Por Natan Castro
Com o fim da banda Raulzito
e os Panteras, Raul Seixas encara um dos momentos mais delicados da sua vida. Ainda
que não estivesse se dando conta, todos os momentos de angústia, insegurança artística
e depressão, serviram bastante para moldar a persona de um grande artista que surgiria
alguns poucos anos mais tarde. Nesses dias de introspeção Raul Seixas mergulha
em leituras que mais tarde serviriam de matéria-prima para algumas de suas
melhores canções. Certo dia bate a sua porta um amigo que trabalhou com ele no
Rio de Janeiro, lhe oferecendo um emprego de produtor da gravadora CBS. De pronto
Raul aceita o convite e se transfere com a primeira mulher a americana Edith
Wisner para o Rio de Janeiro, nesse período torna-se produtor de diversos
artistas do cast da gravadora e produz seu compadre e grande amigo Jerry
Adriane é dele o sucesso "Doce, Doce Amor" Nesse período Raul Seixas era
descrito como um homem sério, sempre visto de gravata e pasta na mão, uma
espécie de executivo artístico, com um salário digno essa fase contrastava com
o período difícil que passou poucos anos antes junto de sua primeira banda na
cidade.
De
Raulzito para Raul Seixas
Nesse período Raulzito
conhece dois grandes personagens seminais para sua carreira artistica, o primeiro deles era o compositor de Cachoeira do Itapemirim, chamado
Sérgio Sampaio e o outro um editor de uma revista de ufologia chamado Paulo
Coelho. Nesse período lança como produtor e cantor o antológico álbum Sociedade
da Grã Ordem Kavernista, Apresenta Sessão das Dez, deles participam também Sergio Sampaio, Paulo Coelho, Miriam
Batucada e Edy Star. Diz a lenda que Raul aproveitou a viagem do presidente da
gravadora aos E.U.A e gravou o álbum que é tido como um dos álbuns mais
emblemáticos do rock brasileiro. Porém a façanha lhe custou o emprego, já havia
algum tempo que Sergio Sampaio
incitava Raul a seguir uma carreira solo, dizia ele não ter sentido Raul Seixas
retornar a Bahia. Foi quando em 1973 Raulzito resolve largar a indumentária
séria de um executivo de gravadora e torna-se o Raul Seixas que todos
conhecemos até hoje. A principio mostra suas músicas ao produtor Roberto Menescal
que de pronto topa produzir as canções para um primeiro álbum solo, era o ano
de 1973, Raul Seixas se inscreve no festival internacional da canção com a
música “Let Me Sing, Let Me Sing” que chega a final, tal acontecimento leva Raul
Seixas a assinar com a gravadora Philips.
Nenhum comentário:
Postar um comentário