domingo, janeiro 15

A mini-saia de Solange

Andava meio cabisbaixo pelas ruas da Praia Grande, sorriso daqueles bem assim de...
             - É... tudo bem! Não deu mesmo, deixa pra próxima. Próxima o caralho! Que piquena mais safada marcou comigo e me deu o bolo. Bolo? Hum...Não seria mal um pedaço de bolo pra aliviar a porra da decepção.Cacete tava todo empolgado com aquela amiga da Bete, Safada! Desgraçada! Bem que papai disse: “Meu filho mulher é bicho estranho”. Me lembrei agora do filme de Almodóvar Fale com ela. Era tudo o que eu queria fazer. Falar com ela. Vou ligar? Será? Vou ligar porra nenhuma, alias nem crédito tenho. Vou é pro bar do Porto, dançar reggae, fumar unzinho e esquecer do bolo dessa desgraçada!!  
          Marcelo percorreu as pedras de sabão da Praia Grande rumo ao bar do Porto.
- Que aziação! Cadê o povo daqui?!
          Não tinha ninguém. Marcelo desejou não ter saído de casa, gastado passe à toa, por culpa daquela tal de Solange! Sol! Sol o caralho! È chuva que caí agora nessa merda de ilha do Amor. Amor?? Droga! Exclamou Marcelo. O que isto? Não sei.Amor????
Marcelo já havia tomado umas, fumado uns, mas aquela cara de decepção ainda estava lá.

          - Bete? Bete?

          - Cadê Sol? Sol?

          - Que Sol, porra?

          - Solange

          - Cara essa piquina é doida daqui a pouco ela aparece. Me dá um trago ai?

         A Bete era assim meio mística sei lá, Paz e amor essas coisa de hippie. Gostava de curtir um reggae as sextas-feiras, e fumar unzinhos, usar umas roupas diferentes, transadas...

         - Bete?

         - Que é?

         Marcelo estava com aqueles olhos de Silvestre Stalone que só ele tinha...Estava caidinho devia ser o efeito da erva

         - Bete, tô querendo puxar o carro...

         - O que, porra? Agora que o negócio tá ficando bom...Tu vai sozinho.

         Bete não ia mesmo ainda mais que de repente o bar começou a ficar cheio e por entres as pessoas ela havia visto um cara que ela estava afim a um tempinho.

         - Cara, Marcelo, olha o Vitor ali!

         - Que Vitor, Bete?

         - Aquele carinha fofo de dreadlock no cabelo!

         - Dread... O que? Que diabo é isto?

         - Ah! Me poupa Marcelo! Aqueles chumaços de cabelo que os “rasta” usam.

         - Que desgraça é isso de “rasta”?

         A Bete era inteirada nesses assuntos sobre reggae, quem foi não sei quem, quando morreu, onde surgiu o reggae. E Marcelo só sabia uns passinhos tímidos e olhe lá. Na verdade o Marcelo só pensava na Solange que não chegava nunca, ou será que um dia ela ia chegar.

         Marcelo já tristinho “mas sem graça do que a top model magrela na passarela”. Decididamente estava pronto a ir embora e mandar a Solange plantar coquinho, mas tudo na vida precisar de paciência e tempo, como, diz Chico Buarque: “Não se afobe não que nada é pra já”... Quando...Marcelo sentiu nas calças algo vibrando incessantemente era a droga do celular: Solange chamando. E como um súbito rompante de alegria teceu um sorriso maroto e sacana no rosto em Marcelo.

         - Bete! Bete!

         - Que foi, cara?

         - Sol ta chegando...

         - Sol? Que Sol caralho? Tá chovendo pra cacete!

         Bete estava viajando mesmo, mas era nos dreadlocks do Vitor. Marcelo não cabia em si de tanta felicidade e pensou consigo mesmo:

- Essa piquina é doidinha mesmo, está vindo agora 1:30 da madrugada! To decidido é ela que vou amar!

         - Bete, acho que tô gamado na Solange!

         - Heim! Fala alto, porra!

         TÔ GAMADO PELA SOL. TÔ MESMO.

         Marcelo nunca havia amado ninguém, parecia que agora ia ser para valer. Bete, mesmo nunca tinha visto ele tão empolgado por nenhuma menina antes. Ela sempre o achou superficial, mas a Solange havia balançado mesmo.
         - Que horas que essa doida vem?

         - Não sei. Ela me ligou e disse que já tava saindo há uma hora...

         - Sol é doidinha mesmo! Acho que ela já deve tá por ai.Vai lá ver.

         E Bete, tinha toda razão. Quando Marcelo dirigia-se a porta do Bar do Porto, eis como numa cena de cinema, Solange. Com a sua mini-saia da Damyller, entrando triunfalmente, como uma rainha. Os olhos de Marcelo eram todos na direção da mini-saia dela.
         Que saia! Marcelo suspirou. Como um jovem que era sentiu todos os hormônios de seu corpo entrarem em ebulição quando ela disse com aquela vozinha que toda mulher usa quando quer derrubar o cara:
         - Oi, Marcelo! Desculpa, pela demora, mas é que chegou um pessoal lá em casa e só deu pra sair agora...
E tacou um beijo no rosto de Marcelo todo espinhento. Pronto! Marcelo não tinha o que fazer mais, a não ser deixa-se dominar por completo pelos encantos de Solange.
         E como tudo tem que ser, depois de algumas Bahamas ,umas ervas e muito reggae, enfim, Solange deu aquele beijão na boca do Marcelo e Bete na, de Vitor. E o resto vocês podem imaginar...

5 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Cris... A ideia geral do que escreveste foi relativamente interessante. Apesar dos personagens bem característicos da vivência no Centro Histórico (Hellviver), suas expressões peculiares, a citação de músicos que adoro (Baleiro e Buarque, respectivamente) creio que tens muito mais a oferecer, Cris.

P.S.: Confesso ter ficado com uma pontinha de decepção (no geral) acerca esse texto... Grande abraço do teu amigo Dex.

Anônimo disse...

rssrsrsr Desculpe n pude evitar os risos. Porque há tempos recebi a mesma crítica do texto.Mas está valendo.Gostei do "Hellvier" e também de sua escrita ortograficamente correta..srsrsr.Cris

Unknown disse...

uashusahsauhsuhashusauhasuh
ei cris essa estória tem um tempão
heheheheeh
era uma mini-saia, mas sabe dei altas gargalhadas.
DP.

Anônimo disse...

sim Di tem um tempão uns 6 anos! rsrrs

Unknown disse...

pus uma ft em plano de bit

diego