Desde
o anuncio da renuncia do Papa Bento XVI (Joseph Ratzinger) no dia 11 de
fevereiro de 2013 para o último dia do mesmo mês (28), especula-se que o
próximo papa seja um latino, mais precisamente aqui na América do Sul,
ampliando as chances dos cardeais brasileiros, entre eles o Dom Raymundo
Damasceno, Dom Cláudio Hummes, João Brás de Aviz, Dom Geraldo Magela e Dom
Odilo Scherer, não sendo o brasileiro, pode ser o argentino, se não for nenhum
dos latinos aqui no nosso continente, pode ser o espanhol, português ou
italiano.
Porque
esses países citados têm raízes fortíssimo com o catolicismo, e se não for o
latino, pode ser o negro africano. Porque a santa igreja pode escolher um
latino ou negro? A
renuncia do Papa Bento XVI deixou a mostra a crise da igreja, para se ter uma
ideia da dimensão desta crise, a última renuncia do papa foi a mais de 600
anos, uma série de denuncias como o caso do Vatileaks, denuncias de corrupção e
lavagem de dinheiro envolvendo o banco do Vaticano e envolvimento de padres com
pedofilia e homossexualismo.
O
Joseph Ratzinger é um conservador que não aceita as mudanças feita pela
sociedade e também não aceita que a igreja católica adere, como a legalização
do aborto e a união civil do mesmo sexo, por exemplo, e mesmo com o
conservadorismo, não compactuava com as denuncias envolvendo padres e cardeais
que maculavam a imagem da igreja.
Entretanto,
o Bento XVI não queria manchar a imagem da instituição que já está desgastada há
muito tempo com os escândalos, crimes praticados como a Inquisição e
posicionamentos contrários as mudanças que vem ocorrendo na sociedade como eu
citei anteriormente, mediante as estas circunstancias, resolveu renunciar para
garantir a unidade da igreja, mas acabou mostrando ainda mais a crise que rola
nos bastidores, principalmente entre os cardeais que participarão do conclave
para a escolha do novo papa.
As
sucessivas denuncias de corrupção e atos libidinosos das autoridades da santa
igreja nos últimos anos aumentou o descredito de fieis e afastamento destes da
igreja em todo o mundo, crimes praticados nos tempos da Santa Inquisição, o
apoio a regimes tirânicos de militares, apoio a colonização do continente
americano que resultou praticamente no extermínio de nações indígenas, apoio a
colonização na África e o apoio no sistema de mão de obra escrava,
especialmente de negros africanos reforçaram ainda mais o descredito da igreja
com os fieis.
A
prova do descrédito é na própria Europa, que aumenta e muito o número de fieis
que não participam sequer em missas e não seguem a ordem religiosa,
contribuindo assim para o crescimento de ateus e agnósticos, o posicionamento
da igreja contra homossexuais e contra as mulheres que usam as pílulas
anticoncepcionais, praticaram o aborto, divorciadas, não querem o casamento,
não querem ficar dependendo de homem, seja do pai ou do marido, não querem ter
filhos, ter filhos depois de obter independência financeira e ter filhos fora
do casamento sem fazer questão da presença do pai, se afastaram da igreja.
Aumentando
consequentemente o ódio a igreja e em especial ao papa, foi assim com o Papa
João Paulo II que foi vítima de atentado, o Bento XVI que foi alvo ao longo
destes 8 anos de uma fúria implacável de feministas que defendem o direito
irrestrito das mulheres que a própria igreja condena e de homossexuais que tem
direitos renegados mesmo quando o estado concede.
A
possível escolha de um papa latino ou negro é uma forma de resgatar a
credibilidade da igreja, como foi dito anteriormente, a Igreja Católica
participou ativamente no processo de colonização que resultou no extermínio de
muitas nações indígenas e apoio a mão de obra escrava em que muitos africanos
foram arrancados na África e trazidos para cá como animais.
Que
a própria igreja contribuiu para a dominação do homem branco através de
jesuítas que tiveram a missão de europeizar os índios, muitos padres foram
também senhores de escravos ao terem os negros como propriedades e propagavam a
tese “Que os negros não tinham alma” e “Que negros são descendentes de Cam, e a
cor negra na pele era uma maldição dada por Deus a estes, e a escravidão era
uma forma disciplinar para adequar os mesmos ao trabalho e tirá-los do ócio” e
muitas outras teorias que reforçaram o racismo no passar dos anos e os negros
passaram a serem vistos de forma negativa em todos os aspectos.
A
escolha de um latino e principalmente aqui no continente americano é uma forma
de minimizar as atrocidades cometidas pela igreja em virtude do catolicismo ser
muito forte especialmente na América do Sul, porque de forma ou outra, a igreja
fez parte na formação de nossa sociedade, e tem grande parcela de
responsabilidade pela concentração de renda, desigualdade social, pobreza,
miséria e exclusão social nos países da América Latina, inclusive no Brasil.
Diante
desses fatores, a igreja quer recuperar a sua imagem, porque o analfabetismo é
muito grande no continente e a igreja tem influencia enorme sobre as pessoas,
principalmente no assunto sobre o aborto, homossexualismo, família e
propriedade privada. Porque a sociedade da América Latina, e especialmente aqui
no Brasil é fortemente conservadora, e isso é bom para a igreja.
