Ah Porra! Cai da cama. Nervoso. Sonhei que meu cachorro Fred Rincón foi contratado pelo Flamengo por 5 milhões de dólares e usava a camisa 10 que Zico passava pra ele numa comitiva da imprensa com narração de Galvão Bueno. Coisa estranha esse parada de Sonho. Fui pra sacada da casa e me deu vontade de fumar, mas parei faz um tempo. Desde um dia que passei horas rodando no carro feito louco atrás de uma carteira de cigarros e capotei na Av. Quajajaras. Virou 10x até parar num muro. Mas não tive nenhum arranhão. Não acredito em deus, mas naquele dia quase acreditei. O carro era roubado então deixei lá. Parecia uma lata de refrigerante jogada no carnaval. Voltei caminhando pela avenida.
Nesse dia conheci Brigiti
Bardô. Ela me viu e foi falar comigo. Como era linda aquela nega. Na verdade
não era uma nega. Tinha sido um nego. Sei que eu a tratei como uma mulher.
- Ei moço! Você está bem?
- Não. Acabei de sofrer um
acidente.
- Mas está vivo.
- Sim. Quer transar comigo?
- Cobro 200 reais tudo.
- Vamo!
Chamei um taxi e vamos pro
motel que ela indicou, antes passamos numa farmácia 24hrs e comprei um
analgésico. Dores na cabeça. Entramos e passei meia – hora tomando um bom
banho. Me toquei , puxei minha pele, bati o pé no chão e limpei o pau. Pra vê
se eu tava vivo mesmo. Sai do chuveiro e Brigiti Bardô fumava um cigarro e me
ofereceu um. Eu disse NÃO. Por causa daquele negócio eu quase morri e contei a estória do acidente pra ela e
depois ela me contou a dela. Mas depois da foda. Tirou a roupa bem devagar e
depois a minha toalha. Tirou do bolso uma camisinha e um creme e disse que era
passar por cima da camisinha porque ela tava com ressecamento. Explicou que
tava bebendo pouca água. Fiz o que ela mandou.
Foi bom. Esqueci o tempo
naquelas coxas cinza, peitos pequenos, boca carnuda e seus cílios enormes.
Esqueci também o acidente e jurei nunca mais fumar. Gozei. Ela gozou. Me
abraçou e me beijou com uma mãe como se eu fosse um bebê que acabou de nascer.
Acho que casaria com aquela puta se não fosse casado.
- Por que Brigiti Bardô?
- Ela era uma grande diva francesa.
Apesar de que ela era loira e eu sou morena. Mas sempre desejei ser ela. Desde
quando eu era um menino e morava na Madre Deus.
- Você falou um menino.
- Sim. Eu sou transexual. E
você nem percebeu.
- Não parece. Como você se
chamava?
- Era horrível meu nome.
Carlos Eduardo. Fiz sessões de fonoudiologia pra afinar a voz, pus silicone e
tomo hormônios femininos, além, da cirurgia de mudança de sexo que fiz em São
Paulo.
- Hummm... Você ficou linda.
Parece uma modelo de revista. Tipo aquelas de altdoor.
- Obrigado. E você faz o que
da vida?
- Sou assaltante de carros.
- Não gosto de bandidos. Roubam
nosso coração e nos deixam na mão. São Mal.
- Hahahahahahahahaha.
Chamei o táxi. Paguei ela e
o t[axi. No caminho passamos pela Avenida Guajajaras e ela disse que estava com
uma viagem paga pra Portugal e provavelmente demoraríamos a nos ver ou nunca
mais. Desejei boa sorte e um último beijo antes de ela descer e me mandei pra
casa. Beijei meus meninos que dormiam no sofá da sala e desliguei o vídeo game.
E bem devagar entrei no meu quarto subi na cama e abracei minha esposa e apaguei.
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