O
CANTO DOS MALDITOS
Inicio hoje uma série de
postagens falando dos álbuns e artistas considerados malditos da música
brasileira, tendo em sua grande maioria fatos e peculiaridades que levaram
critica e público a considera-los como sui generis, diferentes, especiais ou
como desejam alguns malditos.
SOCIEDADE
DA GRÃ ORDEM KAVERNISTA
APRESENTA SESSÃO DAS 10.
No ano de 1971 nos estúdios
da CBS, no Rio de Janeiro um grupo de quatro jovens artistas se reuniram para
gravar aquele que talvez tenha sido o mais ousado e genial álbum da contracultura
no Brasil. Raul Seixas, Sergio Sampaio, Miriam Batucada
e Edy Star, foram os protagonistas
de Sociedade
da Grã Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10. A versão brasileira
de Sargent Peppers dos Beatles, porém eles não eram um grupo,
apenas se reuniram para esse álbum em especial. Há época Raul Seixas era
produtor da CBS, e diz à lenda que na ausência do presidente da companhia no
Brasil, que estava de viagem ao exterior, Raul teve a ideia do disco. Com produção
requintada diz outra lenda que Raul acabou expulso da CBS por conta da não
aceitação da direção da CBS tanto no Brasil como no exterior, segundo o mesmo
Raul Seixas o alto custo da produção teria sido o estopim para sua demissão.
Das 11 canções do álbum nove
são parcerias de Raul com Sergio Sampaio, o disco possui uma miscelânea de
ritmos indo do rock ao bolero. Edy Star era um homossexual cantor de boleros
que Raul Seixas conheceu na Bahia, Sergio Sampaio era um talentosíssimo compositor
de Cachoeira do Itapemirim (ES) amigo de Roberto Carlos na adolescência, Miriam Batucada era uma cantora iniciante
da mpb e do samba com uma voz bem peculiar. Com quase nenhuma divulgação por
parte da gravadora sendo relançado anos depois até da morte de três deles,
somente Edy Star continua vivo. Em minha opinião esse é o primeiro álbum dos
grandes álbuns considerados malditos da musica brasileira, seja pela sua
parcela de transgressão e por sua ousadia musical.
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