quinta-feira, dezembro 5

Raul Seixas, Filosofias, Politicas e Lutas - Parte 03



Por Natan Castro 

Com o fim da banda Raulzito e os Panteras, Raul Seixas encara um dos momentos mais delicados da sua vida. Ainda que não estivesse se dando conta, todos os momentos de angústia, insegurança artística e depressão, serviram bastante para moldar a persona de um grande artista que surgiria alguns poucos anos mais tarde. Nesses dias de introspeção Raul Seixas mergulha em leituras que mais tarde serviriam de matéria-prima para algumas de suas melhores canções. Certo dia bate a sua porta um amigo que trabalhou com ele no Rio de Janeiro, lhe oferecendo um emprego de produtor da gravadora CBS. De pronto Raul aceita o convite e se transfere com a primeira mulher a americana Edith Wisner para o Rio de Janeiro, nesse período torna-se produtor de diversos artistas do cast da gravadora e produz seu compadre e grande amigo Jerry Adriane é dele o sucesso "Doce, Doce Amor" Nesse período Raul Seixas era descrito como um homem sério, sempre visto de gravata e pasta na mão, uma espécie de executivo artístico, com um salário digno essa fase contrastava com o período difícil que passou poucos anos antes junto de sua primeira banda na cidade.

De Raulzito para Raul Seixas

Nesse período Raulzito conhece dois grandes personagens seminais para sua carreira artistica, o primeiro deles era o compositor de Cachoeira do Itapemirim, chamado Sérgio Sampaio e o outro um editor de uma revista de ufologia chamado Paulo Coelho. Nesse período lança como produtor e cantor o antológico álbum Sociedade da Grã Ordem Kavernista, Apresenta Sessão das Dez, deles participam também Sergio Sampaio, Paulo Coelho, Miriam Batucada e Edy Star. Diz a lenda que Raul aproveitou a viagem do presidente da gravadora aos E.U.A e gravou o álbum que é tido como um dos álbuns mais emblemáticos do rock brasileiro. Porém a façanha lhe custou o emprego, já havia algum tempo que Sergio Sampaio incitava Raul a seguir uma carreira solo, dizia ele não ter sentido Raul Seixas retornar a Bahia. Foi quando em 1973 Raulzito resolve largar a indumentária séria de um executivo de gravadora e torna-se o Raul Seixas que todos conhecemos até hoje. A principio mostra suas músicas ao produtor Roberto Menescal que de pronto topa produzir as canções para um primeiro álbum solo, era o ano de 1973, Raul Seixas se inscreve no festival internacional da canção com a música “Let Me Sing, Let Me Sing” que chega a final, tal acontecimento leva Raul Seixas a assinar com a gravadora Philips.




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