quarta-feira, fevereiro 20

Livre como Um Pirata - Cap. 4

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Eu quero ver você dizer na minha cara que a sua amizade com o Negão não é estranha! Ele tem umas brincadeiras muito imorais e, eu sei que você não gosta, mas também brinca da mesma forma, meio que pra se vingar. Ele se importa contigo, cara. Ele só é bobo demais para entender que você está doente, e é por isso que ele ainda não se lamentou. E eu sei que você também se importa com ele, desde o início. Ele foi o único que você não enxotou pra fora de casa. Amigos desde o início. Rivais, em alguns momentos. O Nego sempre adorou ser o centro das atenções, mas você nunca foi disso. Quando sentávamos à mesa, ele ficava perturbando nosso sossego, e você sempre espirrava e jogava baba em todo mundo. Isso não é coisa que se faça, cara. Sagrada é a hora de comer. Mas eu sei que não era de propósito. O Negão, nunca se importou com essa sua condição. Ele te abraça mesmo babado e fedido. Daí toda vez que eu ia te dar banho, você nunca deixava que eu te molhasse a cabeça. Ficava puto. Revoltado. Daí eu te pegava pelas mãos e te fazia caminhar um pouco sobre duas pernas, e aproveitava pra passar mais tempo contigo e, como após o banho você cheirava bem por algumas horas, eu te fazia um chamego pra tentar compensar a falta de carinho e te fazer esquecer a solidão por uns instantes. 

Tammys

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