras. Force um sorriso
aqui, outro ali, tudo fica pior. Começa a perceber que tudo tem um começo e um
fim, como os cigarros. O próprio fim tem um começo, o próprio começo tem um
fim.
“It’s the begining of the end.”
Você tenta abandonar o
hábito, e então percebe que só há verdade nos cigarros. Não há verdade fora das
pontas que caem . Elas vão caindo e você simplesmente aprende a ignorá-las.
“Will force you to be cold.”
E então você precisa de
outro cigarro. Para manter a verdade, para manter a vida.
♫ How to tear apart the tears that bind?
Perhaps fuck of might be too
kind,
Perhaps fuck of might be too kind ♫
2 comentários:
Que bom cara, lembra um outro teu antigo. Esse tal alivio imediato. Abraço!
Natan Castro.
Esse teu texto me fez chorar muito, não sei o motivo real, mas agora, nesse exato momento, às 22:33 desse domingo, isso me faz chorar absurdamente.
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