Por William Washington de Jesus
Desde
a posse do Deputado Federal Marco Feliciano, pastor evangélico que faz parte da
bancada de evangélicos na câmara federal que apoia o governo do PT (Partido dos
Trabalhadores) e da Dilma Rousseff, a presidência da comissão de direitos
humanos e minorias na câmara dos deputados, tem sido alvo sistemático de
manifestações contrário a sua posse na comissão que sempre foi ocupado por
partidos de esquerda e com o apoio dos movimentos sociais.
As
manifestações contra o Pastor Marco Feliciano não é somente o fato de ser
evangélico (apesar de que isso seja demonstrado claramente de certa forma), mas
por causa das suas declarações em relação às mulheres, negros ehomossexuais
(principalmente estes) que foram preconceituosas e discriminatórias, o que não
condiz ao cargo que ocupa.
Mas
as perseguições feitas ao deputado são até injusta, mas por quê? Antes da posse
do Marco Feliciano, o mesmo era apenas o deputado da bancada de evangélicos que
apoia a presidente Dilma que pertence ao PSC (Partido Social Cristão) que
apoiou a Dilma Rousseff nas eleições de 2010, mesmo ela sendo favorável ao
aborto em que o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), Rede Globo e a
Igreja Católica fizeram campanha sistemática contra a candidata do PT e favorecer
o José Serra, candidato dos tucanos, a sua posse a presidência da comissão de
direitos humanos foi uma gratidão que o PT fez ao PSC e a bancada evangélica
que o apoia o governo pelo apoio nas últimas eleições, em que o próprio PT
abriu mão da comissão de direitos humanos e minorias (historicamente ocupado
pelo PT e partidos de esquerda) para dar mais espaço a bancada do PSC que há
tempos havia exigindo espaço no governo para a sua bancada.
Porque
é injusta a perseguição ao Marco Feliciano? Porque não é ele o grande problema
da política brasileira, ele é apenas mais um que reforça o que já existe de
pior, a corrupção e a defesa de apenas ao grupo que representa, na câmara e no
senado federal temos a bancada dos ruralistas que defende os latifundiários e
promovem o terror no campo contra o MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais e
Sem Terra), terras indígenas e a população em geral que resiste a viver no
campo, temos a bancada dos banqueiros que representa as instituições
financeiras, bancada dos empresários que engloba as industrias e o comércio e
por fim a bancada dos evangélicos que está inserido o Marco Feliciano. No
restante, há uma parcela ínfima que representa os sindicatos, trabalhadores e
movimentos sociais. E é cada um defendendo os interesses da sua classe ou
categoria.
Eu
discordo de muita coisa do Silas Malafaia, mas eu reconheço que ele tem uma
excelente oratória e tem o grande poder de mobilizar as massas, principalmente
o da sua igreja (Vitória em Cristo) que não é pequena, porque onde ele passa,
arrasta uma multidão, e o seu programa exibido pela TV Bandeirantes aos sábados
tem uma audiência gigantesca, eu mesmo, as vezes, gosto de assistir o seu
programa para saber o que ele está falando, mesmo discordando na maioria das
coisas que fala.
Em
um de seus programas, o Silas Malafaia falou que eu realmente concordo, os
ataques a Marco Feliciano é para blindar o José Genoíno e João Paulo Cunha que
no mesmo dia da posse do pastor, foram empossados para comandar a Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania na câmara federal, e todo mundo sabe que
Genoíno e João Paulo Cunha foram os réus do julgamento do mensalão no STF
(Supremo Tribunal Federal) e condenados pelo Ministro – Relator Joaquim Barbosa
e atual presidente do STF e demais ministros que participaram do julgamento, a
posse dos dois deputados condenados nem tiveram repercussão praticamente por
causa do foco concentrado ao pastor evangélico que assumiu os direitos humanos
e proferiu frases discriminatórias.
Desde
então, os ataques tem sido feito diariamente, principalmente nas redes sociais,
como o Facebook, por exemplo, enquanto José Genoíno e João Paulo Cunha estão
imunes dos ataques feitos pela imprensa, redes sociais na internet e movimentos
sociais. Você defende o Marco Feliciano? Não!
Pra
mim o Marco Feliciano também não me representa, como também não me representa o
Renan Calheiros que está atualmente na presidência do senado, Blairo Maggi,
ex-governador de Mato Grosso e atual senador pelo estado, um dos grandes
produtores de soja do país e faz parte da bancada ruralista no senado e preside
atualmente a comissão do meio ambiente na casa, este também não me representa,
José Genoíno e João Paulo Cunha deputados que fazem parte da comissão que eu
citei anteriormente, também não me representam, praticamente nenhum deputado e
senador me representam e nem mesmo eles estão defendendo os meus interesses,
portanto, perseguir somente o pastor é uma injustiça.
