O
governo do estado pela excelentíssima governadora Roseana Sarney é bem avaliada
em seu governo quando se trata de eventos culturais patrocinado pelo próprio
governo, com direito a vinda de bandas e artistas nacionais, foi assim nas
festas dos 400 anos de São Luís e fim de ano no ano passado (2012).
E
tem sido assim nos últimos anos, principalmente com o carnaval maranhense,
especialmente na capital, entretanto, o governo do estado resolveu fazer o
inverso neste ano (2013) ao contratar bandas e artistas de outros estados.
Nada
contra a apresentação do Jorge Benjor, Diogo Nogueira e Timbalada, no que eu
quero colocar aqui é que o nosso carnaval é rico e bem diversificado, e devemos
valorizar artistas locais e coisas que é bem nosso.
Esses
artistas que foram citados, já se apresentam praticamente o ano todo aqui em
São Luís, o Timbalada então... e mais uma vez os artistas maranhenses ficaram
renegados, e pior, em pleno carnaval onde temos bandas, blocos e artistas
locais que animam e compõem muito bem as músicas carnavalescas.
Eu
curti o carnaval da cidade num domingo e de certa forma me arrependi, no que vi
foi o imenso palco para apresentação de artistas e bandas que foram citadas, a
localização do palco para os shows esvaziou e tirou o foco da apresentação de
blocos que estavam apresentando paralelamente.
Em
razão disto, no único dia que sai de casa para brincar o carnaval, não vi os
blocos Jegue Folia, Confraria do Copo, Vagabundos do Jegue e outros, o único
bloco que eu vi passar foi o GDAM (Grupo de Dança Afro Malungo) que agrega o
público regueiro, que estava se apresentando na rua do Passeio paralelamente ao
show que estava sendo apresentando na praça Deodoro no palco montado com a
banda Timbalada, e obviamente os foliões ficaram mais concentrados na praça.
Em
virtude da apresentação que vi, o carnaval deste ano teve o gosto amargo em
relação aos anos anteriores. Já basta o “finado” Marafolia e shows o ano todo,
e ainda temos que aceitar bandas e artistas de fora para tocar em pleno
carnaval? Um total desrespeito aos artistas locais, os que tocaram no palco da
Praça Deodoro, como Alcione e Bicho Terra, por exemplo, são aqueles que fazem
parte do grupo político de a ou b que estão no governo do estado, e os que não
são foram se apresentar paralelamente nos circuitos carnavalescos com o público
reduzido e outros nem sequer se apresentaram.
A
montagem do palco na Praça Deodoro para apresentação dos artistas forasteiros
de certa forma esvaziou e tirou o foco em outros locais, como a Madre Deus e o
CEPRAMA, por exemplo, que fez os foliões se concentrarem praticamente na
Deodoro.
O
que é lamentável, porque temos grandes blocos como a Bandida, Máquina de
descascar alho, Bicho Terra, Esbandalhada e tantos outros. O governo do estado
já fez carnavais bem melhores, mas este ano resolveu desfazer o bom carnaval.
Em
Pinheiro – MA que é considerado a ter o melhor carnaval da baixada maranhense,
tem o repertório de bandas e artistas vindos da Bahia e Ceará que tocam que axé
e forró (forró elétrico no período carnavalesco) respectivamente, resolveu nos
últimos 3 anos dar espaço a artistas e bandas da cidades, o grande exemplo é a
banda Tricha, um grupo de 3 homens que usam o repertório de artistas reconhecidos
nacionalmente e mundialmente e interpretam de uma forma irreverente com letras
referente a homossexualidade e se apresentam durante o período carnavalesco
travestidos de mulher com personagens fictícias e com o papel de gays, é daí a
origem do nome da banda, As Bichas ou Trichas (nome de fato da banda).
Essa
banda se tornou referencia no Carnaval de Pinheiro – MA, e uma das atrações
principais junto com as bandas da Bahia e Ceará com o axé e forró, abrindo cada
vez mais espaços a bandas e artistas locais que consequentemente poderá ofuscar
futuramente as bandas baianas e cearenses no período carnavalesco.
Daí
você o lado inverso, o poder público da cidade de Pinheiro que sempre contratou
bandas de fora para o carnaval da cidade, agora está contratando e dando espaço
a artistas e bandas locais, enquanto o governo do estado aqui em São Luís
resolveu neste ano contratar bandas e artistas de fora, ofuscando os artistas e
bandas da terra.
São
Luís está longe de ser a rota de turistas brasileiros e estrangeiros
principalmente para curtir o carnaval no Brasil, como Olinda – PE, Ouro Preto –
MG, Recife – PE, Rio de Janeiro – RJ e Salvador – BA, por exemplo, que recebem
a transmissão de todas emissoras do país e fora do país, recebem investimentos
de grandes empresas como a Ambev (Antarctica, Brahma e Skol), Bradesco, Schin,
Tim e outras empresas, ou seja, essas cidades citadas não recebem patrocínios
apenas do poder público, mas também da iniciativa privada, o que não é pouco
por sinal.
As
escolas de samba do Rio de Janeiro – RJ e São Paulo – SP recebem patrocínios de
grandes empresas, principalmente as que foram citadas anteriormente, a
participação do poder público é apenas o complemento, porque muitas dessas
escolas já andam com as próprias pernas e tem renda própria que muitas delas
faturam não só apenas durante o carnaval, mas também o ano todo.
O
que é totalmente oposto aqui em São Luís e nas cidades maranhenses, em que o
poder público, seja municipal ou estadual, é 100% do patrocínio para a
realização das festas carnavalescas, e nós sabemos perfeitamente como é a nossa
classe politica maranhense, e é justamente a classe politica na sua grande
parcela de culpa é que não contribuiu em nada para a cultura do nosso estado. E
quando contribui, sempre pensando no viés politico e eleitoreiro de forma
clientelista.
O
carnaval de São Luís que já foi considerado entre os melhores do Brasil, poderá
de vez ir a falência, o fofão que é o principal personagem e símbolo da cultura
carnavalesca do nosso estado, está sendo substituído por axé, forró elétrico,
frevo e outras culturas que são de fora. O que é lamentável e ao mesmo tempo um
insulto e desrespeito aos artistas, bandas e o próprio fofão daqui da terra.
Como
diz o refrão de uma música:
“Não
deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar...”
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