Ontem
ocorreu o debate no Sistema Mirante de Comunicação, foram os piores debates já
vistos até o momento. E o grande protagonista não foram os candidatos, mas o
mediador Tonico Ferreira, jornalista da Rede Globo, que passou todo o tempo
controlado o debate na tentativa de evitar o bate boca entre os candidatos.
E
acabou ele mesmo cometendo os erros, deixando bem visível o seu nervosismo, a
ponto de cometer erros primários por sinal, no momento que deveria dar a
tréplica a João Castelo, anunciando o intervalo comercial, sendo obrigado
voltar atrás para a tréplica a referido candidato.
A
ausência do Marcos Silva do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores
Unificados), conhecido nos debates por aplicar a sua “metralhadora giratória”
em todos os candidatos ao fazer acusações, críticas e ironias a todos foi
fortemente sentida e bastante comentada nas redes sociais, especialmente do
Facebook, numa notória censura ao candidato e ao seu partido, e como
compensação ou “cala boca” para uns, a Mirante concedeu a entrevista ontem meio
dia no telejornal da emissora. Que eu particularmente não iria a entrevista,
sendo que foi impedido de participar do debate.
E em
relação ao desempenho dos candidatos, vou especificar um por um.
Edivaldo
Holanda Júnior – PTC (Partido Trabalhista Cristão): ciente que iria ser o alvo
de ataque dos adversários, ele foi muito bem treinado por seus assessores e
marqueteiros de campanha, esquivando-se das críticas feitas principalmente por
Haroldo Sabóia. E tentou fazer uma polarização ao criticar o atual prefeito e
candidato a reeleição, devido ao fato de estar em segundo lugar nas pesquisas
de intenção de voto e eventual adversário no segundo turno. Fora isso, não teve
nada de novidade no debate, ficando muito semelhante a sua postura no horário
eleitoral na rádio e TV, aos que esperavam que ele iria se sair mal em
decorrência de uma entrevista feita no telejornal da Mirante no qual foi
bastante criticado devido ao seu desempenho, de certa forma ele se saiu bem da
forma como queria os seus aliados, assessores e marqueteiros.
Eliziane
Gama – PPS (Partido Popular Socialista): tem uma boa oratória, teve o destaque
em relação aos demais candidatos, mas devido ao esvaziamento do debate criado
pelo mediador e erros cometidos pelo mesmo, acabou a prejudicando de certa
forma, pois podia se destacar bem mais do que esperado, e saiu praticamente
ilesa nas discussões em todos os temas, visto que foi praticamente isenta das
críticas dos demais candidatos. Mas apelou muito pelo fato de ser a única
mulher candidata, na tentativa de comover e conseguir votos do eleitorado
feminino.
Haroldo
Sabóia – PSOL (Partido Socialismo e Liberdade): com a ausência do Marcos Silva,
teve que exercer a função de “atirador”, atacando todos os candidatos, principalmente
Edivaldo Holanda Júnior, João Castelo, Tadeu Palácio e Washington Luís. Mas foi
o tempo todo retaliado pelo mediador que tentou o máximo haver o bate boca
entre os candidatos, que acabou comprometendo o seu desempenho, que nem sequer
permitiu concluir o seu raciocínio durante a sua explanação, numa notável
censura feito pelo mediador.
João
Castelo – PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira): experiente em debates
e acostumado a ser atacado por adversários, o mesmo tira proveito da situação
bem no estilo Paulo Maluf, ao afirmar que fez grandes obras na cidade quando
foi governador do Maranhão (1978-1982), o Italuís, Estádio Castelão, Hospital do
IPEM (Carlos Macieira), Conjuntos Habitacionais Cidade Operária, Maiobão e
outros. Na tentativa de calar a boca dos adversários, que as vezes acaba dando
certo devido a sua longa carreira politica em relação aos demais e por saber
lidar com a situação, apesar do pavio curto.
O
controle do debate feito pelo mediador Tonico Ferreira, acabou o blindando das
críticas, principalmente do Haroldo Sabóia, e que acabou sendo o beneficio a
sua candidatura com o esvaziamento das discussões em todos os temas. Por mais
que fale o debate deva ser de alto nível e sem baixarias com a alegação de que
o eleitorado/telespectador não seja desrespeitado e por não gostar do baixo nível,
na prática, o eleitor gosta sim de bate boca e discussões entre os candidatos,
tanto que a ausência do Marcos Silva foi fortemente notável no debate e
bastante comentado nas redes sociais (Facebook).
Como
eu sempre falo, “ A desgraça dos outros é o circo para o público rir”, ou seja,
o povo gosta mesmo é de ver o “circo pegar fogo”, a ausência do Marcos Silva e
a “blindagem” feita pelo mediador, beneficiou em cheio o João Castelo, que nem
sequer teve a preocupação de responder as críticas dos outros candidatos.
Tadeu
Palácio – PP (Partido Progressista): na tentativa de fazer a comparação da sua
gestão quando foi prefeito (2002-2008) com a atual gestão, fazendo críticas
direcionadas a prefeito João Castelo, não surtiu tanto efeito como esperado,
devido o esvaziamento das discussões e o controle feito pelo mediador na
tentativa de evitar o bate boca. Falou muito do que fez quando prefeito e pouco
falou do que vai fazer caso seja eleito. O que não contribuiu muito no seu
desempenho ao debate.
Washington
Luís – PT (Partido dos Trabalhadores): vice-governador do Maranhão, tem o forte
apoio da governadora Roseana Sarney, secretários do governo como o Ricardo
Murad e Pedro Fernandes, por exemplo, apoio do governo federal principalmente
de alguns ministros do partido. Devido a isso, tem o maior número de aliados e
de partidos inseridos na sua coligação que resultou o maior tempo do horário
eleitoral em relação aos demais candidatos e partidos.
Tem
uma excelente equipe de assessores e marqueteiros que contribuiu bastante no
desempenho nos horários eleitoral do rádio e tv, em virtude disto, o seu
desempenho no debate era o mais esperado no debate. Mas o que se viu, foi o
fraquíssimo desempenho, demonstrando certa insegurança em algumas perguntas e
sem firmeza em algumas resposta. Passou todo o debate apelando na tal parceria
que irá fazer com o governo estadual e federal caso seja eleito. Sem contar que
foi fortemente criticado por outros candidatos, principalmente por Haroldo
Sabóia, mas o controle feito pelo mediador, acabou também sendo “blindado” e
nem se preocupou em responder as críticas feita pelos candidatos.
Com esta
análise feita ao desempenho dos candidatos, o debate não contribuiu em nada
para decidir em quem eleitor votar, principalmente aos indecisos, sendo os
piores debates já realizado pela Mirante. Mas a emissora não ficou no prejuízo,
pelo contrário, ocorreu na mais perfeita forma orquestrada por quem não
quisesse mesmo haver um confronto entre os candidatos. Quem perdeu mesmo foi o
eleitor/telespectador, que passou até a madrugada esperando pelo debate e
desligou a tv decepcionado com os candidatos e “puto” com o mediador. Porque o
Tonico Ferreira acabou roubando a cena dos candidatos com o seu nervosismo
aparente, e querer a todo custo controlar o debate e cometendo erros grotescos
e primários por sinal.
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