Subordinados: sim senhor, sim senhor, sim
senhor...
Coronéis: mandam porque tem poder.
Subordinados: obedecem porque tem medo.
Nessa reta
final de campanha da Eleição pra prefeito de São Luís para o próximo quadriênio
(2013-2016), ganhou um clima de terror e pânico na cidade por conta da
divulgação de um vídeo em que os policiais militares e bombeiros estavam numa
reunião em apoio ao candidato a prefeito (não vamos citar o nome porque é
conhecimento de todos e esse artigo não se trata dos candidatos ao pleito).
E a
repercussão foi imediata, espalhando a ideia de uma suposta formação de milícia
em favor do candidato que estava presente na reunião, voltando aos tempos do
coronelismo e da ditadura militar em plena democracia e o estado democrático de
direito. O vídeo pode ser real e não uma
montagem, mas com certeza foi uma sabotagem para prejudicar não só o candidato,
mas também os policiais e bombeiros que estavam presentes na reunião.
E que
resultou na prisão de alguns, entre eles o Cabo Campos que foi candidato a vice
na chapa da Deputada Estadual Eliziane Gama, uma total afronta ao regime
democrático em que supostamente vivemos. Até quando teremos a Polícia Militar a serviço
da repressão e da Ordem? Historicamente a PM sempre esteve a serviço da elite
politica e das classes dominante.
O Maranhão
que há séculos é governado por grupos politico-oligárquico, a polícia sempre
foi usada para os interesses desses grupos, infelizmente em pleno regime
democrático, as instituições militares como a polícia e bombeiros não tiveram
mudanças significativas pra se adequar ao novo regime vigente, as concepções e
práticas são análogas no período da ditadura militar e ao modelo oligárquico no
estado. Não é a toa que os militares não podem fazer greves, criar sindicatos e
nem participar de atividades politicas, em que a ordem, hierarquia e disciplina
são regras cumprida a risca.
A prisão
das principais lideranças que estavam na reunião em apoio ao candidato a
prefeito e que foi filmada de forma bem tendenciosa, foi à resposta dada pelo
governo do estado numa forma de vingar-se dos mesmos. Mas porque essa vingança?
Esses líderes
que estavam na reunião em apoio ao candidato, são os mesmos que comandaram a
histórica greve da Policia Militar, Corpo de Bombeiros e Policia Civil, em que
passaram mais de uma semana ocupando as dependências da Assembleia Legislativa
do Maranhão, dando um basta as humilhações imposta por seus superiores dentro
dos quarteis e do próprio governo do estado.
A greve
dos militares deixou o governo do estado e a classe politica maranhense
atônita, porque pela 1° vez na história do Maranhão os subordinados resolveram
se rebelar, algo inimaginável para a classe e grupos dominante.
A ideia da
suposta formação de milícia nada mais é uma tentativa de criar o pânico/terror à
população e desmoralizar os líderes, até mesmo como forma de justificar a
expulsão dos mesmos da corporação, no vídeo postado na internet que foi visto
milhares de vezes, é compreensível o discurso deles em afirmar “que vão fazer
uma missão secreta” e algo do tipo que possa causar espanto.
Mas a
formação de milícia é exagero, porque quem conhece a policia sabe que o
discurso é a prática do seu cotidiano em que vive. Portanto, não há crime algum dos policiais
terem participado da reunião e nem do candidato ter participado e recebido
apoio, a reunião é e nem foi secreta, porque o comitê fica em frente ao IFMA
(Instituto Federal do Maranhão) e SENAI, e a denominação do local que ocorreu a
reunião é bem nítida, comitê militar, portanto, não há nada de secreto.
Os
militares tem toda a legitimidade de participar politicamente em apoiar qualquer
candidato que seja, independente de partido ou ideologia, porque antes de tudo
são homens e mulheres, pais e mães de família que exercem poucos direitos e
muitos deveres.
Por trás
da farda, há homens e mulheres, pais e mães de famílias, que são também
trabalhadores, porque os mesmo riscos que corre o cidadão comum ao sair de sua casa
para o trabalho e não voltar mais, são os mesmos riscos que corre também os
policiais militares.
Os
militares não podem se reunir para manifestar ou apoiar candidato a ou b, mas
podem se unir pra reprimir, violentar ou até mesmo matar, que muitas das vezes
é o pai e mãe de família, quem mora nas periferias da cidade sabe muito bem
como age os policiais, e eles agem de forma secreta, sem se identificar, e o
pior, com a conivência da corporação e do próprio estado.
Os
militares não podem se unir em busca de melhorias para a sua categoria, mas se
unem a mando do próprio estado para reprimir toda e qualquer manifestação que
vá contra o governo, quanta contradição né?
O que
vocês acham que serve o serviço velado e/ou serviço de inteligência? Esses sim
agem secretamente, e até mesmo em forma de milícia, sem revelar nomes e os
rostos. Muita das vezes as operações feita são de forma arbitrária e
truculenta, que quase sempre acaba em repressão a pessoas inocentes, é a velha
prática da polícia “primeiro bate e depois investiga (se realmente investiga)”.
Como diz o
respeitoso militante Marcos Silva do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores
Unificado), os policiais estão aos poucos estão tomando a consciência de que os
seus inimigos não são as vítimas do sistema, mas o próprio sistema na qual eles
servem.
Não
podemos negar a importância da polícia na nossa sociedade, tanto que cabe a nós
e todos os segmentos da sociedade civil e organizada discutir a que tipo de
policia que nós queremos. O Marcos Silva prega a ideia de uma policia
humanizada, isso é possível? Cabe a sociedade em geral discutir a que modelo de
segurança que queremos (incluindo a polícia).
Porque uma
coisa é que a sociedade não pode mais aceitar, é a polícia a serviço dos
coronéis, dos poderosos que se perpetuam e estão atrelados no
poder há anos e séculos no Maranhão, não podemos permitir passivamente um pobre
e pai de família explorado e mal remunerado que usa a farda espancar o mesmo
pai de família que vive em mesmas condições sociais.
Numa frase
dita por ativistas de todos os segmentos:
“Basta de guerra entre os pobres e explorados
e se unir contra a aqueles que nos exploram e nosempobrecem que são os grandes
responsáveis por todas as mazelas da nossa sociedade.”
Portanto,
solidarizamos aos militares presos a mando do governo do estado. E
repudiamos essa farsa chamada de milícia em plena campanha politica nas
eleições, por entender que estamos na democracia e num estado democrático de
direito, e banir toda e qualquer prática análoga aos tempos dos coronéis e do
voto de cabresto.
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