sexta-feira, dezembro 28

Talvez



A tarde que se espalha de forma horizontal
Cheia de claridade e poeira branca
Herdada do sol da manhã uma cama de nuvens
Depois do almoço nuvens que sobem devagar
Da Cohab indo devagar rumo ao Cohatrac

É quando eu acordo de fato
Logo depois do almoço a digestão se faz literária
E todos os fatos e as ideias bailando frente aos óculos
Poucos deles sabem da verdade e do tédio

São milhares de pessoas subindo e descendo
 Cohab ao Cohatrac do Cohatrac a Cohab
Mas elas nem sabem que ali
Ainda lento e desajeitado
Nessa tarde cheirando ao metal dos vagões
Diego Pires assiste mais um daqueles filmes de arte
Algum daqueles Franceses, algum Goddard, Trauffaut.

Mas os carros continuam a contornar a Integração
Onde elas embarcam e desembarcam
Embarcam e desembarcam...
Com sacolas, bolsas, dores de cabeças e fome.
E vontade de dançar, cantar, viajar e gozar.

Porém elas não sabem que Cristiane Lima
Já esta na sala de aula tentando a todo custo
Falar das escolas literárias a alguns moleques
Moleques que sonham com o fim da aula
Para no final da tarde tomar banho na praia

Mas Cristiane inicia as orações subordinadas
Subordinado estava eu a Miles Davis, Kind of Blue.
O Acid Jazz do seu trompete dialogava
                        Com a acidez do meu estômago
Água e vida virtual
Na tela do computador talvez eles entendam
O que não lhes interessa entender.

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo Natan. O Diego assistindo 'os incompreendidos' hehehehehe. Paulo Dias