Você
é contra o Feliciano estar na comissão de direitos humanos pelo fato dele ser
evangélico? Não! A bancada deveria ter escolhido um evangélico progressista que
prega a tolerância e acima de tudo o respeito, especialmente aos homossexuais,
porque as declarações do pastor Marco não condizem ao que cargo que ocupa.
O
ataque sistemático ao pastor feito por partidos de esquerda e movimentos
sociais está apenas beneficiando políticos como Renan Calheiros, José Genoíno,
José Dirceu, João Paulo Cunha e muitíssimo outros que estão sendo blindados por
não serem atacados ou alvo de manifestação nas ruas ou redes sociais na
internet. Porque vocês acham que a presidência da câmara até agora não tomou
nenhuma medida de fato para destituir o Marco Feliciano na presidência da
comissão dos direitos humanos e minoria? Não é interessante para eles, podem
reparar que desde o pastor evangélico assumiu a presidência, a imprensa
praticamente deixou de falar do Renan Calheiros e dos políticos condenados pelo
mensalão, até mesmo a Globo que costumava veicular noticias envolvendo
políticos envolvido em corrupção, só fala apenas do Marco Feliciano, em que ele
de uma hora pra outra se tornou o centro do problema na câmara.
Os
movimentos sociais e partidos de esquerda lamentavelmente estão fazendo o jogo
da classe politica que está sendo blindada e da mídia que não faz praticamente nenhuma
denuncia em atos de corrupção envolvendo ospolíticos, a imprensa está jogando a
opinião contra o pastor na tentativa de desgastar a sua imagem e
consequentemente força-lo a renunciar o cargo.
O
Marco Feliciano irá renunciar a presidência da comissão dos direitos humanos?
Não! Ele não está sozinho, é um engano achar que esteja, ele tem o apoio de
evangélicos, principalmente dos adeptos da sua igreja, e também de nada mais e
nada menos que Silas Malafaia, porque este tem o grande poder de mobilizar as
massas, principalmente de evangélicos que não fazem parte da sua igreja, os
ataques feito ao pastor fez foi despertar a ira de evangélicos que resolveram
se mobilizar em favor do pastor, e isto o reforça a permanecer na presidência
da comissão e resistir aos ataques de partidos e movimentos sociais.
O
Marco Feliciano com o apoio de outros pastores, tá fazendo do culto religioso
de sua igreja o palanque politico para mobilizar os seus “irmãos” se
mobilizarem em defesa do mesmo, usando até mesmo o nome de “Deus” para o
defenderem, e a resposta veio de imediato, quem acompanha diariamente no
facebook ou twitter, estão vendo uma campanha sistemática em defesa do pastor e
detonando o deputado Jean Willys do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) que
defende as minorias, no caso os homossexuais no qual o mesmo assume
publicamente a sua orientação sexual.
Os
“irmãos” estão fazendo de forma sistemática ataques ferozes ao Jean Willys pelo
fato dele ter participado do BBB (Big Brother Brasil) na rede globo em 2005 e
por ser gay, devido a sua orientação sexual, os evangélicos de forma caluniosa
e leviana estão associando o mesmo até com pedofilia, reforçando o discurso
discriminatório e excludente que todo gay é pedófilo, numa tentativa para que o
estado não conceda em lei o direito dos homossexuais de adotarem as crianças e
colocar a sociedade contrária a essa lei que os homossexuais tanto lutam e o
deputado do PSOL citado anteriormente tem isso como uma de suas bandeiras na
câmara dos deputados.
Os
evangélicos já foram às ruas em defesa do Marco Feliciano, em resposta aos ataques
feitos ao mesmo, pra mim não será nenhum espanto haver um confronto de “irmãos”
com os dos movimentos sociais e partidos de esquerda que são visto como “ateus”
pelos religiosos, podendo resultar numa sangrenta batalha como ocorreu em Paris
no séc. XVI que ficou conhecida como “A noite de São Bartolomeu”.
Marco
Feliciano não cometeu crime algum dentro do seu mandato parlamentar, ele é o
“santo” perto do Renan Calheiros, Fernando Collor, José Dirceu, José Genoíno,
João Paulo Cunha, Paulo Maluf e muitíssimos outros políticos em Brasília e
espalhados por esse imenso Brasil afora.
Mas
as convicções religiosas não condizem ao cargo que ocupa, porque os direitos
humanos serve justamente para proteger, amparar e garantir direitos aos que são
marginalizados pela sociedade, principalmente os negros, indígenas, mulheres e
homossexuais, se fosse um pastor evangélico progressista que prega a tolerância
e acima de tudo o respeito as pessoas e principalmente as diferenças, essa
insatisfação dos partidos de esquerda e movimentos sociais seriam amenizados.