Porque
maior a pobreza, maior o analfabetismo, maior o analfabetismo, maior a
dominação e manipulação, esse é o intuito da igreja em escolher o papa latino
ou negro africano.
Os
europeus se libertaram das garras do catolicismo, não permitindo mais o poder e
influencia sobre os indivíduos, mesmo em países tradicionalmente católicos como
a França, Alemanha, Itália (o estado do Vaticano fica no coração de Roma,
capital do país), Espanha, Portugal, Inglaterra e muitos outros, mesmo em
países como a Grécia, por exemplo, onde o catolicismo ortodoxo é muito forte,
mas, contudo isso, a igreja está fortemente desgastada.
O
possível papa negro africano, é uma forma de minimizar as atrocidades cometidas
pela igreja, principalmente ao apoiar a colonização e a escravidão de negros do
continente que serviram de propriedade a muitos brancos europeus, mas também
expandir o catolicismo na região pra frear a influencia muçulmana e as
religiões locais de etnias que até hoje mantém os costumes apesar da forte
repressão de estados europeus durante as colonizações e da própria igreja que
enviavam padres para europeizar os nativos, no mesmo processo com os indígenas.
Ao
contrário de muitas nações indígenas que foram exterminadas, os africanos
resistiram as colonizações e a manipulação da Igreja Católica, mantendo as suas
culturas e tradições que quiseram exterminar, a escolha de um possível papa
negro é para propagar a religião no continente e frear a influencia e poder muçulmano
e islâmico, que é presente no Norte da África como na Argélia, Tunísia e Egito,
por exemplo, mas é também presente na Nigéria, Quênia, Uganda e Etiópia, que
são países onde os católicos e muçulmanos praticamente vivem em conflito.
E
também as religiões locais que eu ressaltei anteriormente, como o candomblé,
umbanda e vodu, por exemplo, que é muito forte e presente aqui no Brasil e
Haiti, que foram trazidos por escravos africanos.
A
Igreja Católica pensa em mudar os seus posicionamentos ou aderir aos poucos às
mudanças? Não! A igreja é uma das instituições ou se é a mais antiga da
humanidade, sempre foi avessa às mudanças com o passar dos tempos, criou a
Inquisição justamente para perseguir aqueles que eram contrários as suas
doutrinas e impedir as mudanças que estavam ocorrendo.
E
quem mais sofreu com a Inquisição foram justamente os intelectuais como Galileu
Galilei, mulheres como a Joana D´arc, homossexuais ou pessoas comuns que eram
condenados injustamente e muita das vezes sem saber os motivos.
A
inquisição acabou, mas as perseguições continuam até os dias atuais, para se
opor as mudanças feita pela sociedade, se aliou aos tiranos como o Francisco
Franco na Espanha, Antônio Salazar em Portugal, Pinochet no Chile, Mussolini na
Itália, Hitler na Alemanha e em muitos países na América e na África governado
por ditadores.
Foi
assim aqui no Brasil ao apoiar o golpe de 1964 orquestrado pelos militares,
sendo conivente e cumplice com as práticas de torturas, sequestros,
assassinatos e desaparecimentos das vitimas.
A
Igreja Católica reforçou a imagem negativa dos comunistas, “Que todo comunista
é ateu”, “Que comunista é comedor de criancinhas”, “Que comunista não permite
propriedade privada, ou seja, ter casa própria ou carro, por exemplo”, os
comunistas passaram a ver visto de forma satânica, fazendo criar o imaginário
popular entre as populações pobres e analfabetas a terem medo de comunistas.
A
escolha do polonês Carol Wojtyla, o Papa João Paulo II em 1978, foi para
combater o comunismo e incitar os católicos dos países do leste europeu a
lutarem contra o regime comunista controlado pela antiga União Soviética.
A
Igreja Católica fez campanha contrária a Dilma Rousseff nas eleições de 2010
para presidente da república por ser favorável ao aborto e por ter participado
de uma guerrilha paramilitar com ideais comunistas e pego em armas para lutar
contra a ditadura militar, na qual foi presa e torturada na década de 1970.
A
Igreja Católica sempre esteve afinada com a direita, especialmente com os
conservadores e reacionários, e atua desse modo em todos os países do mundo,
aqui na América do Sul então... Que
o diga os governos da Venezuela de Hugo Chávez, do Rafael Correa no Equador,
Jose Mujica do Uruguai, Cristina Kirchner na Argentina e Evo Morales na
Bolívia.
Mediante
a essa realidade, praticamente não há mudanças de posicionamentos politico e
ideológico da igreja, apesar de haver uns cardeais progressistas que farão
parte do conclave, mas ainda são minorias, entretanto, não podemos
desconsiderar a influencia destes progressistas no conclave e podem ser
determinantes na escolha do novo papa que pode mudar os rumos da igreja
católica.
Portanto,
é extremamente necessário acompanhar o conclave da igreja para a escolha do
novo papa, mas não fiquem felizes e muito menos sintam representados no fato do
novo papa ser o brasileiro ou negro africano.
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