Vai bicho desafinar o coro dos contentes
Por Natan Castro.
Muito se fala em Tropicália,
MPB da virada dos sessenta para os setenta, Bossa Nova, Jovem Guarda. E vários
são os artistas ovacionados nesse período no Brasil. O próprio Caetano Veloso à época do exílio em
Londres produziu dois discos importantes dentre eles um clássico chamado Transa.
Sem dúvida alguma um álbum genial porem toda sua genialidade pela parte musical
não teria se consumado se não fosse um cara chamado Jards Macalé. Um iconoclasta da nossa cultura, um artista que
passeia até hoje pelo o erudito e o popular com uma desenvoltura que poucos
possuem.
Em 1972 ele lança um
álbum ousado misturando rock, samba, eruditismo, jazz, bossa nova, tropicalismo.
Em plena ditadura não poderia haver ousadia musical maior, um acetato
minimalista, pois tinha o próprio ao violão, Lany no violão solo e Tutty na
bateria. Esse disco tem a clássica “Lets Play That” que se tornou um hino da resistência
por conta do refrão “Vai bicho desafinar o coro dos contentes” junto da vinheta
de outra importante canção “Vapor Barato” eternizada na voz de Gal Costa de sua autoria e do poeta Wally Salomão. Esse álbum possui letras
e músicas de Torquato Neto, Luiz Melodia, Gilberto Gil dentre outros. Tamanha
ousadia musical deu a Jards Macalé um lugar cativo na cadeira da Academia Brasileira
dos Artistas Malditos com bastante propriedade.
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