Não
devemos culpar a presidente Dilma, o governo e nem o PT, porque a bancada dos
evangélicos também faz parte do governo, e é justo o governo abrir o espaço aos
mesmos que há tempo vinham reivindicando, e a nomeação do Marco Feliciano não
foi à toa.
Devemos
culpar a democracia, sim, ela mesma, porque não? A democracia nos dá o direito
a liberdade de expressão, livre pensamento, livre opinião e até mesmo
questionar o governo, regime, sistema e a ordem vigente, entretanto, ela nos
impõe aceitarmos sujeitos e grupos que divergem as ideias e o livre pensamento
a outro.
Os
evangélicos estão errados de sair em defesa do Marco Feliciano? Não! Marco
Feliciano está errado em mobilizar os seus “irmãos” a sair as ruas e invadir as
redes sociais em sua defesa? Não! A bancada evangélica tem o direito de
reivindicar ao governo por mais espaço para participar nas decisões do próprio
governo? Sim!
A
democracia também dá o direito a eles de participarem nas decisões, portanto, culpar
o governo, PT e a presidente Dilma sãoinsustentáveis, até porque as eleições de
2014 estão bem aí diante dos nossos olhos, e não é interessante para o governo
da presidente comprar briga com a bancada evangélica que o apoia, já que o
governo não tem o apoio de fato da Igreja Católica.
O
apoio dos evangélicos será crucial para a reeleição da presidente Dilma, por
isso que ela não levanta as questões como o aborto, no qual ela mesma é a favor
e o homossexualismo, porque devemos compreender que a sociedade brasileira é
extremamente conservadora, os princípios religiosos são bastante arraigados na
vida e cotidiano na população.
A
escolha do papa argentino Jorge Mario Bergoglio, o Francisco I, pela Igreja
Católica não foi
a toa, e a religião mais uma vez poderá ser determinante nas
eleições ano que vem para presidente, vejam o caso do Paraguai nesse último
domingo, deu o enorme retrocesso ao eleger o Horácio Cartes do Partido Colorado
que durante 60 anos governou o país, e a metade governado sob uma ditadura
militar que teve o apoio da igreja.
A
Igreja Católica fará de tudo para derrubar os presidentes considerados de
esquerda na América Latina, no caso o Evo Morales na Bolívia, Cristina Kirchner
na Argentina, Rafael Correa no Equador, Jorge Mujica no Uruguai, Nicolas Maduro
na Venezuela e até mesmo dos irmãos Castro (Fidel e Rui) em Cuba, seja pela via
eleitoral ou golpe de estado (Paraguai sofreu o golpe de estado que derrubou o
presidente Fernando Lugo em 2012), o governo do PT e da Dilma está incluído
nesse cenário.
Por
isso o apoio da bancada evangélica e dos evangélicos ao governo é crucial, para
ser o contraponto a igreja católica. E a democracia está sendo usado pelos
“irmãos” em defesa do deputado pastor, em razão disto, o Marco Feliciano
dificilmente renunciará o cargo por motivos que eu citei anteriormente.
É a
democracia que os partidos de esquerda e os movimentos sociais estão agora
sentindo o gosto amargo.
Aí cito duas frases que eu escrevi num outro
artigo neste blog.
“Ah, os nossos libertários! Bem os conheço,
bem os conheço. Querem a própria liberdade! A dos outros, não. Que se dane a
liberdade alheia. Berram contra todos os regimes de força, mas cada qual tem no
bolso a sua ditadura.” (Nelson Rodrigues)
"A
democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que têm sido
tentadas de tempos em tempos."(Sir Winston Churchill)
Mediante a frase
citada, veremos os evangélicos fundamentalistas que querem implantar o regime
teocrático que não segue a doutrina do estado laico, reprimir outras religiões,
impedir das mulheres terem o direito sobre o próprio corpo, incluindo o aborto
e perseguir os homossexuais a ponto de impedir que o estado conceda direitos,
no caso a união civil do mesmo sexo.
Por outro lado, movimento
gay no setor mais radical e extremista que não aceitam serem criticados e
questionados, a ponto de reprimir os heterossexuais e todos aqueles que não
simpatizam a sua causa, a ponto de serem chamados pelos conservadores,
reacionários e fundamentalistas religiosos que incluem católicos e evangélicos
de gayzistas que querem implantar e impor a ditadura gay e destruir a “sagrada
família”.
Evangélicos e
católicos unidos carregando uma só bandeira, por outro lado, partidos de
esquerda, movimentos sociais que inclui especificamente os homossexuais ou GLBT
(Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e gêneros) estão nas redes
sociais da internet e nas ruas carregando também a sua bandeira.
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